Aos 70 anos, televisão brasileira vive crise de criatividade e sofre com ideias repetidas
18/09/2020 às 4h48
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Já dizia Chacrinha: na televisão nada se cria, tudo se copia. E assim chegamos aos 70 anos dessa fábrica de sonhos. 70 anos muito bem vividos, diga-se de passagem… Arrisco a dizer que ainda falta muito para o mercado de TV no Brasil atingir algo próximo da maturidade.
Quando tudo começou, lá em 1950, a aposta em conteúdo ao vivo era frequente por ser o método mais fácil de colocar programas no ar. Em 2020, tudo mudou nos termos técnicos, mas o ao vivo continua sendo o coringa das grandes redes de televisão, que perderam o medo de derrubar suas programações para cobrir os fatos do momento.
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Há 23 anos, um comunicador do interior do país foi alçado ao estrelato por ser desbocado e pelos seus comentários polêmicos. Se eu não tivesse citado datas, você poderia pensar em Sikêra Jr., que se enquadra perfeitamente nas características. Mas estou falando de Carlos Massa, o até hoje popular Ratinho.
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Indo um pouco mais atrás, voltando para 1990, tivemos o grande boom da Rede Manchete com a exibição de Pantanal, novela que tirou o sono da diretoria da Globo. Agora, 30 anos depois, adivinha quem vai ganhar uma nova versão e na própria Globo? Pois é…
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Também podemos falar do Aqui Agora, fenômeno nos anos 1990, ressuscitado sem sucesso em 2008 e que continua sendo a obsessão preferida de Silvio Santos, que vira e mexe perturba os seus diretores dando a entender que planeja voltar com o programa popular. Meses atrás, até mesmo Datena foi sondado para a nova ressurreição da atração.
Se não fosse a menção aos 70 anos da televisão lá em cima, assim como as citações temporais que explicitam que este texto foi escrito em 2020, você conseguiria perceber que se trata de um material atualizado? Pois é, caro leitor. E era esse o ponto em que eu queria chegar.
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A nossa televisão vive um eterno ciclo vicioso. As ideias se repetem e as figuras caricatas que fizeram sucesso no passado ressurgem em novas peles. Ao contrário dos demais países da América Latina, com muito menos verba publicitária, o mercado de televisão no Brasil sofre com o medo de ousar e com a mesmice eterna.
Que os próximos 70 anos sejam de mais pimenta e de ousadia nas nossas telinhas. O público merece, e os profissionais envolvidos também. Afinal de contas, uma coisa realmente une todos os brasileiros: a paixão pela televisão, independentemente de emissora ou programas.
SOBRE O AUTOR
Gabriel de Oliveira é jornalista e tem passagens marcantes por veículos renomados, dentre eles a Coluna do Leo Dias e o portal Notícias da TV. Apaixonado por televisão, séries e cinema, também é responsável pelo perfil @RickSouza no Twitter, com mais de 40 mil seguidores.