André Santana

Em sua carreira, Claudia Jimenez construiu uma notável trajetória no humor. A atriz integrou o elenco de importantes humorísticos, além de ter encarnado tipos cômicos em praticamente todas as novelas que participou, como Torre de Babel (1998) e América (2005). Por isso, em 2017, a artista desabafou sobre o preconceito de parte da classe artística a quem faz humor.

Sai de Baixo

Em entrevista à jornalista Leda Nagle, Claudia revelou uma ponta de mágoa ao afirmar que atores que fazem humor não são lembrados para fazer outros tipos de trabalho. O assunto foi levantado pela jornalista, que perguntou a Claudia se ela achava que havia preconceito com quem fazia humor.

“É, tem! Esses diretores ‘modernos’ não gostam de chamar comediantes para as peças, eles acham que tem que ser atrizes dramáticas”, analisou Claudia.

“Só que eles [os diretores] não sabem que uma atriz comediante faz qualquer coisa. Já não é o caso da atriz dramática, que fazer rir não é fácil, deixando a modéstia de lado”, completou.

Outras facetas

Negócio da China

Fazer trabalhos além do humor parecia ser uma busca constante para Claudia Jimenez. Em recente entrevista, o ator e dramaturgo Miguel Falabella revelou que a atriz desabafou sobre isso com ele, pedindo a Falabella que escrevesse “algo sério” para ela encenar. O autor, então, escreveu a peça Como Encher um Biquíni Selvagem.

Aliás, Falabella também foi uma das poucas pessoas que escalou Claudia Jimenez para papéis que iam além do humor na TV. Na esquecida série A Vida Alheia, a atriz vivia Alberta Peçanha, uma esnobe e mau-caráter editora de uma revista de fofocas.

Claudia também encarou um papel um pouco mais sério em Além do Horizonte, trama das sete que trocou o humor habitual do horário por uma história de mistério. Na fracassada trama de Carlos Gregório e Marcos Bernstein, ela viva Zélia, recepcionista da comunidade secreta onde o vilão LC (Antonio Calloni) explorava seus integrantes.

Secretamente, Zélia fazia parte de um grupo de resistência aos vilões, mas sua participação acabou abreviada na produção. Na época, os problemas de saúde da atriz inviabilizaram sua permanência no folhetim, e a personagem acabou capturada e morta logo no começo da trama.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor