Alice Wegmann vive seu melhor momento em Onde Nascem os Fortes
10/07/2018 às 10h00
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Que Malhação é um celeiro de talentos já é sabido há tempos. O seriado adolescente lançou muito ator talentoso no mercado e segue apresentando novos rostos que emplacam na carreira. A recém-terminada Viva a Diferença, por exemplo, foi protagonizada por cinco meninas ótimas. Toda temporada revela bons nomes. Algumas mais e outras menos. Alice Wegmann é uma dessas gratas revelações e atualmente protagoniza com extremo brilhantismo Onde Nascem os Fortes, trama das 23h, classificada pela Globo como supersérie.
A atriz é até um caso “atípico”. Isso porque sua primeira aparição foi na fase de 2010, escrita por Emanuel Jacobina, onde interpretou a simpática Andréia, uma menina que entrou na metade da história e não teve muita importância. Em 2011, por sua vez, Alice conseguiu mostrar um pouco mais do seu talento na primorosa A Vida da Gente, novela das seis de Lícia Manzo. Ela emocionou vivendo a tenista Sofia. Também era um perfil secundário, mas proporcionou bons momentos para a intérprete. Até que, em 2012, Alice voltou para Malhação, interpretando Lia, uma das protagonistas do enredo de Rosane Svartman e Glória Barreto. Ou seja, esteve duas vezes no seriado adolescente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A marrenta roqueira foi defendida com muita competência pela atriz, que ainda fez uma deliciosa parceria com Agatha Moreira, intérprete da doce Ju, outra boa revelação da fase e que atualmente se destaca como Ema em Orgulho e Paixão. Lia foi o divisor de águas na carreira de Alice. A personagem era um dos trunfos da Malhação Intensa e o sucesso dessa temporada ajudou a projetá-la para voos mais altos. Afinal, os demais autores e diretores passaram a observá-la melhor. Não por acaso, acabou escalada para a segunda fase de Em Família, fracassada novela de Manoel Carlos, exibida em 2014. Apesar dos inúmeros erros do enredo, Alice se destacou na pele da ardilosa Shirley, vilã que foi vivida por Vivianne Pasmanter na terceira fase.
Seu desempenho foi tão bom que no mesmo ano esteve presente no elenco de Boogie Oogie, equivocada trama das seis que também fracassou na audiência. Deixando todos os problemas do folhetim de lado, é preciso ressaltar seu ótimo desempenho na pele da determinada Daniela. Em 2016, a atriz encarou cenas de grandes dificuldades dramáticas na elogiada minissérie Ligações Perigosas, de Manuela Dias, e arrebentou. Protagonizou momentos intensos ao lado de nomes como Selton Mello e Patrícia Pillar. A ingênua Cecília ficou em ótimas mãos.
LEIA TAMBÉM:
● Não merecia: rumo de personagem desrespeita atriz de Mania de Você
● Sucesso da reprise de Alma Gêmea mostra que Globo não aprendeu a lição
● Reviravolta: Globo muda rumo da maior tradição do Natal brasileiro
Sua atuação ainda rendeu mais reconhecimento em A Lei do Amor, trama problemática escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. Foi a primeira trama de horário nobre que contou com a presença da intérprete, que conseguiu convencer na pele da enigmática Isabela/Marina.
Agora, no entanto, Alice Wegmann vive seu melhor momento na televisão. A visceral Maria parece ter sido escrita especialmente para ela. Mas não foi o caso. Pâmela Tomé, que vem emocionando com a doce Jane em Orgulho e Paixão, tinha sido a primeira opção para o papel, mas acabou deslocada para o folhetim das seis e Alice, que estava escalada para viver a Ema do mesmo enredo, foi escolhida por José Luiz Villamarim para protagonizar Onde Nascem os Fortes. O próprio diretor ligou para a atriz e perguntou se topava o desafio. Ela, claro, aceitou na hora, oficializando a “troca” de produções. Uma troca que resultou em benefício para ambas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A personagem central da atual trama das onze enfrenta uma perigosa caçada, passando por inúmeros sofrimentos e angústias desde que seu irmão gêmeo foi morto misteriosamente na fictícia Sertão. Ela buscou por justiça atrás do responsável por esse crime, enquanto era vítima de várias emboscadas armadas por Pedro Gouveia (Alexandre Nero) – principal suspeito da morte do rapaz – e Plínio (Enrique Diaz), inescrupuloso delegado do lugar. Maria era ao mesmo tempo caça e caçadora. Mesmo diante dessa avalanche de sofrimento e medo, não recua e consegue enfrentar seus inimigos de igual para igual.
A entrega de Alice é impressionante. Seu sotaque nordestino está perfeito, assim como suas expressões faciais, expondo com precisão cada sentimento daquela menina que virou uma verdadeira muralha de resistência física e emocional. Todas as suas cenas são pesadas, carregando uma dose excessiva de drama. Não é qualquer jovem atriz que conseguiria viver um tipo assim. E suas sequências com Alexandre Nero, Patrícia Pillar, Enrique Diaz, Lee Taylor, Gabriel Leone, entre outros, são sempre grandiosamente interpretadas. Agora, em plena reta final, a personagem cedeu seu protagonismo para tipos como Ramiro, Cássia e Ramirinho. Ainda assim, a atriz vem ganhando boas cenas, como a recente descoberta de Maria a respeito de sua mãe – Cássia criou os filhos de sua melhor amiga como se fossem seus.
Onde Nascem os Fortes conta uma história densa e sua protagonista passa longe da classificação de mocinha. É uma sobrevivente que busca justiça. Alice Wegmann vem angariando merecidos elogios pelo seu irretocável trabalho na trama de George Moura e Sérgio Goldenberg, expondo a todo instante o quanto Maria é corajosa. Um perfil que envolve quem assiste, despertando uma natural torcida. O ótimo desempenho da atriz, inclusive, já rendeu a escalação para outra produção: Troia, novela das nove escrita por Manuela Dias, prevista para 2019. Merecido.