Nas últimas décadas, a duração das aberturas de novelas da Globo e demais emissoras foi fixada em cerca de um minuto. Algumas produções que tiveram problemas de audiência contaram com vinhetas ainda menores que isso. Mas nem sempre foi assim…

Em tempos de ausência de controle remoto e, até mesmo, de farta concorrência, as emissoras usavam e abusavam na hora de criar as vinhetas que abriam e fechavam suas tramas, algo que seria impensável atualmente.

Há 48 aos, no dia 2 de julho de 1973, estreava na Globo a novela Carinhoso, escrita por Lauro César Muniz e estrelada por nomes como Regina Duarte, Cláudio Marzo e Marcos Paulo, entre outros.

Produção de sucesso, a novela ficou marcada por ter a mais longa abertura entre as novelas da Globo que se tem conhecimento, já que não temos registro das primeiras produções do gênero da emissora, que se perderam em incêndios e reutilizações de fitas.

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A abertura de Carinhoso tem intermináveis 2 minutos e 24 segundos, com a execução inteira do choro homônimo de Pixinguinha, em primoroso arranjo de Márcio Montarroyos. A canção, inclusive, acabou dando o título à novela, já que, inicialmente, a atração se chamaria O Divertido Jogo do Amor.

Mas o fato não foi exclusividade da novela das sete. Outras tramas também tiveram aberturas longuíssimas, como Selva de Pedra (1972), com 2 minutos e 10 segundos, Escalada (1975), com 1 minuto e 45 minutos, O Grito (1975), com 1 minuto e 47 segundos, e Saramandaia (1976), com 2 minutos e seis segundos.

A situação só mudou a partir do início da década de 1980, quando a padronização em torno de um minuto foi fixada na Globo.

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Tupi fazia aberturas ainda maiores

A Tupi, principal concorrente da Globo nos anos 1970, fazia aberturas ainda maiores. Hospital, novela apresentada pela Tupi em 1971, tinha 2 minutos e 43 segundos, por exemplo. Uma segunda versão da vinheta ficou com 2 minutos e 49 segundos.

Outra trama, Camomila e Bem Me Quer, de 1973, que acabou gerando Amor com Amor se Paga, em 1984, teve 2 minutos e 33 segundos de arte.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor