Um dos tipos mais lembrados da versão clássica da Escolinha do Professor Raimundo era o Seu Mazarito, vivido pelo saudoso comediante Costinha. Ele era famoso por suas piadas e causos, sempre encerrando sua participação com um tradicional ruído que arrancava gargalhadas.
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Mas, nos bastidores da atração comandada por Chico Anysio (foto acima), nem todos achavam graça de Costinha. Alguns atores que integraram o elenco do humorístico revelaram que, fora do ar, o humorista não era das melhores pessoas para se conviver.
Sem graça
Nizo Neto, filho de Chico Anysio, também frequentou a escolinha do professor vivido por seu pai. Ele era Ptolomeu, aluno mais inteligente da classe e que era constantemente elogiado pelo professor Raimundo.
Em entrevista ao podcast Papagaio Falante, comandado por Sergio Mallandro, Neto revelou que, fora das gravações, Costinha não era uma pessoa muito sociável.
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“O Costinha era o cara mais sem graça que eu conheci na vida fora do palco. Ele era caladão, mal humorado. Ele colocava a dentadura e já mudava a cara. Ficava lá no canto, quietinho, lendo uma revista… Não tinha graça nenhuma. Agora, entrava em cena.. era um monstro!”, relatou.
Chato e machista
Com diversas passagens pela Escolinha, a atriz Fafy Siqueira (foto acima) deu vida a personagens como Gardênia Alves, Humberto Carlos e Lusa do Canindé. Ela foi colega de Costinha no humorístico nos anos 1990 e não guarda boas lembranças do artista.
“Tenho uma coisa para falar. Não tenho papas na língua mesmo. Eu tinha horror ao Costinha. Achava ele sem graça, chato para caramba como pessoa. Não tenho nenhum problema em falar. Nada pessoal, sempre foi simpático comigo. Mas meu anjo da guarda não gostava dele. E achava ele ruim. Não achava engraçado. Achava machista para caramba. Não gosto dele. Enfim, desabafei agora”, declarou Fafy, em entrevista ao Morning Show, em maio de 2018.
Em outubro do ano passado, Fafy Siqueira participou do canal Elementar Show e foi questionada sobre as declarações. Sem titubear, a artista reafirmou todas as suas críticas com relação a Costinha e disse que suas atitudes nos bastidores a incomodavam.
Fafy contou que, um dia, flagrou o humorista mentindo que teve problemas com o horário da gravação por erro de uma produtora. Ela, então, o confrontou, o que teria deixado o humorista furioso.
“Ele ficou puto comigo. ‘O que essa mulher pensa que ela é?’! Ah, que cara escroto, que cara babaca!”, disparou.
Expoente do humor
Costinha (foto acima) é considerado um dos maiores humoristas do Brasil. Lírio Mario da Costa, seu nome de batismo, tinha o humor no sangue, já que seu pai era palhaço de circo. O artista chegou ao rádio aos 19 anos, em 1942, quando foi contratado para ser faxineiro na Rádio Tamoio.
Logo o talento do artista foi reconhecido e ele trocou a vassoura pelo microfone, atuando em radionovelas. Foi no rádio que ele estreou na Escolinha do Professor Raimundo, que nasceu no veículo. Costinha logo se consagrou com suas piadas de duplo sentido, repletas de obscenidades e suas famosas imitações de “bichinha”.
Nos anos 1950, ele chegou ao cinema, como coadjuvante em diversas chanchadas. Já na TV, sua estreia foi em Praça da Alegria, na Globo, em 1978. Costinha também esteve em Apertura (Tupi, 1980), Planeta dos Homens (Globo, 1981), A Praça É Nossa (SBT, 1989) e Os Trapalhões (Globo, 1991), entre vários outros programas.
Costinha faleceu em 15 de setembro de 1995, aos 72 anos, de enfisema pulmonar.