Tiago Leifert alertou, quase que com essas palavras: repetir um comportamento já visto no BBB, quase nunca, é uma estratégia bem-sucedida. Nestas duas primeiras semanas de confinamento, ficou claro para o público – parece que não ainda para toda a casa – que “remake” não cabe em reality-show. Prova disso foi a saída de Jaqueline, na noite de ontem (7), já cravada nas redes sociais horas antes do programa ir ao ar, tão logo surgiu o vídeo em que a sister “prometia”, de certa forma, o benefício do “anjo” a Mahmoud.

Na noite anterior, ao ser alertada por Ana Paula que Mahmoud havia revelado tal promessa para alguns participantes, Jaqueline tomou-se do espírito justiceiro de Ana Paula Renault, do BBB16. O espetáculo contou com as mesmas marcações, praticamente: Jaqueline em pé, acuando Mahmoud sentado e quase que “inaudível” diante de tantos berros. A diferença, porém, estava na atuação e no papel: a biomédica passa longe do repertório e da inteligência da jornalista que marcou a edição de dois anos atrás; diferente de Laércio – o brother alvejado por Renault, condenado posteriormente por estupro de vulnerável -, Mahmoud estava com a razão.

Jaqueline buscou colocar-se como autêntica, honesta e barraqueira, o tipo infalível, às vésperas do paredão em que enfrentava Mahmoud e Gleici – que, embora tachada como “planta” aqui fora, já deu seus pitacos para a “harmonia da casa”, confrontando, inclusive, Nayara, a sister que parece falar pelas minorias, mas, logo na formação do primeiro paredão, deixou claro que mulher bonita não precisa do prêmio do BBB, podendo fazer R$ 1 milhão aqui fora (posando nua ou coisa que valha). Gleici foi mera coadjuvante na disputa em que o protagonismo ficou para a mocinha que prometeu e não cumpriu e o outrora vilão – quase nada se falou sobre a punição que ele, aparentemente, propositadamente causou.

Sorte de Mahmoud. Com Jaqueline desmentida pelas “70 câmeras” – como ela mesma dizia -, o brother ganha pontos com o público aqui fora. Deixou a postura vitimista de lado para ser a vítima de fato. Visto como “malvado” na semana anterior, por conta da indicação de Ana Paula ao paredão após supostamente tê-la perdoado por ter tido a infelicidade de chamá-lo de “viado”, Mahmoud agora tem chances de ganhar uma complacência da torcida que nota outra “repetição de comportamento”: a do homossexual bem resolvido que incomoda os machos da casa. O sexólogo tomou sete votos no último domingo (4), incluindo os de Caruso, Diego, Viegas e Wagner.

Em menor escala, claro, a oposição pode chegar, a longo prazo, a ser interpretada como fora o embate Dr. Rogério e seus amigos x Jean Wyllys, do BBB5. Mahmoud não tem pinta de campeão, como o hoje deputado federal tinha. Mas o fato de se tornar alvo constante pode torná-lo ainda mais “simpático” ao público. Jaqueline já deu o primeiro passo rumo à “consagração” do brother. Resta aos participantes entender que o BBB, por mais fake que pareça, é um jogo de autenticidade. E nem os melhores atores conseguem passar veracidade quando repetem papeis…


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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.