Silvio Santos, que completa hoje 90 anos de vida, é um dos maiores e mais versáteis apresentadores da história da televisão brasileira. Seja qual for o formato do programa, Silvio apresenta com maestria e muita desenvoltura.

Foram inúmeras atrações que o Homem do Baú comandou ao longo de sua carreira. Muitos fizeram grande sucesso, outros nem tanto. Mas houve um programa em que Silvio enfrentava os desafios de peito aberto: Sinos de Belém.

A atração era inspirada no argentino La Campana de Cristal, apresentado por Cacho Fontana, um famoso comunicador argentino. O formato era inovador e trouxe uma grande audiência para o Canal 13, emissora onde era exibido.

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“Quem trouxe o formato de La Campana de Cristal para o Brasil foi Nelly Raymond (foto abaixo), grande apresentadora e produtora de programas femininos e de concursos de beleza na Argentina” conta o jornalista Fernando Morgado, autor da biografia Silvio Santos – A Trajetória do Mito (2017).

Nelly se tornaria fundamental na carreira de Silvio: foi contratada para desenvolver projetos em conjunto com o comunicador e criou programas importantes da história do SBT, como o Viva a Noite, que alçou Gugu Liberato para a fama, além de produzir as atrações Tempo de Alegria e Alô Christina.

Por mais que seja inspirado em um programa argentino, Sinos de Belém teve uma característica própria, colocando entidades e colégios para disputar o grande prêmio. Porém, o sucesso estava nos quadros, pois, além dos participantes, o próprio Silvio se colocava em risco.

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“Sinos de Belém ficou famoso pelas provas que Silvio Santos fazia e que eram altamente arriscadas. Esses momentos garantiam elevados índices de audiência nas tardes de domingo para a TV Globo, onde Silvio atuava na época. Além disso, a atração de tinha um forte caráter assistencial, pois recolhia donativos para entidades que cuidavam de crianças, enfermos e idosos” afirma Morgado.

Algumas dessas provas são icônicas: Silvio virou alvo de um atirador de facas e subiu em uma escada até o 15º andar de um prédio em São Paulo, com a ajuda do Corpo de Bombeiros, sem proteção alguma.

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Também utilizou um helicóptero, que estava parado a 50 metros de altura, desceu por um cabo e “pousou” em um barco que estava na represa do Guarapiranga. Além de tudo isso, participou de uma corrida de burros.

De fato, esse tipo de programa era uma novidade e o público adorava ver o Silvio enfrentando o perigo. O apresentador gostava e se divertia realizando essas provas, porém a produção e os executivos do Grupo Silvio Santos ficavam inseguros, pois ali o empresário e pai de família estava colocando sua vida em risco. Ele acatou aos pedidos e deixou o perigo de lado.

Sem dúvidas, Sinos de Belém trouxe inspirações para outros apresentadores e marcou época não somente na televisão, como na carreira brilhante do aniversariante do dia.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor