10 curiosidades de novela marcante que estreava há 30 anos na Globo
06/01/2022 às 2h00
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A novela Pedra Sobre Pedra é uma das mais marcantes da década de 1990. Quem não lembra do universo fantástico criado por Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, em que mulheres comiam a flor de Jorge Tadeu e o retratista se materializava diante delas? Ou de Sérgio Cabeleira, que se sentia atraído pela lua cheia, a ponto de precisar ficar preso para não ser tragado por ela.
A novela completa 30 anos de sua estreia nesta quinta-feira, dia 6 de janeiro. Separei 10 curiosidades sobre a produção.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Confira:
Antecedentes
LEIA TAMBÉM:
● Não merecia: rumo de personagem desrespeita atriz de Mania de Você
● Sucesso da reprise de Alma Gêmea mostra que Globo não aprendeu a lição
● Reviravolta: Globo muda rumo da maior tradição do Natal brasileiro
A princípio, Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn apresentaram Pedra Sobre Pedra ao diretor Paulo Ubiratan como minissérie, em 1990.
Avaliada como “vasta demais para uma minissérie” pelo diretor, a ideia foi engavetada e a dupla optou, na ocasião, por adaptar o romance Riacho Doce (de José Lins do Rêgo) para a faixa das 22h30.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Coprodução portuguesa
Pedra Sobre Pedra foi a segunda coprodução da TV Globo com uma emissora europeia. A primeira foi Lua Cheia de Amor, em 1990-1991. Dessa vez, a RTP, televisão estatal portuguesa, financiou 20% da produção.
Algumas cenas foram gravadas em Lisboa e dois atores portugueses vieram especialmente para o Brasil para fazer parte do elenco: Carlos Daniel e Suzana Borges, que viveram os irmãos Ernesto e Inês.
Realismo fantástico
Aguinaldo Silva dividiu a autoria da novela com Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares.
Outra obra do autor marcada pelo realismo fantástico, em entrechos curiosos e divertidos, como a flor de Jorge Tadeu (Fábio Jr.), que enlouquecia de desejo as mulheres que a comiam; a figura de Sérgio Cabeleira (Osmar Prado), homem que sofria a cada lua cheia por se sentir fortemente atraído por ela, a ponto de ter que ficar preso ou amarrado; e Dona Quirina (Mírian Pires), mulher de 120 anos de idade e memória prodigiosa.
Auto de Nossa Senhora da Luz
Um momento marcante foi a encenação do Auto de Nossa Senhora da Luz (padroeira da fictícia cidadezinha de Resplendor, onde acontecia a trama), em um capítulo especial. A produção envolveu 700 pessoas e a participação de todo o elenco.
Esse capítulo foi transformado em especial de fim de ano, exibido em 23/12/1992 (cinco meses após o término da novela), logo após o capítulo da novela das oito da época, De Corpo e Alma.
Armando Bógus
Entre os vários destaques no elenco, Armando Bógus fechou sua carreira em novelas com uma de suas melhores interpretações: o vilão Cândido Alegria, pelo qual foi eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) o melhor ator de televisão em 1992.
Cândido Alegria protagonizou, no último capítulo, uma das melhores sequências da novela, quando, derrotado e praguejando, se transforma em uma estátua de pedra.
Bógus ficou muito doente durante a produção e Aguinaldo Silva decidiu diminuir a participação do ator para poupá-lo. Porém, ele afirmou que suportaria as gravações em ritmo normal e levou o papel até o fim.
Pedra Sobre Pedra foi a última novela do ator, que faleceu no ano seguinte, em 02/05/1993, aos 63 anos, vítima de leucemia.
Crossover
O personagem de Lima Duarte, Murilo Pontes, retornou em uma participação especial em outro trabalho de Aguinaldo Silva: A Indomada (1997), na qual deus as caras em uma partida de pôquer em Greenville, cenário dessa trama.
Lima foi premiado com o Troféu Imprensa de melhor ator de 1992. Pedra Sobre Pedra levou o prêmio de melhor novela.
146 borboletas
Fábio Jr. fez sucesso com seu personagem, o retratista Jorge Tadeu. A morte do personagem rendeu um momento inesquecível de Pedra Sobre Pedra. A cena, de três minutos de duração, demorou seis horas para ser executada.
Dirigida por Luiz Fernando Carvalho, com colaboração de Antônio Jayro Fagundes, psicólogo especialista em animais, a tomada contou com 146 borboletas monarcas, que pousavam sobre o corpo do dublê de Fábio Jr., besuntado com mel.
[anuncio_6]
Flor de Jorge Tadeu
Outro entrecho envolvendo Jorge Tadeu que divertiu o público era a sua flor, o antúrio, que trazia de volta o personagem falecido quando comido pelas mulheres que haviam sido suas amantes em vida.
O antúrio entrou moda por causa da novela. Até então muito usada para decorar igrejas, a flor passou a figurar entre as mais vendidas nas floriculturas. E acabou servindo de brincadeira, já que havia um simbolismo erótico associado pelos personagens da novela.
[anuncio_7]
Sucesso em Cuba
Pedra Sobre Pedra fez sucesso em Cuba, onde foi exibida com o título Te Odio Mi Amor. Por conta do personagem Murilo Pontes, que fumava charutos, Lima Duarte, em visita ao país, esteve em uma tradicional fábrica de charutos, onde foi bem recebido pelos funcionários.
Segundo o ator, o que conquistou o público cubano foi a relação de amor e ódio entre seu personagem e o de Renata Sorrah. Daí o título da novela.
[anuncio_8]
Abertura icônica
Para a abertura da novela, o designer gráfico Hans Donner misturou elementos naturais com a forma feminina, em imagens que se encaixavam, ou se fundiam, como já fizera na abertura de Tieta, em 1989. Fez uso da computação gráfica e transformou o corpo nu da modelo Mônica Fraga em rochas e montanhas.
As gravações da abertura foram feitas em Lençóis, na Chapada Diamantina (BA), onde a paisagem natural era ideal para a montagem desejada. Depois, em computador, as pernas de Mônica se transformavam nas margens de um rio, e seu rosto e colo ganharam o contorno da chapada, coberta por vegetação.
AQUI tem tudo sobre Pedra Sobre Pedra: trama, elenco completo, personagens, trilha sonora e mais curiosidades.