Primeiro dia de 2018 reserva uma alegria e três decepções para o público do VIVA
01/01/2018 às 8h30
Foram quase oito anos de espera. Desde a estreia do VIVA, em maio de 2010, até a noite deste 1º de janeiro de 2018, o público do canal fechado aguardou ansiosamente pela estreia de Os Trapalhões, humorístico consagrado nas noites de domingo, das décadas de 1970 e 1980, com os brilhantes Renato Aragão (Didi), Dedé Santana, Antônio Carlos (Mussum) e Mauro Gonçalves (Zacarias). Após a insossa reedição do clássico, no ar em 2017, enfim teremos o prazer de rever o original, a partir da temporada 1988 – de segunda-feira a sexta-feira, 20h15.
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Em contrapartida, o VIVA frustra o telespectador logo na “estreia” de 2018 ao reformular a grade vespertina. Saem de cena as reapresentações do Vídeo Show e do Mais Você, além do Bem Estar (de temporadas passadas); como substitutos, o primeiro ano do Estrelas (16h15), de Angélica, os episódios do início do Encontro (17h00) com Fátima Bernardes e os programas do Mais Você (18h15) que marcaram a chegada de Ana Maria Braga na Globo.
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Evidentemente, há curiosidade em rever estes programas, consagrados com o passar dos anos, e relembrar a história das três apresentadoras, que ocupam, com mérito, lugares na lista das melhores do país. Por outro lado, perde-se a única porção de atualidade da grade do canal e vai-se embora uma opção para quem não consegue acompanhar o matutino de Ana Maria e o vespertino de Otaviano Costa na “matriz” Globo. Soma-se a estes tópicos o fato das três atrações, nas temporadas em questão, terem padecido com o insucesso.
Afinal, quem se lembra que, um dia, Angélica sentou-se num sofá para discutir amenidades com o elenco da Globo, mal se envolvendo nas externas que deram cara ao Estrelas em fases posteriores? Ou que o Encontro, num primeiro momento, fez até marmanjo sentir saudades do infantil TV Globinho? Ou ainda que Ana Maria Braga, derrotada pelo Chaves do SBT, retirou o ponto eletrônico do ouvido e desabafou com seu público, afirmando estar distante dela mesma na então nova casa?
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Estrelas, Encontro e Mais Você são programas datados, como bem lembrou Carla Bittencourt em sua coluna no jornal Extra. Não é como o humor das atrações noturnas, que contextualiza uma época, faz pensar na referência e, como consequência, mantém a graça da piada. Será no mínimo estranho conferir notícia velha no Mais Você ou em debate no palco de Fátima Bernardes; também ver atores e atrizes comentando novelas antigas, estando no ar em produções atuais, ou peças de teatro já fora de cartaz. Edição não resolve.
O VIVA não se manifestou publicamente a respeito das substituições. A justificativa mais plausível talvez seja a do interesse da Globo em tornar seu aplicativo, o Play, a única “segunda janela” para o Vídeo Show – que, inclusive, costuma ser liberado para não-assinantes -, e o Mais Você. Pior para o canal fechado. Óbvio que as equivocadas reapresentações não diminuem o brilho do VIVA – nem o meu apego, “vivamaníaco” que sou. Mas as escolhas para a faixa soaram estranhas. E desnecessárias.
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