Após cortes, autora de Vai na Fé se cansa e dá o troco na Globo
02/06/2023 às 18h43
![Imagem PreCarregada](https://tvhistoria.com.br/wp-content/uploads/2023/06/vai-na-fe-samuel-sheron-1200-150x150.jpg)
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A novela das sete da Globo é o maior sucesso da emissora atualmente. Vai na Fé tem reunido uma avalanche de elogios merecidos. Rosane Svartman novamente vem acertando em cheio com uma história envolvente e bem desenvolvida.
Reprodução / GloboOs próximos capítulos, aliás, vão destacar a reaproximação de Sol (Sheron Menezzes) e Ben (Samuel de Assis), com direito a muitos beijos. Os mesmos carinhos acontecem com outros casais, o tempo todo, menos com Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman).
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A relação das personagens vem sendo construída com habilidade pela autora através da amizade que surgiu entre a aluna e a personal trainer.
Clara vive um casamento abusivo com o vilão Theo (Emílio Dantas) e descobriu na amiga uma espécie de porto seguro. É através dos diálogos das duas que as fragilidades da personagem acabam expostas com muita sensibilidade.
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Censura
![Vai na Fé - Regiane Alves](https://tvhistoria.com.br/wp-content/uploads/2023/04/vai-na-fe-regiane-alves-600x400.jpg)
Reprodução / Globo
Mas a censura do canal em cima dos beijos de Clara e Helena virou quase uma novela paralela e por culpa da própria empresa. Apesar de receber críticas por todos os lados, a direção da casa já barrou a cena em três oportunidades.
A primeira censura da cúpula da Globo aconteceu no dia 10 de maio, quando a professora orientou os exercícios da aluna na casa de Clara porque a academia estava interditada.
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No dia 25, Rafa (Caio Manhente) flagrou a mãe beijando Helena na sala. Clara, sem graça, foi até o quarto do filho e lá os dois tiveram uma conversa franca e delicada sobre respeito e amor.
Rafael fez questão de afirmar seu total apoio ao novo relacionamento da mãe, mas contou que achou estranho vê-la beijando outra pessoa. Só teve um detalhe: ninguém viu esse beijo, só ele. A cena simplesmente nem foi exibida.
Na terceira vez, o beijo deveria ter sido visto por Lumiar (Carolina Dieckmann), mas, novamente, quem aguardava ficou a ver navios.
Troco
![Vai na Fé - Carolina Dieckmann e Emilio Dantas](https://tvhistoria.com.br/wp-content/uploads/2023/05/vai-na-fe-carolina-dieckmann-emilio-dantas-600x400.jpg)
Reprodução / Globo
Após o segundo corte, mesmo que sutilmente, Rosane e sua equipe deram o troco no time censurador da Globo.
A autora sempre amou a musicalidade cênica e em todas as suas obras há a sua paixão por música em vários momentos com personagens cantando. Agora, a escritora transformou isso em protesto e de forma sensível.
Orfeu (Jonathan Haagensen), Theo e Lumiar cantaram em um karaokê Blues da Piedade, de Cazuza, ícone que Emílio também interpretou no teatro.
Enquanto entoavam a canção, Ben (Samuel de Assis) e Valéria (Ana Flávia Cavalcanti), Dora (Cláudia Ohana) e Fábio (Zécarlos Machado) e Theo e Lumiar se beijavam, mas Clara e Helena passeavam na praia e apenas se abraçavam.
O único casal que não teve beijo foi o de duas mulheres e justamente perto do trecho “vamos pedir piedade, Senhor piedade, pra essa gente careta e covarde”.
De volta ao passado
![Vai na Fé - Priscila Sztejnman e Regiane Alves](https://tvhistoria.com.br/wp-content/uploads/2023/02/vai-na-fe-priscila-sztejnman-e-regiane-alves-600x400.jpg)
Reprodução / Instagram
No caso, não houve corte de cena. Foi algo proposital. Pode até ser classificado como um ‘exposed’.
E os censores da emissora deixaram a sequência ir ao ar, talvez porque sejam parecidos com os militares da Ditadura que eram burros demais para a percepção das nuances críticas nos textos de autores, como Dias Gomes e Janete Clair, e deixavam passar por ignorância e não benevolência.
Vai na Fé segue um novelão de primeira. Todo sucesso é merecido. Mas a questão dos cortes, que não é de responsabilidade da produção do folhetim, vem manchando a trajetória da trama.
Ainda não foram descobertos ou expostos os nomes da cúpula da Globo responsáveis pela censura na emissora, mas a autora Rosane Svartman, o diretor Paulo Silvestrini e os colaboradores Renata Corrêa, Pedro Alvarenga, Renata Sofia, Fabrício Santiago, Mário Viana e Sabrina Rosa deixaram bem claro o que eles são: caretas e covardes.