Antes de partir, atriz ficou brava com reprise de novela da Globo

Eva Wilma, que estava afastada do vídeo desde que apareceu em uma participação em O Tempo Não Para (2018), voltou às novelas na edição especial de Fina Estampa (2011). A trama figurou no lugar de Amor de Mãe (2021), que foi paralisada devido à pandemia de Covid-19.

Reprodução / Globo

Com isso, não só o público, mas a própria atriz pôde rever o trabalho com outros olhos, talvez com mais senso crítico. Eva chegou a fazer um balanço sobre a sua personagem, relembrando outra vilã que interpretou.

Na obra de Aguinaldo Silva, a atriz deu vida à Íris, tia da grande vilã Tereza Cristina (Christiane Torloni) e sua principal pedra no sapato.

Críticas à sua própria atuação

Na ocasião, a veterana aproveitou para reavaliar o seu papel e revelou se criticar quando assistia aos seus trabalhos mais antigos, reconhecendo os seus acertos e o que poderia ser melhorado em sua atuação. Mesmo assim, a artista demonstrou prazer em revisitar a obra.

“Às vezes, eu fico brava vendo meus defeitos (risos). Brincadeira, claro que vejo onde acertei. Mas me critico sim. Assistindo à reprise, penso: ‘que bom que me puseram nessa cena’, mas penso também que bobeei em alguma outra. E, assim, vou acompanhando com prazer a novela”, disse em entrevista ao jornal Extra em 3 de julho de 2021.

Na sequência, Eva Wilma ainda apontou as semelhanças de Íris com a vilã Maria Altiva de A Indomada (1997), dizendo que ela era uma descendente da megera.

“Íris é descendente da Altiva, as duas têm em comum o fato de desencadearem todas as pequenas maldades. É uma personagem que fica entre a protagonista, Griselda, e a antagonista, Tereza Cristina. Eu gosto muito do humor das duas”, comentou aos risos.

Desejo de voltar a trabalhar

Isolada durante a pandemia, a atriz revelou que além de assistir à reprise da novela, ela se distraia com livros, música e exercícios físicos, assim como fazia parte de um grupo de conversas composto por amigas de colégio conhecidas há mais de seis décadas.

Mesmo assim, Eva, que iniciou sua carreira aos 19 anos, demonstrou ansiedade em voltar a praticar o seu ofício, onde falou dos projetos que faria com seu filho, que é músico.

“Após o isolamento, quero continuar fazendo teatro, cinema e TV, meu ofício há mais de seis décadas. Retomaremos as filmagens do longa “As aparecidas”! E quero também voltar com o espetáculo “Casos e canções”, que faço ao lado do meu filho, John Herbert Junior (na foto acima com a mãe). Ele é músico, compõe, toca violão e canta. Já fizemos turnês em São Paulo duas ou três vezes com esse recital, e eu estimulei as escolhas de quase todas as músicas”, declarou ela.

Despedida

Mas Eva Wilma nos deixou pouco mais de um ano depois da reestreia da edição da novela protagonizada por Lilia Cabral. A artista faleceu aos 87 anos, em 15 de maio de 2021, após perder a luta contra um câncer de ovário diagnosticado há anos.

Ela passou cerca de um mês internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar problemas cardíacos provenientes do tumor que a vitimou.

Consagrada no teatro, cinema e principalmente na televisão, Eva Wilma deixou o seu legado para a cultura brasileira, participando de dezenas de novelas, como a primeira versão de Mulheres de Areia (1973) onde viveu as gêmeas Ruth e Raquel, na TV Tupi.

Na Globo, esteve em obras de sucesso como Sassaricando (1987), Pedra Sobre Pedra (1993), O Rei do Gado (1996), A Indomada (1997), Verdades Secretas (2015), entre outras.