Se existe um conselho que eu daria para a garotada nova que está se enverando para o mundo das séries é: não curta uma trama logo de cara, nem comece a assistir a série logo no início. A chance de gostar de algo que pode ser cancelado em um piscar de olhos é muito grande! Tem muito material bom sendo produzido e competir por audiência não tem sido fácil.

A minha mais recente decepção no mundo das séries foi saber, há pouco mais de um mês, que Time After Time foi cancelada (falei dela aqui no TV História). A série lançada em março não foi “apenas” cancelada, ela foi escorraçada pelo canal ABC. A previsão era que a primeira temporada da série tivesse 13 episódios, mas foram exibidos apenas cinco e fim.

Havia gostado do tema, achado bastante promissor e, após acompanhar os três primeiros episódios, estava empolgado, ficando curioso com o que viria a seguir. Mas azar o meu e de quem gostava, né? Substituíram a trama por outra produção, nem para honrar a primeira temporada. Tudo pela audiência, a série tinha cerca de 2 milhões de expectadores, enquanto outras que também estão na 1ª temporada têm 4 milhões. Complicado.

Para “homenagear” o fato, listo abaixo 10 séries que assisti em algum momento e que jamais deveriam ser canceladas.

Pushing Daisies – O confeiteiro Ned tinha uma maldição/dom peculiar. Com um simples toque, Ned podia fazer os mortos reviverem. E não apenas pessoas, ele trazia à vida também frutas mortas para produzir suas tortas. Ned trabalhava com um detetive particular para desvendar crimes, ele ressuscitava a pessoa e fazia perguntas sobre como morreram (claro, quase nunca dava certo). A trama também contava com a bela Chuck, paixão que Ned ressuscitou e nunca mais poderia tocar, pois essa era a regra, se ele tocasse novamente uma pessoa que tinha ressuscitado, ela morria.

The Nine Lives of Chloe King – Baseada em livro, a série tinha como protagonista Chloe, uma jovem de 16 anos que acabara de descobrir que não era comum. Chloe fazia parte dos Mai, uma raça de seres semelhantes a gatos: rápidos, ágeis, com garras e tudo mais. A série terminou de um jeito “e aí?”, mas como esperavam continuação, não dá pra culpar os idealizadores. O jeito é ler o livro!

Flash Forward – Um acontecimento global fez com que as pessoas apagassem por, exatamente, dois minutos e dezessete segundos e, nesse tempo, vislumbrassem seu futuro seis meses depois. A pergunta de quem sobreviveu (muita gente morreu em acidente de avião, carro, etc. durante o apagão) era: isso irá realmente acontecer? Aí você me diz: “vai, conta mais…”. Como? Teve apenas uma temporada. #frustração

Dead Last – Altas madrugadas nos tempos de escola assistindo essa série no SBT. Uma banda de rock viajava o país, aí se não me engano um dos integrantes achou um amuleto e eles passaram a ver gente morta. A missão, a cada episódio, era ajudar algum fantasma. Era muito bacana… Na época, 2001, foi lançada pela Warner e nem exibiram os 13 episódios da primeira temporada por lá. Parece-me que no SBT passaram todos.

Missing – Em 2012 acompanhei o drama de uma mãe (linda Ashley Judd) para salvar seu filho. Michael desapareceu misteriosamente e sua mãe, Rebecca, quebrou o pau com todo mundo para encontrar o guri. Mas ela não era “apenas” uma mãe, era agente da CIA (o pai suspeito do menino também). Meu, como essa mulher sofreu… Era muito empolgante o seriado, os 10 episódios da primeira (e única) temporada deixava a gente instigado o tempo todo, querendo ver o próximo rapidamente. E, mais um seriado que terminou e não terminou, merecia uma segunda temporada pelo menos.

Enfim, essa é uma lista modesta, do que me vem à mente rapidamente quando o assunto é série cancelada. A essa lista dá pra acrescentar MUITAS outras produções e, cada dia mais, a audiência, ou falta dela, mata muita coisa boa que gostamos. Então fica a dica (que ninguém irá seguir, nem eu provavelmente): melhor esperar a produção vingar ou, se for o caso, procurar saber se a primeira e única temporada da série foi resolutiva e não nos deixará com cara de tacho.


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Inquieto e ansioso desde 1987, Jônatas Mesquita é jornalista e viu o TV História dar os primeiros passos, das viagens regadas a tubaínas e FIFA à audiência europeia. Vive em Lisboa e não precisa de dublagem para assistir às novelas portuguesas Leia todos os textos do autor