Tiago Abravanel entrou na lista: 10 astros que se queimaram com a Globo
03/03/2022 às 8h20
O mais novo inimigo de J. B. de Oliveira, o Boninho, todo-poderoso do Big Brother Brasil, é Tiago Abravanel. Ao deixar o BBB22 no último domingo (27), o neto de Silvio Santos atraiu a ira do diretor.
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Foi retirado da vinheta do programa, não deverá participar das atrações da casa para falar sobre sua desistência e nem da festa da final do reality show. Pelo menos é o que costuma acontecer – a única exceção foi Lucas Penteado, no ano passado.
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De acordo com o site Notícias da TV, Boninho não quer nem ouvir falar de Abravanel e não vai abrir exceções para ele.
No entanto, Tiago Abravanel não será o único a se queimar com a Globo. Ao longo da história, diversos nomes tiveram tretas com a maior emissora do Brasil e uma das maiores do mundo – alguns acabaram perdoados e voltaram a aparecer na tela do canal.
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Confira 10 exemplos na lista:
Dercy Gonçalves
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Darcy Gonçalves foi uma das primeiras estrelas da Globo, comandando, na emissora, programas como Dercy Comédias, Dercy Espetacular e Dercy de Verdade.
Pouco tempo depois, a Globo mudou radicalmente sua programação e tirou seus programas, já que causavam muitos problemas com a Censura Federal do regime militar.
Quando foi demitida, ela ganhava 80 mil cruzeiros por mês, sendo um dos maiores ordenados do canal (o salário mínimo era 156 cruzeiros).
“De repente, quiseram enforcar a rainha, com o nome de Dercy Gonçalves proibido de ser usado em qualquer rede de TV, mas eu tenho um fôlego de sete gatos, aí é que se deram mal”, explicou ao Jornal do Brasil de 27 de abril de 1980.
Antes disso, Dercy processou a Globo e ganhou uma verdadeira fortuna (4 bilhões de cruzeiros).
Ela voltou para a emissora somente alguns anos depois, convidada para participar de novelas, como Que Rei Sou Eu? (1989) e Deus nos Acuda (1992), além de humorísticos e do quadro Jogo da Velha, do Domingão do Faustão.
Chacrinha
Em 1972, Abelardo Barbosa comandava dois programas de sucesso na Globo: Buzina do Chacrinha e Discoteca do Chacrinha.
No entanto, o Velho Guerreiro criava muitas confusões nos bastidores, deixando irritado o então todo-poderoso da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.
Após atrasar o encerramento do Buzina mais uma vez, o diretor ficou extremamente irritado e encerrou o programa abruptamente.
“Tirei imediatamente do ar. O Chacrinha quebrou tudo no estúdio e subiu, possesso, sem camisa, até a minha sala, gritando: ‘Vou embora, vou embora, não apareço mais aqui’”, contou Boni na obra.
O apresentador foi para a Tupi, onde manteve bons índices, mas conviveu com falta de estrutura e de verbas de produção e constantes atrasos salariais.
Em 1978, rumou para a Band, onde ficou até 1982, quando foi resgatado pelo próprio Boni e voltou para a Globo. Na época, a imprensa destacou o brilho nos olhos de Chacrinha ao voltar para sua antiga casa. O programa ficou no ar até a morte do apresentador, em 1988.
Tim Maia
Tim Maia teve inúmeras rusgas com a Globo ao longo da careira. Numa delas, em 1986, deixou de comparecer ao programa Chico & Caetano. Ele chegou a ensaiar na véspera, mas deu o cano na gravação. O jeito foi alterar a estrutura da atração e exibir trechos do ensaio.
Mais tarde, em 1993, o cantor cantaria no encerramento do Domingão do Faustão. O encontro selaria a paz dele com as Organizações Globo, após uma pendenga judicial com a Som Livre que o vetou nas atrações da emissora.
No entanto, ele não só faltou ao dominical como ainda destilou veneno contra a Globo e o empresário Roberto Marinho em show feito no dia anterior.
Mesmo com todos esses problemas, quando o cantor morreu, em 1998, o Jornal Nacional dedicou um longo espaço à cobertura, além de ter feito um especial no programa Por Toda Sua Vida e uma série, anos mais tarde.
Jô Soares
No final de 1987, Jô Soares aceitou o convite de Silvio Santos. Foi para o SBT e se tornou o artista mais bem pago da televisão brasileira na época.
No entanto, a saída do humorista não foi fácil. Ele teve fortes discussões com Boni, que chegou a lhe dizer que tentaria proibir que ele usasse a palavra “gordo”.
“Claro que esta última ameaça ficou meio difícil de cumprir: a megalomania ainda não é lei fora da Globo”, disparou Jô em artigo escrito na revista Veja e lido no Troféu Imprensa de 1988.
Além disso, os comerciais estrelados por eles e membros de sua equipe foram proibidos de serem exibidos na emissora. Quando fez o desabafo, Jô foi apoiado por Silvio, que também teve algumas rusgas com Roberto Marinho.
Com o passar do tempo, as mágoas foram esquecidas pelas duas partes e os comerciais de Jô voltaram à Globo. Em 1999, ele aceitou convite da antiga casa e retornou, comandando o Programa do Jô entre 2000 e 2016.
Chico Anysio
Estrela da Globo por décadas, Chico Anysio teve muitos desentendimentos com a emissora ao longo dessa trajetória. Um dos mais graves aconteceu em 1989, quando ele chegou a pedir rescisão antecipada de seu contrato.
Segundo o Jornal do Brasil, o humorista ficou magoado com o cancelamento de um programa que ele criou, Grupo Escolacho. Além disso, havia criticado a TV Pirata.
“Há um processo de juvenilização da emissora e acho que a Globo não me quer mais”, declarou. “Se o problema é minha indenização, eu abro mão. Não foi a Globo quem me fez, mas eu que ajudei a fazê-la. Num teatro, ganho em três dias o meu salário mensal daqui”, completou.
Na mesma reportagem, ele disse que não colocava mais os pés na emissora. “Se quiserem, que venham até aqui. E só fico na casa, depois de setembro, com novas propostas de trabalho, porque o programa é o mais barato da Globo e o quarto em audiência”, disparou.
Evidentemente, foram colocados panos quentes na confusão e Chico chegou a ganhar mais tempo para seu programa, Chico Anysio Show, em 1990.
No meio desse ano, no entanto, a atração acabou, gerando mais uma crise. Mesmo assim, incluindo alguns períodos na geladeira, o humorista permaneceu na emissora até sua morte, em 2012.
Ísis de Oliveira
Atriz que participou de grandes sucessos da Globo, como Roque Santeiro e O Outro, Ísis de Oliveira foi demitida pela emissora de forma inusitada.
Em 1990, ela integrava o elenco da novela Meu Bem, Meu Mal, em papel-chave na trama, mas acabou sendo dispensada abruptamente, por ter faltado às gravações de fim de ano, em dezembro daquele ano.
Ao jornal O Dia de 27 de janeiro de 1991, a atriz disse que estranhou a decisão e não recebeu nenhuma explicação oficial da Globo. Também classificou o fato como um “ato autoritário e radical” do diretor Paulo Ubiratan.
A mídia destacou, na época, que Ísis foi a primeira atriz da Globo a ser demitida no meio de um capítulo, exibido em 19 de fevereiro de 1991, através de indiretas colocadas no texto.
“Dona Mimi não existe mais”, disse Sérgio Viotti, na pele de Toledo, marido de Mimi. “Ela foi demitida”, acrescentou. “Nunca tinha ouvido falar em uma esposa demitida”, retrucou Doca. “Digamos que foi demitida por excesso de faltas ao trabalho”, completou Toledo.
Hoje com 70 anos, Ísis ainda fez novelas na Manchete e na Band, mas deixou a televisão. Atualmente, ela faz locuções publicitárias, vídeos institucionais, livros em áudio e mantém um ativo perfil no Instagram, onde interage com os fãs.
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Renato Aragão
Dispensado da Globo no ano passado, Renato Aragão chegou a colocar o horário do programa Os Trapalhões à disposição em 1992.
De acordo com a Folha de S.Paulo de 9 de outubro daquele ano, ele quis deixar a emissora, alegando “sabotagem”.
Segundo Aragão, foram plantadas notícias nos jornais, atribuídas à alta direção da Globo, com críticas ao humorístico.
“Esses puxa-sacos e terroristas estão interessados é no horário do programa, por isso o coloquei à disposição. Durante a programação da Globo, você só vê chamada para ‘Os Trapalhões’ se acordar de madrugada”, disparou.
“Caso haja problemas, pago a multa da rescisão do contrato e vou embora. Eles podem fazer o mesmo se estiverem insatisfeitos”, continuou. “Mas minha intenção é comemorar 30 anos de Os Trapalhões na Globo. Ainda faltam três anos, mas a gente chega lá”, concluiu.
Boni declarou que ficou surpreso com a confusão e que não existia insatisfação por parte do canal. Após a colocação dos tradicionais panos quentes, a vida seguiu.
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Cláudia Rodrigues
Humorista de sucesso nos anos 1990 e 2000, participando de diversos programas da Globo como Zorra Total e Sai de Baixo, Cláudia Rodrigues ganhou sua própria atração em 2004. Na série A Diarista, exibida até 2007, ela vivia a protagonista Marinete.
Cláudia começou a sofrer consequências da esclerose múltipla, descoberta em 2000, após sentir uma dormência no braço durante uma peça de teatro.
A partir daí, ela ainda fez mais algumas participações em programas da casa, como Zorra Total e Casseta & Planeta, Urgente!, mas acabou tendo sua carreira na televisão seriamente afetada.
Claudia foi desligada da Globo em abril de 2015, entrando com um processo judicial contra a emissora. Venceu a ação e foi recontratada em 2018. Além disso, teve que receber os salários referentes aos anos em que esteve fora da emissora.
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Camila Queiroz e Klebber Toledo
A mais recente treta envolvendo a Globo aconteceu no dia 17 de novembro, quando a emissora divulgou uma dura nota.
No comunicado, informou que Camila Queiroz estava fora da novela Verdades Secretas 2, que ainda está em produção.
A Globo disse que as gravações foram impactadas pelos rigorosos protocolos adotados durante a pandemia, e que o período de filmagens teve que ser ampliado por sete dias.
“Para assinar a extensão de contrato necessária à gravação das cenas finais da novela, Camila Queiroz quis determinar o desfecho da personagem Angel e exigiu um compromisso formal de que faria parte de uma eventual terceira temporada da obra, além de outras demandas contratuais inaceitáveis”, disparou a nota, informando, ainda, que a novela será concluída sem a participação da atriz.
Horas depois, foi a vez de Camila dar a sua versão da história, em comunicado publicado por sua assessoria.
“A atriz foi surpreendida quando recebeu as últimas cenas para gravação, momento em que percebeu que os rumos da novela seriam de fato alterados. (…) Vale ressaltar que a atriz continua cumprindo todos os seus compromissos profissionais e jamais deixaria de concluir aquilo que foi combinado. Pelo contrário, mesmo com todas as adversidades a atriz nunca se recusou a gravar, e tentou de forma persistente contornar as adversidades junto a empresa de comum acordo, o que infelizmente não foi possível’, garantiu.
Quem tomou as dores de Camila Queiroz foi seu marido, o também ator Klebber Toledo, que atuou em tramas como Império, Êta Mundo Bom! e Verão 90, e, assim, como a esposa, também deixou a emissora.
No espaço de comentários do post da atriz, ele disparou contra a Globo: “Parabéns pela sua coragem em mostrar que nós artistas não somos objetos. Te amo”.