André Santana

Os atores Barbara Reis, Cauã Reymond, Paulo Lessa e Agatha Moreira compõem o “quadrado amoroso” central de Terra e Paixão. No entanto, o público está mais interessado mesmo em saber o que vai acontecer com os personagens de Tony Ramos, Gloria Pires e Eliane Giardini.

Gloria Pires, Tony Ramos e Eliane Giardini
Gloria Pires, Tony Ramos e Eliane Giardini em Terra e Paixão (Divulgação / Globo)

Na busca por elevar a audiência da novela das nove da Globo, o autor Walcyr Carrasco tirou o foco da história de Aline, Caio, Jonatas e Graça e apostou todas as fichas no triângulo envolvendo Antônio, Irene e Agatha.

É o elenco “veterano” que segura as pontas do folhetim atualmente, dando uma espécie de troco e, ao mesmo tempo, recado para a emissora.

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Duelo de vilãs

Eliane Giardini como Agatha em Terra e Paixão
Eliane Giardini como Agatha em Terra e Paixão (reprodução/Globo)

É fato que a volta de Agatha do “mundo dos mortos” ofuscou as vilanias de Irene. Mas isso não quer dizer que Gloria Pires não esteja sendo exigida em Terra e Paixão. Pelo contrário. A personagem se dedica a acabar com a rival e garantir seu lugar no patrimônio dos La Selva.

O embate entre Irene e Agatha está no centro do enredo da novela das nove. De olho no patrimônio de Antônio, elas disputam um espaço no coração do fazendeiro, que se casou com Irene, mas segue apaixonado por Agatha.

Curiosamente, o triângulo formado por eles está longe de ser amoroso. Agatha e Irene não nutrem sentimentos nobres por Antônio, já que as duas são grandes interesseiras. Cada uma o manipula ao seu modo.

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Veteranos em cena

Terra e Paixão - Gloria Pires e Tony Ramos
Tony Ramos (Antônio) e Gloria Pires (Irene) em Terra e Paixão (Manoella Mello / Globo)

Ao destacar o imbróglio envolvendo Antônio, Agatha e Irene, Terra e Paixão coloca o trabalho de três grandes nomes da teledramaturgia brasileira em primeiro plano. Tony Ramos e Gloria Pires brilham repetindo a parceria consagrada em tramas como Belíssima (2005) e Paraíso Tropical (2007). Ambos são ícones da teledramaturgia brasileira.

Já Eliane Giardini é dona de uma galeria de personagens marcantes, embora tenha tido poucas oportunidades como protagonista. Mas a experiência da atriz a coloca no mesmo patamar dos colegas, o que rende cenas de alta voltagem.

Os três atores, aliás, dão dignidade ao texto por vezes duvidoso de Walcyr Carrasco. Conferir o trabalho de três veteranos deste quilate é um dos poucos atrativos de Terra e Paixão, senão o único.

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Jovens desfocados

Paulo Lessa (Jonatas), Barbara Reis (Aline) e Cauã Reymond (Caio) em Terra e Paixão (Manoella Mello / Globo)

Enquanto Antônio, Irene Agatha crescem a cada capítulo, a ciranda amorosa “jovem” de Terra e Paixão fica em segundo plano. Aliás, a história de amor envolvendo Aline e seus pretendentes nunca decolou de fato.

No início, o triângulo envolvendo a mocinha, Caio e Daniel (Johnny Massaro) não rendeu grandes momentos. Com a morte de Daniel e a entrada de Jonatas e Graça no páreo, a situação não melhorou. Pelo contrário: a ciranda amorosa que os envolve é fraca e bastante forçada.

Justamente por isso, Antônio, Irene e Agatha se tornaram o centro das atenções. A trama que os envolve, embora rocambolesca, traz nuances e reviravoltas que não se vê dentre os protagonistas “jovens”. É o trabalho de Gloria Pires, Tony Ramos e Eliane Giardini que está “salvando” Terra e Paixão.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor