A Fórmula 1 precisa continuar sendo exibida na TV aberta brasileira?

Por estarmos em um momento da Fórmula 1 em que pilotos do país não têm reais chances de conquistar título, a categoria tem cada vez menos fãs no Brasil.

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Não há mais aquele entusiasmo da época da rivalidade entre Barrichello e Schumacher, alemão que a gente amava odiar. Menos ainda algo que se compare à época do Ayrton Senna, lenda do automobilismo que inspirou gigantes atuais como o inglês Lewis Hamilton.

O brasileiro pensa, cada vez mais, que nunca existirá piloto brasileiro na Fórmula 1 que se compare ao irreverente Senna. E isso o desmotiva a continuar acompanhando as corridas a cada dois domingos entre março e novembro. A audiência vai procurar um esporte em que ela se sinta representada.

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Fãs “de raiz” alegam que há uma série de outros motivos para o esporte não ser mais o mesmo, mas meu interesse com esse texto, como fã da Fórmula 1 desde Barrichello até os dias atuais – sim, a autora que vos escreve é jovem assim -, é tratar das diferenças entre as transmissões das provas no canal pago SporTV e na Globo. Também é abordar como seria (ou será?) prejudicial pra nossa já pequena fanbase retirar o esporte da TV aberta.

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A diferença entre as transmissões são basicamente duas: a narração e a duração. No SporTV, a narração é feita principalmente por Sérgio Maurício, enquanto na Globo quem narra é o Galvão Bueno ou o Luís Roberto.

Na Globo, acho muito proveitoso que Luciano Burti acompanhe a narração como comentarista. Galvão Bueno, cuja narração sempre foi passional, hoje em dia concentra sua narrativa em torcer descaradamente para Lewis Hamilton.

Luís Roberto, embora possua rico conhecimento sobre futebol e narre com maestria o esporte como Galvão, também se perde um pouco quando o assunto é Fórmula 1. Ambos escorregam com frequência nos conceitos.

Quanto à duração da transmissão, o SporTV também sai na frente por exibir tanto os bastidores e preparação antes da corrida, quanto as entrevistas com os vencedores após a premiação. Já a Globo começa a transmitir a prova 10 minutos antes do seu início e encerra a transmissão logo após a entrega dos troféus e comemoração com chuva de champanhe entre os vencedores.

Ou seja, o tempo de transmissão do evento no canal pago é maior. São os motivos que fazem os fãs concordarem que a transmissão no SporTV é a melhor.

No entanto, por mais que para um fã seja muito mais atrativo ter uma experiência mais completa em seus finais de semana de corrida, abolir a exibição da TV aberta (como já vi muitos defenderem) pode afetar até mesmo a transmissão na TV paga.

Já enfrentamos atualmente o problema de não nos sentirmos representados pelos gigantes da categoria, mas restringir a exibição do esporte à TV por assinatura traz efeitos desagradáveis. Seria mais difícil surgirem novos fãs da Fórmula 1.

E as pessoas que já são fãs da categoria e não possuem acesso com facilidade a canais pagos podem se sentir desmotivadas a, por exemplo, procurar plataformas de streaming a fim de conseguirem acompanhar as provas.

Não existe vantagem em retirar a F1 da Globo, que é a emissora de TV aberta com maior audiência do Brasil. Tal ação poderia até levar ao fim do contrato, pois a falta de incentivo diminuiria a audiência, coisa que não é vantajosa para qualquer emissora. Mesmo para uma das maiores.


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