Antes de ser vendida para Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, a Record quase foi parar nas mãos do magnata italiano Silvio Berlusconi.
Em 1987, o canal, controlado pela família Machado de Carvalho e por Silvio Santos, que detinham 50% das ações cada, estava em franca decadência e todos os meses dava prejuízo.
Em abril daquele ano, o então presidente de Portugal, Mário Soares, fez uma visita ao Brasil e trouxe junto alguns empresários portugueses, que aproveitaram para examinar uma possível compra dos 50% de ações que pertenciam ao dono do SBT.
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“Por trás do grupo, com participação na sociedade, aparece o vulto do controvertido empresário italiano Silvio Berlusconi”, informou o Jornal do Brasil de 15 de abril de 1987. O negócio, como se sabe, não deu em nada.
Bilionário, Berlusconi, atualmente com 84 anos, é o acionista controlador da Mediaset, que controla canais na Itália e na Espanha, foi proprietário do AC Milan, e foi primeiro-ministro da Itália em três oportunidades. É envolvido em diversas polêmicas e acusações, incluindo casos de corrupção.
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Depois do interesse português, a parte de Silvio Santos na Record quase foi vendida para o Sistema Jornal do Brasil e João Havelange, então presidente da Fifa. Cogitou-se na imprensa que a Televisa, do México, também estaria envolvida na transação. O negócio, que dependia de aprovação do Ministério das Comunicações, também não foi para a frente.
Com cobertura essencialmente local, apenas em São Paulo, e à beira da falência, a Record foi vendida para o grupo de Edir Macedo em 1989, após complicadas e extensas negociações. Estima-se que Macedo pagou 45 milhões de dólares pelo canal.