Após briga com bicheiro, astro escapou da morte e viu amigo ficar paraplégico
10/11/2023 às 10h38
Sucesso de público e crítica, a nova série documental do Globoplay, Só Vale o Escrito – A Guerra do Jogo do Bicho, fala sobre a política da contravenção no Rio de Janeiro. A produção estreou no streaming da Globo no dia 1º de novembro e mostra histórias marcadas por brigas pelo poder, fraudes, vinganças e assassinatos.
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Um desses crimes quase acabou com a vida de um dos grandes atores da dramaturgia brasileira. Tarcísio Filho, herdeiro de Tarcísio Meira (1935-2021) e Glória Menezes, quase se tornou uma vítima fatal de um dos poderosos do Jogo do Bicho do Rio de Janeiro na década de 1980.
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Jantar com amigos quase terminou em tragédia
Em 1986, o ator de sucessos como Dona Beija (1986), Pantanal (1990), Renascer (1993), Terra Nostra (2000), Chocolate com Pimenta (2003), entre tantos outros, estava em um restaurante quando tudo começou.
Em uma pizzaria em Copacabana, no Rio, Tarcísio estava ao lado dos amigos Carlos Gustavo, conhecido como Grelha, e José Augusto Höft Rocha, quando uma discussão começou.
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Segundo reportagens da época, a confusão teria sido iniciada quando Grelha discutiu com o bicheiro Waldemir Paes Garcia. Conhecido como Maninho, o contraventor acusou os amigos de Tarcísio de mexerem com sua mulher, Sabrina Garcia.
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Perseguição e tiros
Quando deixaram o estabelecimento, Grelha e Tarcísio foram perseguidos pelos seguranças de Maninho, que dispararam vários tiros contra o veículo em que eles estavam.
O filho de Glória conseguiu escapar ileso, mas seu amigo foi alvo de um disparo que atingiu sua coluna. Após passar por sete cirurgias, Grelha acabou ficando paraplégico.
“Eu tenho para mim que, se os rapazes, os caras que agrediram a gente, tivessem se sentido ofendidos com qualquer coisa que tenha acontecido dentro do restaurante — o único momento em que estávamos juntos —, eles imediatamente teriam cobrado satisfação no próprio local. Mas eles não nos dirigiram a palavra, nem nós a eles. A violência só ocorreu quando nós estávamos indo embora, e eles vieram atrás da gente”, recordou o artista na produção.
“Os lugares em que eles acertaram o carro indicam claramente que eles queriam matar”, completou em entrevista.
Desdobramentos
Na época, o bicheiro Waldemir Paes chegou a admitir o desentendimento, mas negou a autoria do crime.
Ele respondeu a um processo pelo ocorrido, sendo inocentado depois que o cúmplice, Josef dos Santos, confessou o crime, pegando quatro anos de prisão em regime aberto.
O primeiro julgamento ocorreu em 1992, mas não foi o único. Um segundo ocorreu em fevereiro de 2001, quase dez anos depois do ocorrido, segundo informações da Folha de S.Paulo em 9 de janeiro daquele ano. Maninho morreu em 2004.