Minissérie exibida pela Globo entre 12 de janeiro a 19 de março de 1999, com 38 capítulos, Chiquinha Gonzaga foi um sucesso de público e de crítica. A produção foi estrelada por mãe e filha, Gabriela Duarte e Regina Duarte, que viveram a mesma personagem em fases distintas.
Quem não gostou do que viu foi Dalva Lazaroni de Moraes, autora do livro Chiquinha Gonzaga: Sofri e Chorei, Tive Muito Amor, utilizado como base para a criação da trama, escrita por Lauro César Muniz e Marcílio Moraes.
Acordo quebrado
A autora passou por uma das grandes frustrações de sua vida quando reuniu familiares e amigos em seu apartamento, no Rio de Janeiro (RJ), para acompanhar a estreia de Chiquinha Gonzaga.
Bem-sucedida pedagoga, advogada e política, Dalva cedeu os direitos de sua obra para a Globo sem qualquer tipo de compensação financeira. Ela pediu apenas que recebesse os créditos por isso.
Após o baque, ela procurou a Globo, que fez um pedido de desculpas e se comprometeu, num documento, que eventuais reprises teriam a citação desde o início. Mas não foi isso que aconteceu.
Em 2010, quando foi exibida no Viva, a trama não cedeu créditos à autora. O mesmo aconteceu nas versões exibidas no exterior, em países como Portugal, França, Japão e Angola.
Vitória tardia na Justiça
O caso foi parar nos tribunais, com Dalva entrando com uma ação judicial contra a Globo. A autora, que foi defendida por Sylvio Guerra, o advogado das estrelas, morreu sem ver a decisão da Justiça, em julho de 2016, em decorrência de um câncer.
A sentença saiu dois anos depois, em 30 de julho de 2018, quando a Globo foi condenada a pagar R$ 150 mil aos herdeiros e a inserir os créditos a Dalva e seu livro em todos os capítulos da minissérie. Ainda cabia recurso dos dois lados, mas o assunto nunca mais foi comentado publicamente.
Chiquinha Gonzaga já foi exibida novamente pelo Viva, mas ainda não estreou no Globoplay. A expectativa é que seja inserida na plataforma no ano que vem, quando a emissora vai resgatar uma minissérie por mês.
