De volta ao centro das atenções depois do lançamento da série documental Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez, pela HBO Max, Guilherme de Pádua ainda é ator profissional. O assassino possui registro como profissional de atuação pelo Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ).

De Corpo e Alma

O fato foi noticiado pelo site F5, que conversou com Hugo Gross, presidente do Sated – RJ. Gross, que também é ator e já esteve presente em inúmeras novelas, explicou que foi alertado sobre o assunto por associados e, ao investigar, descobriu que Guilherme de Pádua seguia registrado no órgão.

“O senhor Guilherme de Pádua ainda possui o registro profissional, que não foi cedido pelo Sated do Rio. Veio através de uma solicitação de Minas Gerais. Já fiz um contato inicial com a presidente do sindicato mineiro, Magdalena Rodrigues, e estou aguardando a resposta. O próximo passo é entrar com uma ação conjunta no Ministério do Trabalho pedindo a cassação”, explicou Gross.

O F5 também falou com Magdalena Rodrigues, que afirmou não saber de Guilherme desde que ele deixou o estado para trabalhar no Rio de Janeiro. A presidente do Sated-MG disse ter estranhado ele ainda ter o registro profissional, mas afirmou ser favorável à cassação do mesmo.

Demora

Guilherme de Pádua

Guilherme de Pádua e sua então esposa, Paula Thomaz, foram condenados pelo assassinato da atriz Daniella Perez, que aconteceu em dezembro de 1992. Na época, Guilherme e Daniela contracenavam em De Corpo e Alma, novela da Globo escrita por Gloria Perez, mãe da atriz. O casal, numa emboscada, matou a atriz com 18 punhaladas.

Na época, Daniella vivia a bailarina Yasmin, e Guilherme era o cobrador de ônibus Bira. Os dois personagens tinham um envolvimento, mas Yasmin terminava o namoro, o que fez a participação do personagem de Guilherme diminuir.

Guilherme de Pádua e Paula Thomaz foram julgados em 1997, cinco anos após a morte de Daniella, e foram condenados a 19 anos de prisão por homicídio qualificado, mas permaneceram em cárcere até 1999, quando ganharam liberdade condicional por bom comportamento.

Hugo Gross

Sendo assim, chama a atenção o fato de Guilherme ter seguido registrado como ator profissional, mesmo passados 30 anos do crime. Afinal, a cassação do registro deveria ter acontecido juntamente com a condenação.

Sobre isso, Hugo Gross afirmou, ao F5, não ter entendido o que aconteceu, mas que está tomando as providências necessárias.

“Não entendi o que aconteceu, mas são outros tempos. Nós não compactuamos com pessoas que tenham essa tendência de manchar a imagem da nossa categoria. Não podemos permitir que esse cidadão possa amanhã querer voltar a trabalhar como ator”, explicou.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor