Alcoolismo, amputação e mais: o triste fim de três alunos da Escolinha

Chico Anysio caracterizado como Professor Raimundo

Chico Anysio caracterizado como Professor Raimundo

Um dos grandes sucessos do humor na televisão foi A Escolinha do Professor Raimundo, criação do genial Chico Anysio (1931-2012) que apresentava inúmeros tipos interpretados por comediantes consagrados ou que estavam em início de carreira.

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Chico Anysio caracterizado como Professor Raimundo

Muitos desses artistas já não estão mais entre nós, e três humoristas queridos pelo público passaram por sérios problemas no final de suas vidas.

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A luta contra o alcoolismo

Natural de Salvador (BA), Rony Cócegas começou sua carreira nos anos 1960, como calouro do Programa Raul Gil. Logo, ele foi contratado para atuar no Show do Riso, atração exibida pela extinta TV Excelsior.

Posteriormente, o humorista esteve presente em vários programas humorísticos, como Chico City, Uau, a Companhia e Balança Mas Não Cai, Domingo é Dia de Show e Os Trapalhões. Rony foi um dos primeiros contratados do SBT, atuando em atrações como Reapertura e Alegria 82.

Na Praça é Nossa, Rony Cócegas fez enorme sucesso com o personagem Lindeza, homem que usava uma gravata que levantava quando via uma mulher bonita. Ele usava o famoso bordão “Calma, cocada”.

Já na Escolinha, ele deu vida a Galeão Cumbica, homem de cabelos esticados imitando uma asa de avião.

Rony Cócegas como Galeão Cumbica (Reprodução / Web)

A saúde de Rony já preocupava amigos e familiares quando ele teve um infarto durante as gravações da Escolinha, em 1991. Recuperado, ele voltou a gravar, mas o alcoolismo era o grande problema de sua vida e já fazia anos que ele lutava contra o vício.

Em julho de 1999, o artista foi internado por conta de uma hemorragia digestiva, consequência de uma cirrose. Após 21 dias no hospital, Rony Cócegas morreu, em 25 de julho de 1999, aos 59 anos.

Da glória para as dívidas

Nélia Paula na Escolinha do Professor Raimundo (Reprodução / Globo)

Nélia Paula nasceu na Argentina, veio para o Brasil quando era criança e morou na cidade de Niterói (RJ). O primeiro trabalho da atriz foi no teatro de revista, que apostava em números musicais e humorísticos.

Na década de 1960, foi para a televisão e fez grande sucesso na Globo, atuando nos programas Chico City, Brasil 78, Saudade Não Tem Idade e Sítio do Picapau Amarelo. A atriz também atuou nas novelas Guerra dos Sexos (1983), Partido Alto (1984), Roque Santeiro (1985), Selva de Pedra (1986) e Carmem (1987).

Aos poucos, Nélia foi perdendo espaço na televisão e foi chamada por Chico Anysio para participar da Escolinha, em 1990, interpretando as personagens Amparito Pêra, Dona Clara e Dona Cora. Ela fez parte do elenco até 1993, quando encerrou a carreira na TV.

Ary Fontoura e Nélia Paula em Roque Santeiro (Reprodução / Web)

Por conta dos problemas financeiros, a atriz deixou seu apartamento em Copacabana e foi morar no Retiro dos Artistas, em 1994. Assim, durante oito anos, ela permaneceu na instituição.

Nélia Paula morreu em 8 de setembro de 2002, aos 71 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante.

Dublador de talento

Olney Cazarré (Reprodução / Web)

Outro grande artista que fez parte da Escolinha foi Olney Cazarré, um dos grandes dubladores que o Brasil já teve. Irmão de Older Cazarré, que também foi ator, Olney começou como projetista na AIC (Arte Industrial Cinematográfica) e logo seu talento como dublador foi descoberto.

Foram vários personagens aos quais ele emprestou sua voz, mas o seu maior sucesso foi o Pica Pau, que é lembrado até hoje por inúmeros telespectadores que se divertiram assistindo o desenho do pássaro e suas confusões.

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Na televisão, Olney esteve presente nas novelas Rosa dos Ventos (1973), Vila do Arco (1975), Meu Rico Português (1975), Os Apóstolos de Judas (1976), Feijão Maravilha (1979) e na série Amizade Colorida (1982).

O ator esteve presente nos humorísticos Chico Anysio Show (1982), da Globo, e Humor Livre (1984), do SBT. Sua estreia na Escolinha do Professor Raimundo foi em 1990, dando vida a João Bacurinho, que era um torcedor fanático do Corinthians.

Olney sofria de tromboangeíte obliterante, que envolve artérias e veias de pequeno e médio calibre. Por conta disso, ele perdeu os movimentos das pernas e teve que se submeter à amputação, o que fez com que ele se afastasse da TV.

O ator morreu aos 45 anos, em 19 de janeiro de 1991.

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