Álcool e drogas destruíram carreira de musa da Globo nos anos 70

Marca da Globo e Djenane Machado

A atriz Guta Stresser se eternizou ao viver a personagem Bebel na segunda versão de A Grande Família, exibida pela Globo entre 2001 e 2014. No entanto, ela foi a terceira atriz a dar vida à personagem, que teve duas intérpretes nos anos 1970.

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Recentemente, foi divulgada a notícia da morte da atriz Djenane Machado, aos 70 anos, ocorrida no dia 23 de março. A artista, que vivia reclusa há três décadas, foi a primeira Bebel e teve a carreira prejudicada pelo vício em álcool e drogas.

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Uma das atrizes mais requisitadas e queridas pelo público na década de 1970, Djenane estreou na televisão em 1968, na novela Passo dos Ventos, de Janete Clair, na Globo.

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Nos anos seguintes, participou de diversas outras tramas na emissora carioca, como A Ponte dos Suspiros (1969), Véu de Noiva (1969), Rosa Rebelde (1969), Assim na Terra como no Céu (1970), O Cafona (1971), O Primeiro Amor (1972), Estúpido Cupido (1976), Espelho Mágico (1977), Saudade Não Tem Idade (1978) e Ciranda de Pedra (1981).

Já fora da Globo, esteve na TV Cultura, onde atuou em Música ao Longe (1982), e na Rede Manchete, participando de Tudo em Cima (1985), Novo Amor (1986) e Tudo ou Nada (1986).

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Sucesso

Seu papel em O Cafona, Lucinha Esparadrapo, foi um dos grandes destaques de sua carreira, e foi inclusive tema de uma das principais músicas da trilha da novela, cantada por Betinho. A personagem de Djenane era uma hippie que vivia em uma comunidade ao lado de Ary Fontoura, Carlos Vereza e Marco Nanini.

Além disso, sua participação no seriado A Grande Família, como Bebel, na primeira temporada (1973/1974) fez com que a atriz ganhasse projeção nacional. Porém, marcou também o início de seus problemas com a Globo.

Afastada das novelas nesse período, Djenane começou a chegar atrasada às gravações do seriado e desistiu de fazer a segunda temporada. A artista precisou se substituída de um dia para o outro por Maria Cristina Nunes. Sua atitude não pegou nada bem na direção da emissora e ela ficou na ‘geladeira’ por dois anos.

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Decadência

Na mesma época, Djenane era uma das vedetes mais requisitadas dos espetáculos produzidos por seu pai, Carlos Machado, conhecido como o “rei da noite”.

Porém, a atriz já estava tendo problemas com drogas e álcool e os convites para novos papéis na televisão foram rareando. Mesmo assim, ainda teve grande destaque na novela Estúpido Cupido.

Já em decadência, atuou em dois filmes brasileiros, Águia na Cabeça (1984) e Ópera do Malandro (1985), com personagens menores. A carreira da atriz se encerrou na Manchete, em 1987, após o término da apagada novela Tudo ou Nada.

A partir daí, Djenane abandonou a a carreira artística para poder se tratar contra a dependência de álcool e anfetaminas. Ao mesmo tempo, dedicou-se a escrever um livro de poesias.

A atriz foi casada duas vezes, mas não teve filhos. Nos últimos anos, ela vivia de maneira modesta no apartamento que recebeu como herança no bairro Peixoto, na capital fluminense, em companhia de uma cuidadora.

“Djenane era uma moça bem nascida, falava vários idiomas, poetisa, inteligente. Uma pena que tenha deixado a carreira”, lamentou o ator Ney Latorraca, que esteve com ela em Estúpido Cupido, ao jornal O Globo.

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