“Brinca criança, brinca meninada!”. Com esta indicação aos pequenos, Angélica apresentava sua casa ao público que a acompanhava na Manchete e ao que conquistou no SBT. Em 11 de maio de 1996,  no entanto, a loirinha deixou de apresentar o Casa da Angélica, programa infantil que a lançou na emissora de Silvio Santos, após mais de cinco anos no canal de Adolpho Bloch.

Angélica e Silvio Santos

Da implantação, em 9 de agosto de 1993, ao término, em maio de 1996, muitas curiosidades marcaram a trajetória da atração.

Confira:

Contratação

Casa da Angélica

O ingresso de Angélica no SBT se deu em abril de 1993, em meio a boatos acerca de um salário dez vezes maior do que o pago pela Manchete e celebrado com uma matéria de Madgalena Bonfiglioli no lendário Aqui Agora. Começou então a preparação para o lançamento do ‘Casa’, a princípio programado para a faixa matutina e depois alocado nas tardes. A previsão era de que o programa entrasse no ar em 2 de agosto, mesmo dia em que Eliana estreava o seu Bom Dia & Cia.

Mas, problemas com o formato sugerido pelo diretor Rogério Gallo (egresso da MTV), acabaram por causar o adiamento da atração. Toda a equipe contratada para o projeto foi demitida; o diretor Marcelo Zambelli e os redatores Dagomir Marquezi e Wilson Rocha, que acompanhavam Angélica no Clube da Criança e no Milk Shake, de sua antiga casa, foram convocados para repaginar o conteúdo inicialmente proposto.

Casa da Angélica

Devido a estreia protelada, o SBT, que havia encerrado as reprises de Carrossel e Rosa Selvagem para colocar o Casa da Angélica no lugar, recorreu à exibição da Sessão Desenho com Vovó Mafalda (Valentino Guzzo) para tapar o buraco das tardes. Dentre as animações exibidas no ‘Casa’, Pica-Pau, Dennis – O Pimentinha, Ducktales, Tom & Jerry, Os Jetsons e o “coringa” Chaves.

Promovendo a marca

Angélica

Angélica aproveitou a estreia na nova emissora para promover sua marca. Lançou a sua famosa pinta, um tecido adesivo no formato da marca que ostenta na coxa esquerda. Também reformulou seu repertório: o álbum ‘Meu Jeito de Ser’ contava com composições de Fausto Fawcett, Fernanda Abreu e Paula Toller. A música de trabalho, ‘Flecha de Amor’, composta por Evandro Mesquita e Vinícius Cantuária, marcou sua estreia na parada de clipes de MTV Brasil.

Em 1994, com a saída de Mara Maravilha do SBT, o ‘Casa’ reduziu o tempo dedicado aos pré-adolescentes, ampliando seus investimentos no público infantil. Contudo, as paródias que Angélica fazia de personalidades como do multimídia Jô Soares e da culinarista Ofélia Anunciato, foram mantidas. A loira também reverenciou as novelas mexicanas com Tempestade de Lágrimas, da qual participava Otaviano Costa.

Otaviano Costa e Angélica

Ainda neste ano, o departamento de teledramaturgia, comandado por Nilton Travesso, cogitou dar à Angélica um papel em Éramos Seis, principal aposta do SBT no setor, após anos sem lançar uma produção própria.

A ideia era preparar a moça para uma personagem maior, em Mariana – A Menina de Ouro, uma série de Flávio de Souza (autor de Mundo da Lua, da Cultura), que acabou não saindo do papel.

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Conselho de Silvio Santos

Angélica

O que vingou, de fato, foram dois novos programas, que aproximavam Angélica outra vez do público adolescente: Passa ou Repassa e TV Animal. E assim seu primeiro programa no canal de Silvio Santos foi ficando de lado. Remanejada para as manhãs, a atração perdeu audiência. E acabou extinta em maio de 1996.

Silvio fez de tudo para mantê-la na emissora, inclusive aconselhando-a a recusar a proposta.

“Você está deslumbrada porque é a TV Globo”, disse o animador.

Mas foi em vão: nesta altura, ela já havia assinado com a Globo, frustrando os planos do “patrão” de lançá-la aos domingos, com uma produção para toda a família. Angélica estreou na Globo em setembro de 1996, com o infantil Angel Mix, que ainda contava com a novelinha Caça Talentos.

Muitos anos depois, a esposa de Luciano Huck deixou a emissora – seu último trabalho na casa foi o programa Simples Assim, e atualmente bate ponto em produções da HBO Max.

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.