André Santana

A Record tem criado muita expectativa em cima de A Grande Conquista, seu novo reality show que vai começar em maio. A atração já vem sendo anunciada na programação da emissora e promete oferecer algo realmente “novo” ao espectador.

Mariana Rios
Reprodução / Instagram

Trata-se de um discurso velho do canal. No início de 2020, quando começaram a surgir as primeiras informações de Ilha Record, a promessa era exatamente essa. E deu no que deu. Será que agora as coisas serão diferentes?

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Ficou na promessa

Ilha Record
Reprodução / Record

No início de 2020, o portal Notícias da TV informava que a Record lançaria um novo reality show em sua programação. Inicialmente chamado de A Ilha do Tesouro, a atração era uma criação da própria emissora, baseada numa ideia original de Marcelo Silva, vice-presidente artístico e de programação do canal.

A promessa era um reality de confinamento numa área restrita, onde o elenco participaria de provas radicais. O programa reuniria 14 participantes, sendo que um deles seria “O Mascarado”, e o público decidiria se ele levaria uma boa ou má notícia para os demais. Também estava previsto um barco onde os eliminados poderiam influir no futuro do game.

Parecia uma grande novidade. Mas só parecia. Rebatizado de Ilha Record, o programa estreou apenas em 2021, em razão da pandemia da Covid-19, e trouxe os elementos anunciados, mas com modificações: O Mascarado virou O Guardião e o barco virou Caverna do Exílio.

Mas, na prática, Ilha Record não tinha nada de novo. O programa se revelou uma espécie de Big Brother com cenário de No Limite, incluindo ainda provas parecidas com as de Power Couple e A Fazenda.

A história se repete

A Fazenda - Adriane Galisteu
Reprodução / Record

O mesmo acontece agora com A Grande Conquista. A Record tem reforçado que o programa será algo realmente novo, mas, pelo que foi divulgado até aqui, o formato não tem tanta diferença assim em relação ao BBB, A Fazenda (foto acima) e afins.

Em sua coluna no R7, o jornalista Flavio Ricco reforçou que A Grande Conquista terá até mesmo uma dinâmica de eliminação diferente do que se viu até aqui.

“O jeito que a possibilidade da eliminação vai se formar também muda a dinâmica”, reforçou Rodrigo Carelli, diretor dos realities da Record, ao colunista.

Formato requentado

No Limite - André Marques
Reprodução / Globo

No entanto, pelo que foi revelado até agora sobre o formato do programa, a atração não deve trazer novidades ao público habituado com realities de confinamento. A maior diferença entre o novo programa e seus similares é a fase em que 65 participantes hospedados na Vila disputam cinco vagas para a Mansão.

Mansão essa que já terá cinco participantes famosos escolhidos pelo público, numa espécie de pré-estreia. Ou seja, toda a dinâmica inicial leva ao confinamento em uma mansão, o princípio básico do Big Brother.

Além do formato batido, a Record não escolheu o melhor momento para lançar um novo programa de confinamento. Segundo o Notícias da TV, uma pesquisa realizada pela Globo constatou o cansaço do público com relação a estes realities. Este resultado levou a líder de audiência a adiar a estreia de No Limite (foto acima), que só deve acontecer em julho.

Ou seja, o cenário não é dos mais favoráveis para o lançamento de A Grande Conquista…

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor