Natural do Rio de Janeiro, Paulo Araújo começou sua carreira em 1957, quando trabalhou no filme Rebelião em Vila Rica. Anos depois, ele defendeu um personagem histórico: Agostinho, da primeira versão de A Grande Família (1972). O papel, no entanto, acabou sendo eternizado por Pedro Cardoso (foto abaixo) na segunda versão do seriado.

A Grande Família

Além de atuar, Paulo também trabalhou como roteirista para vários filmes. No teatro, ele fez parte do grupo Tablado e do elenco de peças clássicas, como Pluft, O Fantasminha, Baile dos Ladrões e A Sombra do Desfiladeiro.

Dos palcos para a TV

Encontro

A partir dessas experiências em espetáculos amadores, Araújo seguiu para o teatro profissional, atuando em Um Dia em Nova York, Incidente em Vichy e Cavalo Desmaiado, entre outros trabalhos. Pela peça Como Vencer na Vida Sem Fazer Força, ele levou o prêmio de melhor ator do ano.

A estreia nas novelas ocorreu em 1966, quando trabalhou em O Sheik de Agadir, escrita por Glória Magadan. Passada essa produção, Paulo Araújo esteve em Eu Compro Esta Mulher (1966), A Rainha Louca (1967), A Ponte dos Suspiros (1969), Rosa Rebelde (1969) e A Última Valsa (1969).

Vilão em Irmãos Coragem

O Homem que Deve Morrer - Paulo Araújo

A novela de grande sucesso de sua carreira foi Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair. Ele deu vida a Hernani, irmão de Paula (Myriam Pérsia) e empresário de Duda (Cláudio Marzo). Um homem que só pensava nele mesmo e que se tornou, ao longo da trama, um verdadeiro vilão.

Depois desse marco da teledramaturgia, ele esteve em O Homem que Deve Morrer (1971, na foto com Dina Sfat) e Bicho do Mato (1972), às 18h. Eis que um seriado tornou-se o verdadeiro marco de sua carreira.

 

O primeiro Agostinho Carrara

A Grande Família - Paulo Araújo

Inspirada no seriado norte-americano All in the Family, a Globo colocou no ar A Grande Família (1972), que mostrava o cotidiano de uma família de classe média do subúrbio carioca.

Lineu era vivido por Jorge Dória e Eloísa Mafalda respondia por Dona Nenê. Tuco era interpretado por Luiz Armando Queiroz, enquanto Bebel ficou, em temporadas diferentes, com Djenane Machado e Maria Cristina Nunes.

O malandro Agostinho Carrara foi o grande papel de Paulo Araújo. O personagem, que era casado com Bebel e abusava da boa vontade do sogro Lineu, era querido pelo público e um dos pontos altos do programa.

Na segunda versão, Pedro Cardoso deu vida a Agostinho e alcançou o mesmo sucesso da versão dos anos 1970 – Marco Nanini, Marieta Severo, Lúcio Mauro Filho e Guta Stresser assumiram Lineu, Nenê, Tuco e Bebel.

Última aparição

A Grande Família

Depois do seu trabalho em A Grande Família, Paulo Araújo dirigiu programas de humor na Globo, como Uau, A Companhia (1972), Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976) e Os Trapalhões (1977).

O ator voltou aos estúdios em 1987, quando a Globo produziu o especial O Natal da Grande Família, reunindo todo o elenco 15 anos depois do lançamento da série original.

Afastado da TV há muitos anos, atualmente Paulo Araújo tem 91 anos e vive com sua filha e seus netos, raramente fazendo aparições públicas.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor