Armação Ilimitada estreava em 1985 trazendo nova linguagem para a TV

17/05/2021 às 0h09

Por: Duh Secco
Imagem PreCarregada

Há exatamente 36 anos, no dia 17 de maio de 1985, Armação Ilimitada estreava na Globo. Clássico da televisão brasileira, a série estrelada por Kadu Moliterno (Juba), André de Biase (Lula) e Andréa Beltrão (Zelda Scott) se serviu de um Brasil que experimentava a volta da liberdade de expressão, após anos com a mordaça da ditadura militar, para revolucionar o vídeo, não só pela direção inventiva e pela edição próxima a de um videoclipe, como pelos temas abordados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O TV História resgata as mudanças deste período no comportamento, na moda e na música.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Confira:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


LEIA TAMBÉM:

Comportamento

Juba e Lula moravam em um estúdio de TV abandonado, onde recebiam beldades, praticavam esportes e dividiam ideais de vida saudável. Enviada até o local para traçar um perfil dos rapazes, a jornalista Zelda termina apaixonada pelos dois. E decide que é melhor viver esse romance a três do que optar por um dos rapazes. Num tempo em que o vírus HIV já estava em evidência, os jovens se propuseram a debater o sexo e as relações interpessoais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em Um Sonho a Mais (1985), Volpone (Ney Latorraca), travestido de Anabela Freire, chegou a se casar. A trama das 19h contava ainda com a presença de Olga Del Volga (Patrício Bisso), sexóloga. Profissão que voltou à cena em Bebê a Bordo (1988), onde Fânia (Deborah Evelyn) investigava o estranho hábito dos irmãos Rei e Rico (Guilherme Leme) de “levarem uns coelhos”, enquanto Bruno (Cássio Gabus Mendes) preferia “beber água”, em Brega & Chique (1987).

O culto ao corpo crescia. As academias, que passaram por um bomm com Baila Comigo (1981), se popularizaram com a Physical, de Cambalacho (1986). E a TV se permitia explorar corpos desnudos como o de Vinícius Manne, desfilando nu na abertura de Brega & Chique e Roberto Bataglin gravando anúncios de cueca na agência de publicidade de Sassaricando (1987). Já no fim da década, Isadora Ribeiro surge nua na abertura de Tieta (1989).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Moda

Armação Ilimitada explorava os artigos esportivos, em voga desde a ensolarada Água Viva (1980), dos atletas da orla de Baila Comigo e da “calorenta” abertura de Sol de Verão (1982). Naquele mesmo 1985, a moda praia de A Gata Comeu “causou” com os biquínis e sungas minúsculas, usados por Jô Penteado (Christiane Torloni) e Fábio (Nuno Leal Maia). O estilo New Wave, que estampava formas geométricas em roupas e acessórios, fez sucesso em Ti-Ti-Ti (1985).

Ti-Ti-Ti popularizou cortes de cabelo, como mullet de Valquíria (Malu Mader) e a nuca batida de Jaqueline (Sandra Bréa) – na mesma época, ‘A Gata’ ostentava o “rabicho” da Babi (Mayara Magri). O consumismo estava tão em alta quanto as cabeleiras “exóticas”: lentes de contato de Rafaela Alvaray (Marília Pêra), de Brega & Chique; bandanas de Rei de Bebê a Bordo e até o conjunto de couro de Tieta (Betty Faria), usando por esta em seu regresso à Santana do Agreste.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Música

O BR Rock dominava o espaço hoje praticamente restrito ao sertanejo universitário. Bandas como Blitz, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso e Titãs – muitos na trilha de ‘Armação’ – eram constantes nos clipes do Fantástico e nos programas de auditório, como o Cassino do Chacrinha. As emissoras de TV tentavam acompanhar o ritmo: a Globo apostou em programas que buscavam dialogar com a nova música, como o Geração 80, o Clip-Clip (que chegou a ter boletins na madrugada) e o Mixto Quente.

Em 1985, o maior evento de rock da América Latina. A primeira edição do Rock in Rio reúne 1,6 milhão de pessoas no Rio de Janeiro; a Globo mobiliza 300 profissionais para a cobertura, que abre as comemorações de seus 20 anos. O festival, que contou com AC/DC, Freddie Mercury, Iron Maiden e Scorpions, aconteceu no momento em que o Brasil elegia, de forma indireta, Tancredo Neves para a presidência da República, importante passo para o processo de redemocratização do país. A notícia levou Cazuza a cantar ‘Pro Dia Nascer Feliz’, desejando “um Brasil novo”, acompanhado por agitadas bandeiras brasileiras na plateia.

Autor(a):

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.