Vários artistas com nanismo fizeram parte de produções televisivas, especialmente dos programas de humor. Um deles foi Quinzinho, estrela de Os Trapalhões.

Os Trapalhões
Divulgação / Globo

Joaquim Faria Manso começou a carreira no circo, ao lado do irmão Zequinha, que também possuía nanismo. Os dois começaram a ganhar destaque com a dupla sertaneja Quinzinho e Zequinha.

As primeiras apresentações dos irmãos foram na cidade de Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro.

Uma dupla de sucesso

Garota Enxuta - Quinzinho e Zequinha
Reprodução / IMDB

Além dos espetáculos em circos e teatros, eles também faziam campanhas políticas.

“Nós trabalhávamos para todos os políticos, inimigos dos inimigos, amigos dos amigos. Político é assim, um briga com o outro, mas está sempre de bem. Político tem que ser político, tem que ter cabeça e psicologia para perder um amigo se quiser ganhar dez”, destacou Quinzinho à revista Culturarte, em 1986.

Logo eles foram contratados pela Rádio Nacional e se tornaram figuras conhecidas Brasil afora. A dupla gravou inúmeros discos e esteve ao lado de grandes artistas, como Cauby Peixoto e Ângela Maria.

Em alta nas telonas

Os Trapalhões - Quinzinho
Reprodução / Globo

Na época de ouro do cinema brasileiro, eles foram as estrelas do filme Garota Enxuta, de 1959. A partir disso, Quinzinho e Zequinha passaram a atuar em vários longas, inclusive ao lado de Amácio Mazzaropi.

Mesmo com o sucesso dos filmes, não era nada fácil a vida da dupla, que buscava patrocínio para os shows que eles faziam.

“Viemos para Teresópolis porque estávamos duros. Chegando aqui, procuramos os irmãos Pimentel, do Cine Arte. Mas não falamos a eles que estávamos na pior. Mentimos sem maldade e dissemos que a nossa intenção era a de fazer uma turnê, começando por Teresópolis, depois Friburgo, Petrópolis e Cachoeiras do Macacu. E, por acaso, passava um filme nosso no cinema, o ‘Garota Enxuta’. Aí deu para tirar o pé da lama”, contou.

Carreira solo

Transas e Caretas - Alcides (Quinzinho)
Reprodução / Globo

Quinzinho e Zequinha também fizeram sucesso na era das pornochanchadas – Histórias que Nossas Babás Não Contavam, de 1979, foi um grande êxito de bilheteria. A dupla acabou com a morte de Zequinha, vítima de um infarto fulminante, aos 45 anos de idade.

Quinzinho continuou atuando e participou dos filmes Os Saltimbancos Trapalhões e O Incrível Monstro Trapalhão, ambos de 1981.

Tempos depois, ele foi contratado para Globo, onde fez parte dos humorísticos Viva o Gordo e Os Trapalhões, se tornando uma figura constante do programa e sofrendo na mão de Didi Mocó (Renato Aragão). Além disso, esteve presente no Sítio do Picapau Amarelo e interpretou o robô Alcides em Transas e Caretas (1984, foto).

Após tais trabalhos, ele acabou se afastando da televisão. Quinzinho, inclusive, parou de atuar. Ele faleceu em outubro de 1994, vítima de infarto, aos 59 anos.

Compartilhar.
Avatar photo

Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor