Precisamos falar sobre as mudanças dos jornais locais da Globo de São Paulo
10/05/2017 às 13h30
No início dessa semana, a Globo São Paulo novamente saiu na frente e apresentou novidades em seus telejornais locais, tornando-os ainda mais próximo ao telespectador e mostrando que sim, é preciso mudar.
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Para quem acompanha o Bom Dia Brasil, ou quando Rodrigo Bocardi e Cesar Tralli aparecem em rede nacional, é nítido que os âncoras possuem uma postura bem diferente de apresentar o jornal, dando um toque de informalidade, misturado com opinião sem deixar de informar quem precisa.
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Por muito tempo, a Globo, de uma forma geral, tinha seu jornalismo muito engessado, na qual não permitia aos jornalistas esboçarem nenhum tipo de reação após uma matéria, usarem de uma linguagem mais informal ao conversar com outro colega em uma entrada ao vivo e muito menos rir de si mesmo quando algo saísse do roteiro.
Vários anos se passaram e com as mudanças dos diretores gerais de jornalismo, e também na forma de fazer o mesmo, algumas regras foram caindo e hoje podemos assistir um Jornal Nacional muito mais “leve” do que anos atrás. Mas quando tocamos no ponto do jornalismo local, a meu ver, inúmeras praças ainda não tiveram um certo “click” para mudanças.
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Hoje, tudo é instantâneo. Você mesmo aí do outro lado pode estar lendo essa coluna no computador, no celular ou no tablet, em qualquer parte do mundo. O “fazer jornalismo” agora se envereda pelo mesmo lado, pois qualquer pessoa pode fazer um vídeo ou enviar uma informação que pautará pelo menos um bloco ou jornal inteiro, dependendo do que aconteceu.
O Bom Dia São Paulo, apresentado por Rodrigo Bocardi, é o exemplo a ser seguido por todas as praças, não só pela forma que é apresentando, mas como toda a engrenagem funciona. São inúmeros links ao vivo espalhados pela capital – ou até mesmo pelo interior, quando é preciso; são mapas de trânsito informando o telespectador que está saindo de casa e o que ele enfrentará pelo caminho e, principalmente, fazendo o que um jornal deve fazer: informar.
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Por mais que fazer tudo que citei acima possa esbarrar nas questões técnicas de cada praça, pelo menos o objetivo de informar precisa ser entregue ao telespectador e, por isso, novamente digo, é preciso mudar. O uso do WhatsApp como ferramenta já vem ajudando muito, entretanto as demais redes sociais estão aí para pode ajudar o jornalismo a ficar cada vez próximo ao telespectador.
Está na hora dos jornais locais abrirem os olhos e ficarem atentos nas demandas da população. Pode parecer que estou aqui “solicitando” aos diretores de jornalismo que façam agora um jornal perfeito, que seja todo informal, menos sanguinário, cheio de interações e com repórteres espalhados pela cidade. Não é isso!
É deixar de lado aquele jornalismo engessado e começarem a “bater” mais no que está dando errado na rua do senhor João, na água que não chega à casa da dona Maria ou naquele ônibus do Juninho que todo dia passa lotado e ele chega atrasado ao serviço.
Os jornais locais existem para atender as demandas locais e é preciso mudar para que isto ocorra.
DOUGLAS SILVA é formado em jornalismo, trabalhou como produtor e social mídia em rádios e TVs de BH. Ama falar sobre televisão e tem paixão por fotografia e futebol americano. Contatos podem ser feitos pelo Twitter: @uaiteve. Ocupa este espaço às terças