Entenda a trama de Nos Tempos do Imperador, nova novela das seis da Globo
07/08/2021 às 16h36
Mais de 30 anos se passaram após a Proclamação da Independência. O país em construção, ainda na formação de um Império, deu lugar a um Brasil em busca de identidade e progresso. O ano é 1856, e Dom Pedro II (Selton Mello), o líder que persegue esses ideais. Garantir a integração da nação e ampliar os horizontes do povo, investindo na educação, seriam as chaves para o futuro, na sua visão.
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Nos Tempos do Imperador, a nova trama das seis da Globo, que estreia no dia 9 de agosto, é a primeira novela totalmente inédita desde o início da pandemia do coronavírus. A obra, ambientada no Rio de Janeiro, mostra personagens que, assim como Dom Pedro II, são movidos por grandes causas. Ao lutarem por suas paixões, acabam impactando toda a sociedade.
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Nesse contexto, o público vai acompanhar a saga do casal Pilar (Gabriela Medvedovski) e Jorge/Samuel (Michel Gomes). Ambos travam batalhas pessoais para mudar seus destinos. Ela quer ser médica, mas vive em uma sociedade que não aceita que mulheres estudem. Ele quer viver em uma cultura mais igualitária, pois é negro e perseguido diante de sua condição de ex-escravizado. Suas trajetórias se cruzam com as dos personagens históricos Imperador Dom Pedro II, a Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella) e Luísa, a Condessa de Barral (Mariana Ximenes).
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A trama, escrita e criada por Alessandro Marson e Thereza Falcão, e com direção artística de Vinícius Coimbra, é uma história de amor e esperança, com elementos históricos, que remetem aos dias atuais. Da mesma equipe de criadores da novela Novo Mundo, exibida pela Globo em 2017 e reprisada em 2020, que retratou um país nascendo, com a chegada da família real portuguesa, Nos Tempos do Imperador agora aborda um Brasil já sólido, com um Imperador brasileiro, educado neste país, que vai colocar todo o seu conhecimento a serviço da pátria.
Confira todos os destaques da trama:
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O Imperador do povo
Dom Pedro II (Selton Mello) precisou assumir cedo a responsabilidade com a política. Com apenas cinco anos, dois dias após a volta de seu pai, Dom Pedro I, para Portugal, com o intuito de disputar a coroa portuguesa, tornou-se Imperador do Brasil, sob regência. A mãe, Leopoldina, morreu quando Pedro tinha um ano, e sua educação foi conduzida por preceptores. Teve sólida formação, muito focada em alta cultura, ciência e tecnologia. A administração do Brasil ficou a cargo de regentes, até que, aos quatorze anos, com a Lei da Maioridade, foi declarado apto a assumir a coroa.
Muito jovem e sem os pais presentes, precisou amadurecer rápido e aprendeu que, antes de pensar em si mesmo, deveria colocar o país à frente dos seus sonhos. Na Corte, ficou conhecido como o Imperador viajante, pois buscou percorrer o extenso território brasileiro, de forma a manter a unificação do Brasil.
Casou-se por procuração com Teresa Cristina (Leticia Sabatella), fruto de um acordo político com a Casa Dinástica Europeia de Bourbon, visando garantir a sucessão ao trono, e só a conheceu depois. No entanto, aprendeu com ela os valores do casamento, da amizade e da família. Juntos, são pais de Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao) e Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso), lutam por um país mais justo, igualitário, com oportunidades na educação e nas artes para toda a população, mas enfrentam um caminho cheio de obstáculos.
Em uma de suas viagens com a Imperatriz pelo Brasil, recebe a visita de Solano López (Roberto Birindelli), comandante das tropas do Paraguai, que invade o Brasil sem anunciar, e pede a mão da princesa Isabel em casamento. O objetivo é selar um acordo entre Paraguai e Brasil contra a Argentina e o Uruguai. O encontro assusta o Imperador, que logo decide voltar ao Rio de Janeiro para pedir o apoio do Congresso na formação de um exército, já que sentiu a ameaça nas palavras de Solano ao negar seu pedido, e teme um possível ataque ao Brasil.
Além disso, precisa preparar as filhas para assumirem suas responsabilidades como membros da família real. Para ajudar na formação delas, convida Luísa (Mariana Ximenes), a Condessa de Barral, para ser a preceptora das meninas. Ele precisava de uma pessoa capaz de passar todas as noções de etiqueta, educação, assim como um conhecimento vasto do mundo às meninas, e recebeu a indicação da Condessa por meio de sua irmã, Francisca, que a conheceu na Europa. A Condessa é um grande exemplo de mulher, preparada para a função: é moderna, educada no exterior, domina diversos assuntos e sabe muito bem aonde quer chegar. Bem relacionada, é capaz de dominar qualquer assunto, além de ter tido acesso a um mundo que Dom Pedro II não teve a oportunidade de conhecer por toda sua responsabilidade com o Brasil. Ao conhecê-la, o Imperador se vê arrebatado por sua força e beleza.
O sonho de Pilar
Se a Condessa de Barral será um exemplo de atitude revolucionária na Corte, a trama também traz uma personagem com esse vigor entre as cidadãs comuns da época. A jovem Pilar (Gabriela Medvedovski) enfrenta, desde pequena, o peso de ser uma mulher do século XIX. Determinada, tenta convencer o pai Eudoro (José Dumont), fazendeiro e coronel da Bahia, a deixá-la estudar. Viúvo, ele criou sozinho ela e a irmã, Dolores (Júlia Freitas/Daphne Bozaski).
Pilar passou anos em um convento, onde estudou e teve ainda mais a certeza de que queria ir em busca do sonho de se tornar médica, um objetivo quase impossível na época, visto que as mulheres eram proibidas de ingressar nas faculdades. Enquanto isso, a irmã Dolores sofreu com sua ausência, mas sempre pode contar com o seu amor.
Quando as meninas ainda eram bem pequenas, Eudoro prometeu casar Pilar com Tonico (Alexandre Nero), futuro candidato a Deputado pela Bahia, filho de seu compadre, coronel Ambrósio (Roberto Bomfim). A união seria vantajosa para ambas as famílias, pois permitiria aumentar o número de terras na região e somar forças, visando os interesses pessoais dos coronéis.
A ideia era que o casamento acontecesse quando os dois estivessem mais velhos, para o desespero de Pilar. Ciente da chegada de Tonico para o casamento e da ameaça de perder sua liberdade, ela revela à irmã seu plano de fugir em busca de seu maior sonho. Pilar quer chegar à Faculdade de Salvador para tentar convencer a banca de que é apta a cursar Medicina como outros homens da sua idade.
A chegada de Tonico
E, para impedir que Pilar consiga atingir seu objetivo, o personagem Tonico não medirá esforços. Ele conheceu Dom Pedro II quando ainda eram crianças. Na ocasião, agrediu o Imperador e foi expulso da Corte por desrespeitá-lo. Com raiva da atitude do filho e por perder regalias no governo, o coronel Ambrósio (Roberto Bomfim) mandou o menino para Pernambuco, onde passou anos estudando e se formou em Direito. Seu colega de turma e único amigo é Nélio (João Pedro Zappa), filho de João Batista (Ernani Moraes) e Lota (Paula Cohen), e irmão de Bernardo (Gabriel Fuentes), que vivem em Pindamonhangaba, mas sonham com títulos de nobreza.
Tonico viveu sem a presença materna e distante do pai. Ao longo dos anos, carregou um sentimento de inveja por Dom Pedro II e sempre usou Nélio para se dar bem, inclusive nos estudos. Ainda acredita que um dia tomará o lugar de Dom Pedro II e se tornará o Imperador do Brasil, como se isso fosse possível. Ao chegar à fazenda da família, depois de anos em Recife, Tonico se depara com o pai morto, fato que o desestrutura e muda seus planos. Ele passa a dedicar toda a sua energia para ir atrás do homem acusado de matar seu pai – sem saber que se trata do seu irmão bastardo, Jorge (Michel Gomes). Isso, somado aos objetivos de se tornar Deputado pela Bahia e de se casar com Pilar (Gabriela Medvedovski) guiarão suas atitudes e artimanhas ao longo da trama.
A luta de Jorge/ Samuel
Filho bastardo do coronel Ambrósio (Roberto Bomfim) com uma mulher escravizada, Jorge (Michel Gomes) luta para se tornar livre, como a maioria dos negros que vive na mesma situação. Ele foi escravizado pelo próprio pai durante um tempo e vendido depois, o que provocou a separação de sua irmã. Mas o desejo de reencontrar a jovem nunca ficou para trás, e ele decide procurar o pai para cobrar notícias dela. Recebe a informação de que ela foi vendida para um mercador no Rio de Janeiro. No entanto, durante a discussão com o coronel, uma tragédia acontece, e ele é acusado de um crime que não cometeu.
Decidido a ir em busca da irmã na Corte e para salvar sua própria vida, foge com a roupa do corpo. No caminho, é atingido por tiros dos jagunços que o perseguiam e nem imagina que atrás dele está o seu irmão Tonico (Alexandre Nero), filho legítimo de Ambrósio, que acaba de chegar à Bahia. Mas o destino está a favor dele. Ferido e muito fraco, recebe a ajuda de Pilar (Gabriela Medvedovski), que seguia a caminho de Salvador.
O encontro de Pilar e Jorge/Samuel
Pilar aprendeu sobre primeiros socorros quando esteve no convento e consegue dar uma assistência determinante, que salva a vida de Jorge (Michel Gomes). No encontro, surge um interesse imediato de um pelo outro. Mas é preciso seguir viagem. Pilar, apesar de resistir aos encantos do jovem, se preocupa com o estado de saúde dele. É neste momento de angústia que aparece a Condessa de Barral na mesma estrada, a quem Pilar suplica ajuda ao rapaz.
A Condessa e Pilar se conhecem do Recôncavo Baiano, onde suas famílias possuem terras. Na base da confiança estabelecida entre as duas, Luísa prontamente atende ao pedido da jovem, levando Jorge para sua fazenda. Diante da realidade da escravidão e para a segurança de Jorge, ela precisa dar a ele uma nova identidade. Com isso, através de um documento entregue pela Condessa, ele passa a se chamar Samuel e se torna um homem livre.
A força da Condessa de Barral
Luísa está na Bahia com o marido Eugênio (Thierry Tremouroux) e o filho Dominique (Thor Becker) para o enterro de seu pai, Dom Domingo. Dono de uma fazenda na região, ele era conhecido por abrigar negros escravizados fugitivos e por dar alforria aos seus. A Condessa tinha em seu pai um exemplo de homem e estava dedicada a cuidar de sua saúde. Sua morte chamou a atenção dos coronéis vizinhos, interessados em comprar as terras que Luísa herdou. Firme, ela nega as propostas e mantém o legado de Dom Domingo, tomando as rédeas da administração da propriedade.
Ainda em casa, recebe a carta do Imperador Dom Pedro II a convidando para ser preceptora de suas filhas, as princesas Isabel (Any Maia/ Giulia Gayoso) e Leopoldina (Melissa Nóbrega/ Bruna Griphao). Cheia de orgulho, se honra com o convite e começa a preparar a mudança da família para a Corte. Jorge/ Samuel (Michel Gomes), com quem Luísa desenvolve uma cumplicidade durante a estadia em sua residência, é convidado para a viagem rumo ao Rio de Janeiro, onde tentará localizar a irmã e recomeçar a vida, longe das perseguições de Tonico (Alexandre Nero).
A fuga de Pilar
Pilar consegue chegar à faculdade, mas seus planos são interrompidos por seu pai. Eudoro vai atrás da filha em Salvador e a leva arrastada de volta para casa. Mas ela não desiste e arma uma nova fuga para o dia do casamento. No momento da cerimônia, foge sem deixar pistas, mas não impede a ira de Tonico, que, ao perceber que foi deixado sozinho no altar, é possuído por um desejo de vingança. Com isso, Eudoro precisa dar conta da dívida moral com Tonico, uma vez que o negócio do casamento não se concretizou. Ele afirma não querer mais Pilar como noiva e, em troca, pede a mão de Dolores, que ainda é uma criança, em casamento.
A chegada da Condessa à Corte e o encontro com Dom Pedro II
Luísa (Mariana Ximenes) segue viagem com Jorge/ Samuel (Michel Gomes) e a família. Já instalada com a família em sua nova casa na Corte, ela oferece uma quantia em dinheiro para que Samuel possa começar a vida na cidade. Em seguida, a Condessa vai até a Quinta se apresentar para Dom Pedro II. Ao lado de Eugênio, conhece a Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella) e as filhas dos Imperadores, suas futuras alunas. Ao ficar frente a frente com a Condessa, Dom Pedro II é tomado por um encantamento diante da forte presença da preceptora. Sua beleza, atitude, elegância e inteligência chamam a atenção de todos e mexe com os desejos mais profundos do Imperador. Teresa percebe o comportamento do marido, mas, em nome da família, mantém a discrição e observa a aproximação dos dois.
A vida de Jorge/Samuel no Rio de Janeiro e a acolhida na Pequena África
Samuel consegue se adaptar bem no Rio de Janeiro e promete pagar sua dívida com a Condessa de Barral assim que começar a trabalhar. No entanto, vive o preconceito por ser negro. A escravidão ainda era uma realidade muito latente na época: muitos negros passavam por maus tratos e, para a maioria, a única chance de sobrevivência era a fuga, mesmo que arriscada. Se não bastasse isso, Samuel sofre ainda com a patrulha exagerada do policial Borges (Danilo Dal Farra), com quem tem um mal-entendido logo nos primeiros dias. A abordagem ríspida é presenciada por Dom Olu (Rogério Brito), considerado o Rei da Pequena África, reduto dos negros livres na cidade à época. Muito respeitado por Dom Pedro II, ele interfere na discussão e afirma que Jorge é um dos moradores do local. Diante disso, o policial o solta, mas não vai desistir de prejudicá-lo.
A partir desse momento, Dom Olu apresenta a Pequena África ao mais novo cidadão do Rio de Janeiro. Vivendo nos Zungús, moradias coletivas, os negros libertos ou fugitivos que precisavam de proteção se ajudavam e mantinham os costumes, como a fabricação do angu, que era vendido aos escravizados da cidade, e os cultos religiosos. Lá também fica localizado o Cais do Valongo, por onde chegavam os navios com os negros vindos da África, e depósitos movimentados por causa do café, que empregavam a maior parte dos homens. Assim que Jorge/ Samuel revela tudo sobre seu passado, inclusive a mudança de identidade, Dom Olu faz o convite para que ele more no local com sua família: a esposa Cândida (Dani Ornellas) e a filha, Zayla (Alana Cabral/ Heslaine Vieira).
Além de conseguir um lugar para abrigá-lo, eles ainda lhe arranjam um trabalho como entregador, ajudando a vizinha Abena (Mary Sheyla), que é lavadeira e esposa de Balthazar (Alan Rocha), seu mais novo amigo. Nas andanças pela cidade, Jorge/Samuel encontra uma viola e decide consertá-la. Com um talento nato e autodidata para a música, faz uma parceria com Balthazar e, juntos, começam a ganhar dinheiro com a arte.
O reencontro de Pilar e Jorge/Samuel
Já com dinheiro suficiente para pagar o que deve à Condessa, Jorge/ Samuel decide procurá-la para agradecer por sua liberdade e contar as novidades. Durante a visita, enquanto aguarda Luísa (Mariana Ximenes), atende a um chamado na porta: é Pilar, para a surpresa de ambos. A emoção dos dois é recíproca, e o destino dá uma nova chance a eles. Dessa vez, não irão desperdiçar.
Pilar está chegando da Bahia, de onde fugiu mais uma vez das garras do pai, e busca o apoio de Luísa, que tem proximidade com Dom Pedro II, para conseguir uma bolsa de estudos. No encontro, além desse pedido, ela e Samuel revelam à Condessa como se conheceram e se apaixonaram. Luísa fica feliz com a coincidência e acolhe Pilar em sua casa. Luísa promete ajudar a jovem e apoia o relacionamento do casal.
Não demora muito, e a Condessa apresenta Pilar e Jorge/Samuel ao Imperador. Após o encontro decisivo, Dom Pedro II, comovido, lutará de todas as formas para ajudar os dois na realização dos seus sonhos, o que fará igualmente pelo Brasil. Já Pilar e Samuel, movidos pela paixão que nutrem um pelo outro, também têm o desejo de fazer a diferença na vida das pessoas, vencendo as barreiras impostas às mulheres e aos negros naquela época.
A vingança de Tonico e a separação de Pilar e Jorge/Samuel
Enquanto Pilar e Jorge/Samuel vivem uma vida tranquila no Rio de Janeiro, Tonico segue com o desejo de vingança. Cada vez mais próximo de Dolores (Júlia Freitas/ Daphne Bozaski), ele acaba descobrindo que Pilar está namorando Jorge e prepara uma armadilha para separar o casal. Já candidato eleito pela Bahia, convida a futura família – Eudoro e sua noiva –para ir com ele até a Corte assistir à cerimônia de posse. Na ocasião, faz com que Dolores minta à irmã que Jorge/Samuel tem um caso com Luísa (Mariana Ximenes), provocando o ciúme de Pilar, o que culminará na separação do casal.
Mesmo diante de um pedido de casamento de Jorge/Samuel, ela acredita na revelação de Dolores e opta por aceitar o convite de Dom Pedro II para estudar Medicina nos Estados Unidos, com direito a uma bolsa. O jovem fica arrasado com a decisão da amada e decide tomar outro rumo na vida. Abandona a música, pede a ajuda do Imperador e vai estudar para se tornar Engenheiro e ser aceito na sociedade.