As semanas de A Viagem seguem sem grandes acontecimentos. Porém, acho que ainda não dá para chamar de “barriga”. Talvez uma pancinha. Sinto que a morte de Otávio está próxima, o que irá movimentar a novela.

 Entre os fatos que marcaram a semana, está o sumiço de Patty. Após mais uma crise de Téo, a menina saiu sozinha pelo restaurante e perdeu-se no parque. O capítulo de quarta-feira foi todo dedicado à busca dos personagens pela menina. Achei as cenas muito boas. Os personagens e a direção conseguiram passar um clima de tensão.

A menina Viviane Pinheiro é uma graça e é sempre bom ver a personagem com o pai Téo, ainda mais porque sabemos que a relação dos atores era ótima. Como já afirmei aqui anteriormente, Viviane revelou ao Video Show que adorava Maurício Mattar!

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 Outra sequência importante foi o “bola fora” de Ismael, que perdeu o controle na frente da filha Bia e de Estela quando Regina inventou de que eles queriam “juntar os panos”. Ismael caiu em contradição, já que ele inventa para Bia que sua intenção é reconstruir sua relação com Estela e a menina se escora nisso. Ainda é pouco, mas talvez tenha acendido um alerta amarelo na cabecinha oca de Bia.

 Eu sei que foi uma cena séria, mas gargalhei quando, na sequência da reunião mediúnica na casa de Alberto, em que Alexandre incorpora uma médium, ela fala com a voz dele “Que palhaçada!“. Humor involuntário. Ri, mas com respeito!

Estranhei o fato da médium falar com a voz do espírito. Um amigo conhecedor do assunto afirmou que não acontece dessa forma. O máximo é o espírito induzir o médium a imitar a voz dele. No caso em questão, seria impossível, porque a médium (uma mulher) não reproduziria fielmente o timbre grave de um homem.

De qualquer forma, entendemos que há uma licença poética a que a novela se permite, até para causar maior impacto e também para a cena ficar mais didática.

 Finalmente começou a tocar a trilha internacional de A Viagem. No encerramento do capítulo de quarta-feira, quando Téo encontra Patty, que estava desaparecida, ouvimos I´ll Stand By You (Pretenders) – que voltou a tocar no dia seguinte, em uma cena de boate. Tocaram ainda Why Worry (Art Garfunkel) e Crazy (Julio Iglesias), nos encerramentos dos dias seguintes.

A trilha internacional de A Viagem foi um sucesso de vendas: de acordo com site Memória Globo, vendeu mais de 600 mil cópias. Durante a reprise da novela em 2006 (no Vale a Pena Ver de Novo), a Som Livre relançou no mercado o CD internacional, sendo esta a única ocasião em que uma trilha internacional de novela foi relançada.

No capítulo de segunda-feira, houve uma cena perdida de Maria, a babá de Patty, pega por Estela vestida com roupas de Diná. Sei que esse plot avança, mas durante a semana não se falou mais no assunto.

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 A cena de briga entre Tato e seu amigo Caíto soou forçada e gratuita. Ainda mais porque Caíto sempre foi mostrado como um rapaz calmo, já que o amigo arruaceiro é Johnny. O objetivo da sequência deve ser para reforçar a admiração que Tato tem pelo pai Otávio. Ou para fazê-lo tomar coragem para enfrentar a turma de Ismael e não parecer tão “certinho”.

Na novela original (da Tupi, de 1975), Caíto e Johnny são um personagem só, chamado Caíto, vivido por Kadu Moliterno. Na Globo, Johnny é Danton Mello e Caíto é Lúcio Mauro Filho, novinho, em sua primeira novela.

 Vocês não acham Kazuo (irmão de Okida) um “japonês” muito caricato? O sotaque, os maneirismos, os conhecimentos em informática. Parece estereotipado demais.

 O ator que fez o juiz na audiência de divórcio de Estela (que já havia aparecido na audiência do divórcio de Diná) é o saudoso Alberto Perez (falecido em 2002), conhecido de algumas novelas, principalmente da década de 1970, como Senhora, Vejo a Lua no Céu e Duas Vidas.

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira. Leia todos os textos do autor