Antes de partir, astro negou pedido de parceiro: “Não deu tempo”
20/07/2023 às 10h32
Durante 28 anos, Jô Soares comandou o seu talk show no SBT e na Globo, sempre com muito sucesso. O apresentador contava com um time de músicos de talento, o Sexteto, que o acompanhava na música e nas piadas.
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A “vítima” preferida do entrevistador era o saxofonista Derico Sciotti, que esteve com ele desde o início do Jô Soares Onze e Meia em 1988.
Assessor de assuntos aleatórios
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O apresentador apelidou Derico como A.A.A. (Assessor de Assuntos Aleatórios), já que ele sempre estava em prontidão para responder e comentar as perguntas mais bizarras e surreais que os telespectadores mandavam para o programa.
Além disso, ele era chamado para enfrentar diversos desafios, como interagir com um tigre, ser depilado ou hipnotizado no palco.
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Batendo de frente com o patrão
Jô e Derico tinham uma grande ligação dentro e fora do programa. Muitas vezes, porém, ele tinham opiniões diferentes. Em algumas ocasiões, houve embates. Em entrevista ao podcast Ticaracaticast, no mês de agosto de 2022, o saxofonista contou um fato, do qual o entrevistador não gostou nem um pouco.
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“Ao falar sobre César Camargo Mariano, ele disse que ele é um grande músico, mas que não deveria ter tanta relevância. Eu não aguentei e falei que a Elis Regina tinha uma carreira antes e depois do César. A importância dele é total. Ele ficou muito puto, eu poderia ter falado depois, mas bati de frente no ar e ele não tirou”, contou o músico.
Um sonho que não foi concretizado
Mesmo com o fim do Programa do Jô, em 2016, Derico manteve contato com o apresentador, em respeito à amizade construída ao longo dos anos.
Jô Soares morreu no dia 5 de agosto de 2022, aos 84 anos. Nesse dia, Derico falou ao Bom dia São Paulo como foi sua última conversa com o mestre:
“Eu sempre tive um sonho na minha vida que era bater um papo [gravado] com ele, tipo o que a gente tá fazendo aqui. Eu tive momentos assim, mas queria um momento pra falar sobre tudo, passar a régua, como a gente faz com pai e mãe. Eu forçava a barra, ligava pra ele, falava ‘deixa eu ir aí, vamos conversar, deixa eu registrar um papo falando sobre coisas da vida’. Não deu tempo. Uma pena. Como a gente se divertiu, como era legal trabalhar aí [na Globo]. Fico feliz de ter tido a oportunidade”.
“Ele foi como um pai pra mim”
Emocionado, o saxofonista mostrou todo o respeito, a gratidão e a importância do apresentador em sua vida.
“Jô Soares é capaz de provocar ao mesmo tempo choro de tristeza, por sua partida, e de alegria, por tanta coisa boa que ele fez, que ele nos trouxe. Ele foi como um pai pra mim. Eu tive um pai maravilhoso, mas o Jô foi um pai diferente. Fez o que só ele poderia fazer como profissional e como tutor. Ele me ajudou de uma forma que não tenho capacidade de externar tudo que ele fez por mim”.