Galã das décadas de 1980 e 1990, Nuno Leal Maia está afastado das novelas desde 2012, quando concluiu Amor Eterno Amor.

Nuno Leal Maia

Nuno interpretou papéis marcantes em tramas da Globo, como o professor Fábio de A Gata Comeu (1985), o bicheiro Tony Carrado em Mandala (1987), o surfista Gaspar Kundera de Top Model (1989), o atleta Assunção em História de Amor (1995) e o professor Pasqualete de Malhação (1999).

O artista contou, em entrevista ao portal Notícias da TV, que não recebeu convites para voltar ao vídeo. Ele também lastimou a “qualidade” dos folhetins de hoje.

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“Os convites pararam de vir”

Filhas de Eva

Nuno Leal Maia – que também passou pela Manchete, onde estrelou Novo Amor (1986), de Manoel Carlos – tem feito apenas breves aparições em séries, especialmente no streaming.

“Os convites pararam de vir. Agora só querem os garotões”, disparou na matéria para o NTV, em outubro de 2019.

Ele contou, inclusive, que chegou a ser cotado para o elenco da série Filhas de Eva (2021, na foto acima), produzida pelo Globoplay. Porém, após as primeiras conversas sobre o projeto, a produtora não retornou mais.

Espaço fora da Globo

Nuno Leal Maia
Reprodução / Web

Sem espaço na TV aberta, Nuno passou a fechar trabalhos com canais por assinatura e streaming. Em Juacas (2017, na foto acima), do Disney Channel, ele interpretou um surfista – de perfil semelhante ao de Gaspar, em Top Model.

O veterano também fez a série Chuteira Preta (2019), para o Prime Box Brasil. Com o personagem em questão, o ator relembrou os tempos de jogador do time juvenil do Santos. Ele também esteve em Os Ausentes (2021), série do TNT, na pele de um residente de uma casa de repouso.

Cabe destacar que Nuno Leal Maia aproveitou a diminuição da carga de trabalho para cuidar da mãe, diagnosticada com Mal de Alzheimer.

Críticas às novelas

Fora da TV aberta, Nuno Leal Maia (na foto acima, com Regina Duarte em História de Amor) lamenta pela queda de qualidade das tramas de longa duração produzidas nos últimos anos.

“As novelas de hoje estão muito fracas, muito inferiores às que eram feitas na minha época. Eu gostava muito mais quando o autor tinha mais autonomia, escrevia sozinho ou tinha no máximo um ou dois assistentes”, declarou.

Longe da Globo, ele celebrou a oportunidade de, apesar da idade, ser convidado para interpretar tipos de “alma jovem”, como os que frequentam a praia, curtem as ondas e os namoricos. Segundo Nuno, essas escalações têm a ver com seu estilo de vida, ligado ao esporte, ou a associação de diretores e produtores entre ele e personagens do gênero.

“O mercado audiovisual abriu legal, a TV a cabo é muito boa. E agora tem esses canais estranhos, né? Netflix, Amazon… Todo mundo usa muito, mas eu não consigo sintonizar”, admitiu.

“A Record e o SBT estão produzindo pouco também, o que é ótimo. Abriu o setor de um jeito que dá para sobreviver”, elogiou.

Acomodação na TV aberta

A Gata Comeu - Danton Mello, Kátia Moura e Nuno Leal Maia

Nuno Leal Maia (na foto acima, em A Gata Comeu) lamentou a acomodação de alguns canais abertos, como Band e Cultura. O ator desabafou sobre a frustração com Ouro Verde (2017), novela portuguesa exibida pela Band em 2019.

“Vi que ia ter o Gracindo Júnior, a Zezé Motta, a Sílvia Pfeifer… Achei que era coisa nossa. Mas não! É portuguesa, vai ao ar dublada, parece até novela mexicana!”, alfinetou.

“Eu acho uma pena, porque a Band tinha uma tradição, eu fiz novela do Benedito Ruy Barbosa lá [Pé de Vento, 1980]”, completou o artista.

“A Cultura também podia voltar a investir, fazer teleteatro. Era um produto muito bom, tinha qualidade, boas histórias, dava gosto de ver. Mas parece que ela não quer, está meio acomodada, né?”, questionou.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor