No dia 17 de junho de 2021, a Globo anunciou a saída definitiva de Fausto Silva da emissora. Tiago Leifert, que deixaria a emissora mais tarde, assumiu interinamente a faixa do Domingão, transformado em Super Dança dos Famosos. Posteriormente, em setembro, o Domingão com Huck assumiu definitivamente o horário.

A saída abrupta do apresentador, sem ao menos poder se despedir de seus telespectadores, é uma falta de respeito com a carreira e a trajetória do Faustão na emissora carioca.

Ele foi o responsável por salvar os domingos da Globo, que viviam de enlatados e desenhos, perdendo sistematicamente para o Programa Silvio Santos.

Fausto Silva não foi apenas a cara dos domingos da vênus platinada, mas era também o símbolo dos sorteios do canal em várias copas do mundo.

Trajetória na Globo

Em 1990, ele participava das transmissões, comentando e fazendo piadas com Galvão Bueno e Pelé.

Na virada do ano, foi o apresentador que puxava a contagem regressiva no Réveillon do Faustão e tapava um buraco gigante na noite do Ano-Novo, que ficou órfã da corrida de São Silvestre, disputada minutos antes da meia-noite até 1988.

Foi no Domingão que a Globo premiava seus artistas e homenageava grandes nomes da televisão com o Troféu Melhores do Ano.

Sem sombra de dúvidas, entre erros e acertos, o programa dominical foi uma grande vitrine para a programação da emissora e um chamariz de anunciantes, que viam na credibilidade do Faustão um ponto de ligação com o espectador.

Desculpa esfarrapada

Xuxa e Faustão

Foi injusto não permitirem que o Faustão seguisse até o fim, ou que, pelo menos, se fizesse um programa de despedida.

A volta dele para a Band não pode ser usada como desculpa esfarrapada. Essa foi, pelo menos, a alegação dada nos bastidores da emissora.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os apresentadores David Letterman e Conan O’Brien saíram da NBC de uma forma não amigável, mas tiveram a chance de se despedir do público com homenagens.

Faustão merecia esse tipo de tratamento da Globo, por sua importância e trajetória. O que deve ser dito é que, além do respeito com o profissional, o público também precisava ser respeitado, já que acompanhava o programa há 32 anos. Não se termina uma história assim.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor