Aos 92 anos, astro que sumiu da televisão ressurge na tela da Globo

Há dez anos afastado das novelas, desde que participou de Amor Eterno Amor, o ator Tony Tornado (na foto, com Renato Aragão) surpreendeu ao aparecer na vinheta de fim de ano da Globo de 2022.

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Aos 92 anos, o artista esbanjou boa forma e pôde ser visto ao lado de outras estrelas da emissora, como Luciano Huck, Fábio Porchat, Paolla Oliveira, Ary Fontoura, Renata Lo Prete, Suzana Vieira, Isadora Cruz, Larissa Manoela, Cauã Reymond, Taís Araújo e tantas outras.

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Apesar de estar afastado dos folhetins, o famoso chegou a aparecer na emissora em outras produções nos últimos anos. Tony Tornado esteve nos humorísticos Zorra Total (2012) e Zorra (2015), além das séries A Fórmula (2017) e Carcereiros (2018-21).

Homenagem

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Tony, que também é cantor, apareceu na tela da emissora em abril deste ano, quando foi homenageado no Caldeirão com Mion.

“Só quero que você receba esse amor, esse carinho. Eu olho pra você eu vejo história, luta, batalha, e eu tenho você como uma grande inspiração de resistência e talento. Poder abrir espaço no nosso programa pra um artista como você, mais do que uma honra, é uma obrigação”, falou Marcos Mion no palco da atração.

No programa, a estrela cantou as canções “BR-3” e “Poder Crer, Amizade”, todas sucessos dos anos 1970.

Legado

Mion aproveitou para perguntar qual seria o conselho que ele daria para o artista que está começando agora. Tony caprichou no recado e ainda aproveitou para recordar sua chegada ao Rio de Janeiro.

“Perseverança, humildade, sem isso fica difícil, humildade sempre, somos todos iguais. Meu Deus, me faltam palavras pra dizer a luta que é, eu fui um moleque de rua, saí de casa com 12 anos de idade para tentar a vida. Era de uma cidade de São Paulo chamada Mirante do Paranapanema e vim para o Rio de Janeiro sem nada, pra vender bala no trem. Graças a Deus, com muita dignidade, eu acredito que nunca fiz coisa errada. E se errei, foi tentando acertar, mas sempre honesto, humilde e forte”, falou.

Busca pelo sucesso

No mês da Consciência Negra, o artista contou um pouco da sua história ao apresentador Thiago Oliveira, em recente participação no É de Casa.

“Morei na favela, no morro de São Diogo, atrás da Central do Brasil, já com 12 anos. Aí, vendia bala puxa, amendoim, figurinha no trem e corria da polícia, claro. E, me apresentei para as pessoas que corriam atrás de mim, e eu disse: ‘Eu vim, porque preciso que vocês me arrumem uma escola. Porque, nessa vida, não vai acontecer nada, não vou conseguir nada mais de útil a não ser vender amendoim e bala puxa. E me arranjaram uma escola, a Escola Agrícola Saboia Lima, lembro o nome de lá até hoje”, contou.

Festival Internacional da Canção

Tony Tornado também falou sobre quando participou do Festival Internacional da Canção, em 1970, do qual foi campeão.

“Quando entrei no Festival, eu era o único desconhecido. Tinha grandes craques: Tom, Vinicius… (risos). E fui a grande zebra do Festival, e foi pela minha coragem. Cantei ‘BR-3’. Na época, ela ganhou uma outra conotação, queriam fazer de tudo para me calar, porque eu era tido como porta-voz dos negros. Eu tinha necessidade de vencer aquele Festival, era minha única cartada. (…) Eu dormia em pé, até que veio a chance do Festival e pensei: ‘Ou tudo, ou nada’. Na hora que entrei, Tony Tornado e Trio Ternura, ninguém conhecia”, relembrou.

“Pensei: ‘Mesmo que a gente não ganhe, mas eles vão ter que nos conhecer’. Era época que todo mundo usava jaqueta, todo bonitinho, e eu com peito nu, bota, cabelo… Mas eu estava trazendo uma coisa nova, sabia disso. Minha vida mudou. (…) Dali para frente mudou tudo, graças a Deus”, finalizou o artista.

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