Estrela da Globo terá que pagar pedágio na concorrência
05/09/2022 às 10h45
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Os tempos são outros na televisão, principalmente para os lados da Globo. Quem poderia imaginar que, em plena guerra de renovação dos acordos com atores e atrizes, a emissora iria manter uma contratada no ar e ainda dividi-la com uma de suas principais rivais no mercado?
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Pois é, o canal vai repartir uma de suas estrelas com a mais nova (e talvez mais forte) concorrente: Larissa Manoela, vinda do SBT, com passagem recente por Além da Ilusão, a bem-sucedida novela da seis de Alessandra Poggi onde ela respondeu, em fases diferentes, pelas irmãs Elisa e Isadora.
Compromisso com a antiga casa
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A concorrente em questão, Netflix, tem levado boa parte dos ex-contratados da Globo para seus projetos. Na plataforma de streaming, a jovem atriz já estrelou três longas dos quatro previstos em contrato: Diários de Intercâmbio, Lulli e Modo Avião.
Larissa está cotada para Terra Vermelha, a próxima novela de Walcyr Carrasco, mas para isso precisará cumprir o acordo com a gigante do streaming. De acordo com informações da jornalista Patrícia Kogut, de O Globo, ela roda outro longa antes de estrear no principal horário global. São os novos tempos da TV brasileira…
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Empréstimo
Situação parecida ocorreu em 1997, quando Ana Paula Arósio protagonizou Hilda Furacão na Globo mesmo estando contratada do SBT. O caso ficou conhecido na imprensa; a atriz foi emprestada para a concorrente, tendo de retornar posteriormente para a rede de Silvio Santos e concluir episódios do Teleteatro – série adaptada de textos mexicanos –, até o fim do compromisso, quando, enfim, foi contratada pela casa dos Marinho.
Ana Paula havia sido revelada na novela Éramos Seis (1994). Ela despertou a atenção da Globo, que queria um nome de fora dos seus domínios para estrelar a minissérie, quando viveu Isabel, protagonista de Os Ossos do Barão (1997). Interessado em segurar a atriz no casting, Silvio optou pelo empréstimo, conforme informou o Jornal do Brasil na ocasião.
Ana Paula Arósio foi para a Globo, estrelou a minissérie, retornou ao SBT para filmar as quatro últimas edições do Teleteatro e ficou, enfim, livre para assinar com a emissora carioca, arrebatando o principal papel feminino de Terra Nostra (1999).
Vale lembrar que a Globo e o SBT eram arquirrivais durante toda a década de 1990, o que fez com que esse acordo fosse recebido com estranheza por parte do público e da imprensa especializada.
Hoje em dia, a relação Globo e Netflix também não é das melhores… O canal perdeu algumas peças importantes para a plataforma, por vontade própria dos ex-contratados ou por deixá-los à disposição do mercado.
O fato é que soa, no mínimo, curioso ver uma artista contratada e do porte de Larissa Manoela precisando entregar uma obra fora da emissora mais poderosa do país para então poder atuar em uma de suas produções. Ou a Globo ter firmado compromisso com a atriz mesmo sabendo da pendência com o streaming…
Tal situação mostra que a televisão brasileira está evoluindo. As relações e acordos empresariais também.