Aos 90 anos, atriz de Chocolate com Pimenta teme demissão da Globo

Rosamaria Murtinho acabou de completar 90 anos de idade na última segunda-feira (24), cheia de vida e com muitos motivos para comemorar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A atriz, que viveu Margot em Chocolate com Pimenta – novela que atualmente está em exibição nas tardes da Globo -, venceu a depressão, doença que retornou após o confinamento imposto pela pandemia. Atualmente, Rosamaria tem trabalhado no teatro, mas reclama da falta de convites para a TV e teme ser dispensada pela Globo nesta altura de sua vida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Projeto para o teatro

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

Longe da TV desde A Dona do Pedaço (2019), trama de Walcyr Carrasco onde interpretou a personagem Linda Andrade, a atriz já tem o seu próximo projeto para o teatro.

Ainda em definição, ela analisa um texto que poderá fazer ao lado de seu marido, o ator Mário Mendonça, de 91 anos de idade, com quem está junto há incríveis seis décadas.

Em entrevista à Revista Quem, ela falou sobre essa possibilidade de estrear a peça:

“Se ele não fizer, vai ser um monólogo, algo que nunca fiz na vida. Estou aqui, estou aí e estamos na luta”, afirmou entusiasmada.

No ar em Chocolate com Pimenta

Apesar de estar longe da televisão com um novo papel, a atriz pode ser vista na reprise de Chocolate com Pimenta, outra trama de Walcyr. Na história, ela dá vida à Margot, confidente de Ludovico (Ary Fontoura), uma mulher vaidosa, simpática e um tanto interesseira que cuida do hotel.

Tia de Palito (Jean Felipe), menino que vive fazendo travessuras e deixando os hóspedes de cabelos em pé, Margot tem um passado que não revela a ninguém e sabe que Danilo (Murilo Benício) é pai do filho de Ana Francisca (Mariana Ximenes).

Medo de perder contrato com a Globo e falta de convites

Durante a mesma entrevista, Rosamaria Murtinho aproveitou para dizer que, com a idade, tem sido difícil receber convites para novos papeis em novelas. Segundo a atriz, apenas um ou outro diretor a convida, mas para isso acontecer os autores precisam criar esses personagens.

Além disso, a veterana confessou que está com medo de perder o seu acordo de exclusividade com a Globo, que tem desde 1994, quando voltou ao canal para participar da série Memorial de Maria Moura.

Vale destacar que a emissora vem acabando com todos os vínculos longos de seus atores e os contratando apenas por obra certa.

“Está difícil. Eles não estão escalando. Eu ainda sou contratada da TV Globo e espero renovar meu contrato porque é dureza perder o emprego com 90 anos. O Mauro com 91 perder o dele também é dureza. É difícil ficar velho. Para os diretores escalarem precisa os autores escreverem. Até escrevem, há esses papéis em Travessia, Walcyr Carrasco sempre escreve, mas há poucos. Isso é no mundo todo”, desabafou.

Etarismo

A atriz falou do teatro como alternativa para seguir atuando, mas também citou que no meio existe o que é chamado de etarismo.

“O teatro é uma forma também de continuar atuando. O ideal seria que produzir, o que sempre fiz, mas agora eu queria só ser contratada, que é menos aporrinhação. Eu sou convidada para fazer teatro, mas, engraçado, não sou mais chamada para eventos. Existe etarismo, mas não abertamente assim na minha frente”, afirmou.

Indagada sobre o conceito da palavra, Rosamaria contou que sempre soube da existência, mas não o nome, e disse sofrer com isso, pois a experiência que tem em relação a atores mais jovens não se traduz em oportunidades de trabalho.

“Eu sabia, claro, que existia, mas não conhecia o nome. As pessoas sabem que a gente fez história, que eles [os atores mais novos] estão aí por que nós começamos a fazer novela ao vivo lá atrás, mas isso não se traduz em trabalho. Não sou chamada, hoje, para participações, para nada. Mas é importante mostrar que é possível ter [representatividade]”, concluiu.

Autor(a):

Sair da versão mobile