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Além de nomes como Alexandre Nero, Lília Cabral, Drica Moraes e Marjorie Estiano, outros atores se destacaram na exibição original de Império, entre 2014 e 2015, sobretudo na reta final da trama de Aguinaldo Silva. Um ator, recentemente visto em Cara e Coragem, conseguiu se destacar graças ao crescimento do seu personagem, que virou uma das principais figuras da história. E o nome dele é Othon Bastos, visto na foto abaixo com Betty Faria, em A Força do Querer.
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Silviano tinha pouco destaque na novela e a maioria de suas cenas era com Lília Cabral. Os dois, aliás, tinham uma ótima parceria cênica. E, apesar das poucas sequências, ele fez falta quando precisou se ausentar do folhetim – logo no começo da produção – por questões de saúde (precisou tratar de uma doença chamada erisipela). Mas o mordomo de Maria Marta teve sua importância aumentada quando seu passado com a patroa é desvendado: os dois foram casados antes da Imperatriz conhecer o Comendador.
Na força do ódio
A partir desta revelação, o personagem ganhou novos contornos e uma faceta desconhecida vem à tona: seu ódio por José Alfredo. A passividade e a fineza do empregado foram deixados de lado, cedendo espaço para uma fúria, que fez Othon Bastos brilhar absoluto.
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A cena em que Silviano manda o Comendador à merda e o humilha, após anos guardando seu rancor, foi maravilhosamente defendida pelo ator, que colheu merecidos elogios por seu desempenho.
Após o mordomo expor o lado obscuro que escondeu por tanto tempo, o personagem ganhou força, honrando o talento do ator. Aguinaldo Silva acertou quando resolveu destacar Silviano, o colocando, inclusive, como o pai de Maurílio (repetitivo Carmo Dalla Vechia), o homem que esteve diretamente envolvido na derrocada de José Alfredo. Todas estas situações (embora algumas bem inverossímeis, vale ressaltar), beneficiaram o intérprete, que aproveitou a oportunidade dada pelo autor nos momentos finais de sua novela.
É preciso destacar também as cenas de Othon com Dani Barros. As conversas do mordomo com Lorraine mostram seu lado elegante e, ao mesmo tempo, sofrido, em meio a tanta raiva sentida por ele desde que revelou sua inimizade com o Comendador. Como o solitário homem perdeu sua parceira Maria Marta, por razões óbvias, a esposa de Ismael (Jonas Torres) acabou sendo transformada uma substituta temporária.
Carreira
Em 1951, o ator começou a exercer a profissão que tanto ama e, desde então, não parou mais. Com mais de 60 filmes, inúmeras peças teatrais e mais de 90 produções televisivas, incluindo neste pacote uma galeria de novelas, Othon Bastos estava merecendo há tempos um bom papel. É verdade que Silviano começou sendo um mero coadjuvante com pouquíssimas falas, entretanto, este destaque na reta final compensou a pouca importância do mordomo ao longo dos capítulos de Império.
Claro que é muito difícil, e até injusto, fazer um resumo de todos os seus trabalhos mais marcantes na televisão, afinal, é um profissional com um respeitado currículo. Entretanto, alguns personagens que são até hoje lembrados merecem menção: vide Antônio Pereira (Os Imigrantes – 1981), Ronaldo César (Roque Santeiro – 1985), Júlio (Éramos Seis – 1994), Miguel (Os Ossos do Barão – 1997), Vicenzo (Esperança – 2002), Marechal Hermes da Fonseca (Mad Maria – 2005), Coutinho (Sinhá Moça – 2006) e Isidoro (Paraíso Tropical – 2007).
Com Silviano, Othon Bastos voltou a brilhar diante do público e em uma novela de horário nobre, corrigindo uma injustiça da Globo. O refinado mordomo de Império caiu em boas mãos e Aguinaldo Silva, antes tarde do que nunca, foi muito feliz ao colocá-lo como peça-chave nas semanas finais. O resultado foi um ator expondo seu talento para todos e sendo merecidamente reconhecido.