A Globo surpreendeu o público ao dispensar alguns dos nomes mais importantes de sua história. Artistas como Antonio Fagundes, Marieta Severo, Gloria Menezes e Elizabeth Savala deixaram de ter contrato com o canal após décadas de bons serviços prestados.
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Por outro lado, a emissora abriu espaço para novos nomes, como Diogo Almeida e Kênia Bárbara, de Amor Perfeito, Clara Moneke, de Vai na Fé, bem como Amaury Lorenzo, Diego Martins, Paulo Lessa e Barbara Reis, de Terra e Paixão.
A dispensa dos medalhões e de tantos outros profissionais faz parte da nova política da emissora, que vem priorizando acordos por obra e, consequentemente, enxugando a folha de pagamento. Porém, com dificuldades em fechar o elenco de suas novelas, o canal já teria se arrependido da nova dinâmica e estaria pensando em voltar atrás.
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Mercado movimentado
Nos tempos de vacas gordas, a Globo ostentava um inchado banco de elenco. Eram tantos profissionais com contratos fixos, que nem ao menos havia espaço para tanta gente. Tanto que vários artistas, mesmo sob contrato, ficavam um bom tempo fora do ar.
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Isso não existe mais. Nos últimos anos, a emissora optou por dispensar artistas contratados e fechar acordos por obra. Assim, passou a negociar com estrelas para trabalhos específicos, com contratos que terminam assim que a obra em questão chega ao fim.
A estratégia movimentou o mercado. Sem contratos de exclusividade, vários artistas considerados “medalhões” passaram a ser vistos nas concorrentes, principalmente plataformas de streaming, como é o caso de Alessandra Negrini (na foto acima, com Vanessa Giacomo).
Enquanto isso, para fechar o elenco de suas novelas e séries, a Globo passou a negociar caso a caso. Assim, a escalação de atores para as tramas ficou mais difícil, já que é preciso conciliar as agendas dos artistas e da emissora.
Arrependida
Tamanha dificuldade teria feito a Globo se arrepender da nova política. De acordo com Flavio Ricco, colunista do R7, empresários de atores do Rio de Janeiro já comentam que a Globo pretende rever a decisão de priorizar acordos por obra.
Segundo Ricco, a emissora teria concluído que buscar atores no mercado a cada novo projeto acaba saindo mais caro do que mantê-los contratados. Além disso, sem atores no banco, fica mais difícil garantir a continuidade de determinados projetos.
O colunista usou como exemplo a série Rensga Hits!, sucesso do Globoplay. A produção caiu nas graças do público e uma segunda temporada está nos planos do canal. Porém, as gravações esbarram na falta de disponibilidade dos atores. Afinal, artistas como Alice Wegmann (foto acima), a protagonista, já têm outros compromissos, por não serem exclusivos da empresa.
Novelas desfalcadas
A dificuldade atual é percebida até mesmo na escalação das novelas. A direção da Globo demorou para definir uma atriz para viver Marê em Amor Perfeito até fechar a contratação de Camila Queiroz. Luna, a mocinha de Fuzuê, próxima novela das sete, também demorou a ganhar o rosto de Giovana Cordeiro, a Xaviera de Mar do Sertão (2022).
Ou seja, com poucos atores disponíveis no banco, o canal precisa ir ao mercado. No entanto, nem sempre é possível achar atores de ponta disponíveis. E, quando acham, ainda é preciso negociar o salário. A tratativa ficou mais complexa.
Exemplo disso é Antonio Fagundes. A Globo o queria como Velho do Rio em Pantanal (2022), mas as partes não chegaram num acordo financeiro e de agenda. Osmar Prado, que viveu a entidade no folhetim, passou por situação parecida. O veterano foi escalado para Guerreiros do Sol, nova novela do Globoplay, mas não acertou o salário e acabou de fora da produção.
Em suma: para economizar, a Globo não pensou nos problemas que a falta de artistas exclusivos poderia representar para suas produções. E, agora, quer correr atrás do prejuízo. A conta chegou.