Um dos países cujo povo é mais apaixonado pela televisão, o México traz várias peculiaridades em seus programas e emissoras. A seguir, saiba mais sobre a TV mexicana.

O veículo nasceu no país no dia 31 de agosto de 1946, quando o cientista Guillermo González Camarena criou a primeira emissora de televisão da América Latina, a XE1GC. Desde então, o país se consolidou como um dos principais produtores de conteúdo televisivo do mundo, com dois grupos dominando o cenário televisivo.

Televisa

Ao contrário do que muita gente pensa, a Televisa não é uma emissora, mas sim uma empresa que comanda quatro canais de TV, sendo duas redes nacionais, uma rede veiculada em apenas uma parte do território nacional e um canal regional. Ela surgiu em 1955 nas mãos do empresário Emilio Azcárraga Vidaurreta, a partir de uma fusão de diferentes canais independentes, adotando a principío o nome Telesistema Mexicano.

Um dos passos mais importantes em sua consolidação foi a aquisição da Televisión Independiente de México (TIM), em 1973. Esta era sua maior concorrente na época, produzindo clássicos da TV como Chaves e Chapolin, cujos direitos passaram para as mãos da Televisa, que seguiu a produção destes.

Atualmente, a Televisa é o maior conglomerado midiático da América Hispânica e também a quinta maior empresa de televisão do mundo, perdendo apenas para a Rede Globo e para as americanas ABC, CBS e NBC.

O principal veículo da Televisa é o Canal de Las Estrellas, também chamado apenas de Las Estrellas. Fundada em 21 de março de 1951 pelo empresário Emilio Azcárraga Vidaurreta, esta é a maior rede do país, obtendo a maior audiência e veiculando boa parte dos programas mais assistidos nacionalmente, assim como a Globo no Brasil. È lá que são exibidas as principais telenovelas, conhecidas em todo o mundo. Podemos citar sucessos como Carrossel (1989), Maria Mercedes (1992), Marimar (1994), Maria do Bairro (1995), A Usurpadora (1998) e Rebelde (2004). Também são veiculados os principais programas de auditório, noticiários e transmissões esportivas.

O segundo é o Canal 5, fundado em 1952. Com um público alvo mais jovem, a emissora transmite seriados e filmes norte-americanos. Seguindo leis locais, o conteúdo é dublado em espanhol. Além disso, o canal também transmite grandes eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.

Um outro canal da Televisa é a Gala TV, fundada em 1968 com o nome Galavisión. Um de seus principais atrativos são as reprises de novelas já exibidas pelo Canal de Las Estrellas, veiculadas anos após suas exibições originais. Outro forte da emissora são os programas esportivos, com destaque para uma grande febre nacional: os campeonatos de lucha libre, versão mexicana do wrestling, produzidos pela tradicional empresa AAA.

Completando o grupo, a Televisa também é dona da FOROtv, emissora focada em noticiários. Em sua grade, diversos formatos ligados a notícias são exibidos, de jornais a talk shows e programas de debates. Mas o alcance e a audiência da emissora é inferior à das outras três co-irmãs.

Azteca

O outro grupo que domina a televisão mexicana é o Congolmerado Azteca, que começou a atuar em 1993 com a direção de Carlos Salinas de Gortari, ocupando espaço da antiga emissora estatal Imevisión, que foi privatizada naquele ano. Em seu controle, estão três canais.

O mais relevante é o Azteca Trece, principal concorrente do Canal de Las Estrellas, com uma programação bastante similar. A grande diferença é a exibição de novelas de outros países, incluindo diversas tramas globais.

Recentemente, no último mês de julho, a TV Azteca anunciou o encerramento da produção de suas telenovelas. Em comunicado, o presidente da emissora, Benjamín Salinas, afirmou que a decisão é decorrente da crescente falta de interesse do público, se focando em novos formatos.

O segundo canal do grupo é o Azteca 7, que se posiciona como uma alternativa ao Canal 5. Assim como o rival, traz uma programação repleta de atrações infanto-juvenis, filmes, séries, reality shows e esportes. Seus níveis de audiência se aproximam da concorrente, apesar de sua grade não contar com muitas produções que já foram exibidas no Brasil.

O conglomerado também controla o canal Proyecto 40. O menos importante dos três, é focado em interesse geral, cultura e cobertura de notícias, com programas trazendo novidades de setores como a política e também o show business.

Outros canais

Ao longo dos anos, outras empresas tentaram se consolidar no terceiro lugar, atrás dos grupos Televisa e Azteca. O principal canal foi o Cadenatres, fundado em 2007, cujo nome já deixava claro a meta de atingir a terceira posição. Através de parcerias com outros grupos, como a Sony, a emissora conseguiu diversos produtos estrangeiros para sua grade, como filmes, séries e novelas. Porém, a meta não foi alcançada e o canal saiu do ar em 2015, dando espaço, em algumas frequências, a uma nova emissora jornalística, a Excelsior TV (que não tem relação nenhuma com a extinta emissora brasileira de mesmo nome).

O país ganhou uma nova emissora aberta em 17 de outubro. Ocupando outras frequências pertencentes à extinta Cadenatres, a Imagen Televisión lançou sua programação, buscando competir com os canais líderes. Na grade, nenhuma grande novidade: telenovelas, esportes, desenhos animados e jogos de futebol.

O México ainda conta com a Mexiquense TV, emissora estatal, inaugurada em 1984 e ligada ao Governo Federal. Sua programação segue o padrão para emissoras governamentais em todo o mundo, sendo composta basicamente por programas infantis educativos e noticiários, muitos deles de cunho político.


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Alexandre Pequeno é jornalista e apaixonado pelas novelas brasileiras desde a infância. A paixão foi tanta que seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi sobre a novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos. Em 2018, lançou o canal Novelando, onde aborda, de forma bem humorada, sobre as tramas que marcaram a história da TV. Já publicou contos e crônicas em antologias nacionais Leia todos os textos do autor