Não são poucas as razões que levam a Globo a manter o título da próxima novela das nove em aberto.
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O nome Terra Vermelha vem sendo tratado como provisório. A emissora teme associações entre o batismo da trama de Walcyr Carrasco e o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual o Presidente da República Lula é afiliado.
Esse, porém, não é o único impedimento para a definição do nome.
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Mudanças
Conforme adiantado pela coluna de Duh Secco no TV História, um livro do escritor paranaense Domingos Pellegrini conta com o mesmo título.
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Para usar a marca, a Globo deveria comprá-la previamente, o que não seria algo impossível, mas, diante de outros percalços envolvendo o título, a empresa pode não fazê-lo.
Vale recordar que, em uma chamada vinculada no ano passado com as novidades de 2023, o canal apresentou o folhetim ao público, tratando apenas por “nova novela de Walcyr Carrasco”, optando por não fazer uso da nomenclatura nem mesmo de forma provisória.
Vermelho proibido
No atual momento político, a cor vermelha – que, no folhetim de Carrasco, faz alusão à terra boa para o plantio –, é associada aos partidos de esquerda, especialmente o PT. Este fato pesou contra Terra Vermelha, de acordo com a revista Veja.
Recentemente, o vermelho também perdeu espaço em Cara e Coragem, exibida às sete. O grupo das mulheres de ternos, frequentado por Pat (Paolla Oliveira) e Clarice (Taís Araujo), passou a vestir laranja, justamente para evitar qualquer relação com política.
A Globo não pretende se indispor com o público conservador – ou dito patriota. Vem daí a mudança na cor do figurino da trama de Claudia Souto e no título do enredo de Walcyr.
Histórico
Na primeira eleição direta para Presidente da República, após anos de ditadura militar, a Globo também enfrentou problemas com o público e com os poderes.
A emissora foi acusada de apoiar Lula, então associado a Sassá Mutema (Lima Duarte), protagonista de O Salvador da Pátria (1989). O bóia fria chegava à prefeitura de Tangará após enfrentar os poderosos da região.
Os planos do autor incluíam a caminhada de Sassá até a Presidência da República, mas, por pressões políticas contra a Globo, a história foi modificada.
Por outro lado, a novela contemporânea das sete, Que Rei Sou Eu? (1989), era acusada de fazer propaganda de Fernando Collor – através do herói Jean Pierre (Edson Celulari), que lutava contra os marajás do reino de Avilan.