A minissérie Hilda Furacão, exibida pela Globo em 1998, marcou a estreia de Ana Paula Arósio na emissora e a volta de Gloria Perez nesse tipo de produção.

Roberto Luna
Reprodução / Record

A atração foi um grande êxito e trouxe de volta um cantor que fez enorme sucesso nas décadas de 1950 e 1960 e que, posteriormente, se viu envolvido com o mundo das drogas: Roberto Luna.

A voz dos boleros

Hilda Furacão - Ana Paula Arósio
Divulgação / Globo

Luna começou a sua carreira em meados dos anos 1940, atuando como crooner em várias boates do Rio de Janeiro. Foi a partir da década de 1950 que ele passou a ser reconhecido por conta de seus programas nas rádios, em especial, com os boleros Por Quanto Tempo, Hás de Lembrar, Contigo e Roga por Nós, entre outros sucessos.

Ele também interpretou samba-canção e bossa nova.

Nesse período, o músico gravou Molambo – grande sucesso incluído na trilha da minissérie da Globo (foto acima; Ana Paula Arósio no papel-título). Nelson Gonçalves, Maysa, Maria Bethânia e Cauby Peixoto, entre outros, lançaram versões desse clássico. Mas a canção ficou marcada na voz de Roberto…

A falsa acusação

Roberto Luna
Reprodução / IMDB

No início dos anos 1960, com a carreira já consolidada, Roberto Luna foi preso por suposto envolvimento com entorpecentes. Segundo relatos da Revista do Rádio, em 11 de agosto de 1962, o cantor, que estava em São Paulo, foi apanhado com outras pessoas usando drogas.

Ele ficou pouco tempo preso, e logo se soube que a denúncia foi feita por um antigo empregado.

“Tudo não passou de uma vingança torpe de um rapaz que não é muito certo do juízo e que, tendo sido dispensado por mim, justamente por não regular bem, arquitetou o caso. Denunciou-me à polícia e esta veio ao meu apartamento. Lá encontrou um grupo de amigos que ouvia música e nada mais”, relatou o cantor à Revista do Rádio.

“Mas um jornalista que soubera da denúncia e que tinha motivos pessoais contra mim, por inveja e ciúme, publicou o que o público conhece. Ficou provado que eu era totalmente inocente e que não sou e nunca fui um viciado em tóxicos”, completou.

Uma voz inesquecível

Roberto Luna
Reprodução / Facebook

Esse fato não manchou a carreira do cantor, mas a música foi mudando, a juventude passou a apreciar outros estilos e Luna acabou perdendo espaço no rádio e na televisão.

Na década de 1970, Roberto voltou a cantar em boates e fazer shows pelo Brasil até 2020, quando começou a pandemia da Covid-19. Nessa ocasião, e por conta da idade avançada, ficou isolado.

Nascido na cidade de Serraria (PB), Roberto Luna vivia em São Paulo e morava no Palacete dos Artistas – a versão paulista do Retiro dos Artistas do Rio de Janeiro, que acolhe grandes nomes da comunicação do Brasil.

O cantor, que fez sucesso com inúmeros boleros, faleceu no dia 26 de junho de 2022, aos 92 anos. A família não revelou a causa de sua morte.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor