De volta às novelas da Globo em Vai na Fé, na qual vive a personagem Dora, mãe de Lumiar (Carolina Dieckmann), Cláudia Ohana foi protagonista de Vamp, novela exibida entre 1991 e 1992. Nessa trama, ela teve sérios problemas para gravar cenas em Veneza, na Itália.
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Ao dançar uma música proibida naquele país, ela e a equipe da emissora foram abordados por policiais e por pouco não foram presos.
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Na trama de Antonio Calmon, Ohana vivia a roqueira Natasha, que vendeu sua alma ao conde Vlad (Ney Latorraca), líder dos vampiros, para ter sucesso em sua carreira, e depois é perseguida por ele em Armação dos Anjos, no litoral fluminense.
A história começa mostrando cenas de flashback no exterior; as gravações foram realizadas em Lisboa (Portugal) e em Veneza.
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Na primeira parada, na capital portuguesa, a Globo já teve empecilhos. A equipe chegou uma semana antes das gravações para checar as locações, mas o tempo acabou sendo curto por diversos motivos.
Ao conferir os locais, alguns deles não agradaram, sendo necessárias substituições. De acordo com o jornal O Globo de 1º de junho de 1991, a emissora precisou pedir ajuda de autoridades diplomáticas para resolver tudo a tempo.
Em Veneza, os problemas foram maiores
Posteriormente, os profissionais de Vamp seguiram para Veneza, onde os problemas foram ainda maiores. Na icônica cena, que foi um dos momentos mais marcantes da novela, Natasha dança músicas sacras do grupo Enigma numa praça da cidade, em meio aos pombos. Para fazer a coreografia, Cláudia ficou vários dias ensaiando no Rio de Janeiro (RJ) com a coreografa Deborah Colker.
O problema é que as canções eram proibidas em toda a Itália, por incomodarem a Igreja Católica, e a equipe de produção não sabia disso. Policiais abordaram a atriz e os produtores, interrompendo as gravações. Com muita conversa, tudo foi resolvido e, apesar dos contratempos, o que foi gravado acabou indo ao ar.
Apesar do início conturbado, Vamp foi um sucesso. A novela acabou atingindo o público infantojuvenil ao misturar comédia, suspense, rock e atores mirins. Para se ter uma ideia, o personagem de Latorraca faria apenas uma participação especial de nove capítulos, mas Vlad fez tanto sucesso que acabou ficando a novela inteira.
“Na primeira cena que gravei em São Paulo, dou uma mordida em Ohana. Eu tinha de olhar para a câmera e dizer ‘gostoso’, mas na hora troquei por ‘gotoso! Gotoso memo’, lembrando minha infância. Fiz isso para o personagem estourar. A ideia era fazer um vampiro simpático. Virou coqueluche”, contou o ator em seu livro Muito Além do Script.
De volta
O sucesso de Vamp foi tamanho que a novela terminou em fevereiro de 1992 e foi reapresentada pela Globo menos de um ano depois, a partir de 4 de janeiro de 1993, na Sessão Aventura, no período da tarde.
Em 2002, Calmon escreveu mais uma novela sobre o tema, O Beijo do Vampiro, que o público chegou a pensar que seria uma continuação de Vamp – e o fato gerou muitos protestos de telespectadores que não queriam isso. No entanto, a nova trama não obteve a mesma repercussão.