Durante a década de 1980, muitas modelos se tornaram musas, estamparam capas de revistas e participaram de vários programas de televisão. E uma dessas mulheres foi Magda Cotrofe, que causou um frisson no Brasil.

Magda Cotrofe

O início da carreira da modelo foi em 1983, quando ela concorreu à Miss Rio de Janeiro e acabou perdendo. Apesar da derrota, ela chamou a atenção de fotógrafos e profissionais da moda e passou a trabalhar como manequim.

Musa do carnaval e das revistas

Magda Cotrofe

Magda ficou conhecida no país todo ao participar de campanhas das marcas Du Loren e da grife Dijon. Além disso, ela se tornou uma das estrelas do Carnaval carioca, desfilando por várias escolas de samba, um fato importante para a sua carreira.

“Foi um sucesso louco quando eu saí na avenida. Foi na União da Ilha minha primeira vez no carnaval e eu apareci demais na Globo. Então foi uma loucura”, disse ao G1 em 16 de maio deste ano.

Recordista da Playboy

Jô Soares e Magda Cotrofe no Viva o Gordo

A partir de então, a modelo passou a ser capa de várias revistas consagradas, como Cláudia, Nova e Manchete. Na Playboy, ela posou nua por três anos consecutivos. A capa histórica foi de um ensaio em que ela estava vestida de noiva.

“A revista, o nu, foi um gatilho para minha profissão, o meio que eu achei que chegar mais rápido, né? Eu já não era tão novinha, já tinha 21 anos, já tinha modelos bombando na época, Xuxa, Luiza, no auge, bombando, duas lindas, maravilhosas. Eu não aceitei a primeira vez porque era tipo garota Playboy, alguma coisa assim. Aí falei. ‘Ah, não, acho legal eu começar uma carreira com um título de garota’. E eu acho assim, vou aparecer e tchau, né?”, relatou.

Com todo esse sucesso, ela foi contratada pela Globo para atuar no humorístico Viva o Gordo (foto acima), de Jô Soares. Ela fazia a esposa de Rochinha, que ficou famoso pelo bordão “É o meu jeitinho…”. Ela também participou de Veja o Gordo e Os Trapalhões. Segundo Magda, o preconceito era grande por ela ser modelo e estar atuando na TV.

“Na época, modelo era modelo, atriz era atriz. Então modelo quando queria ser atriz era uma briga total. As atrizes não gostavam. Eu acho que até hoje deve ter um pouco disso. Mas, nossa, era um preconceito incrível”, desabafou.

“Fiquei com o rosto enorme, parecia um monstro”

Magda Cotrofe e sobrinha

Magda (na foto acima com a sobrinha, Deborah) revelou que fez intervenções estéticas, mas que uma cirurgia acabou sendo traumática.

“Tenho muito medo de fazer qualquer coisa, principalmente no rosto, porque uma vez fiz um preenchimento e deu alergia. Fiquei com o rosto enorme, parecia um monstro. Eu chorava a noite inteira, desesperada conversando com o cirurgião. Aquilo ali me traumatizou muito, e eu fiquei muito preocupada. Então, tem que ter todos os cuidados”, relatou.

De bem com a vida

Magda Cotofre

A modelo se casou duas vezes, teve dois filhos e deixou de lado o mundo da moda. Foi estudar e se tornou jornalista e empresária. Percursora do biquíni asa delta, hoje ela é a curadora do Bikini Art Museum, que fica na Alemanha.

Aos 60 anos, ela aceita sua idade e seu corpo, levando a vida com tranquilidade.

“Não quero ser uma garota de 20 anos, sabe? Eu tenho minhas ruguinhas. Eu vou tentar trabalhar isso da melhor forma possível, porque eu gosto de me olhar no espelho e ver o que eu gosto. Se a fulana tá preocupada se eu tenho uma ruguinha aqui, ali, o problema é da pessoa, não é problema meu. Eu tô bem”, finaliza.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor