Ainda tem jeito? Globo aposta em trunfo para tirar Fuzuê do buraco

Giovana Cordeiro vive Luna em Fuzuê

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Atual cartaz das sete da Globo, Fuzuê ainda não disse a que veio. Além da audiência oscilante e das reclamações do público quanto ao excesso de mistérios, a trama ainda pena com a baixa repercussão.

Giovana Cordeiro vive Luna em Fuzuê (reprodução/Globo)

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No entanto, o folhetim conta com um trunfo que ainda pode ser a salvação da lavoura da novela das sete. Trata-se de Luna, a mocinha da história, vivida pela atriz Giovana Cordeiro. A personagem é o ponto alto da saga criada por Gustavo Reiz.

Mocinha: papel ingrato

Não é fácil para nenhum autor acertar a “receita” de uma boa mocinha de novela. Normalmente, as heroínas se revelam um tanto apáticas e tolas, caindo fácil demais nas armadilhas dos vilões.

A Aline de Terra e Paixão é um exemplo de mocinha que não deu certo, assim como Brisa (Lucy Alves) de Travessia (2022). Ambas irritaram o público ao se revelarem pouco espertas. Brisa, por exemplo, caía em problemas que ela mesma criava. Já Aline está caindo num dos golpes mais manjados dos folhetins e prestes a assinar uma procuração que a fará perder suas terras.

Mas Luna vai na contramão. A protagonista de Fuzuê, desde o início da novela, demonstra força, firmeza, segurança e esperteza. Com isso, conseguiu fugir do rótulo de “mocinha chata” e conquistou a torcida do público.

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Heroína

Marina Ruy Barbosa e Giovana Cordeiro em Fuzuê (Divulgação / Globo)

O acerto de Luna é resultado de uma soma de fatores. Um deles é a personalidade marcante da mocinha, que é alegre, um tanto debochada e bastante marrenta. Do tipo que não abaixa a cabeça diante de uma dificuldade.

Mas só isso não basta. Se uma mocinha tem personalidade forte, mas é vazia de conflitos, a coisa também não funciona. Isso porque “personalidade forte” pode ser confundida com arrogância. Neste caso, a mocinha se torna uma “palestrinha” ditadora de regras, como era Jenifer (Bella Campos) em Vai na Fé (2023).

Por isso, o entorno de Luna também colabora para que ela sobressaia. Ela tem uma rival à altura – Preciosa, de Marina Ruy Barbosa – e a queda de braço entre ambas pende para um lado diferente a cada momento. Ou seja, ela não é a típica mocinha que perde a novela toda e só vence no final.

Luna também tem um objetivo de vida claro, que não tem a ver apenas com romance. Ela quer descobrir o paradeiro da mãe Maria Navalha (Olivia Araújo) e aperfeiçoar seu trabalho com biojoias.

Trunfo

Giovana Cordeiro (Luna) e Nicolas Prattes (Miguel) em Fuzuê (Fábio Rocha / Globo)

Por essas e outras, Luna é um trunfo de Fuzuê. Gustavo Reiz fez o mais difícil: construir uma mocinha que caísse nas graças do público. O autor, agora, precisa aperfeiçoar a trama que a envolve, para finalmente fazer sua novela acontecer.

Desvendar de vez os mistérios que empacam a trajetória da personagem já seria um bom começo. Os enigmas sobre o tesouro mais aborrecem do que envolvem. O público gostou de Luna e deseja vê-la em novos conflitos.

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