Último sucesso de Manoel Carlos ficou marcado por depoimento infeliz e atores descontentes
20/11/2021 às 16h30
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Recentemente, em julho, a novela Página da Vida, de Manoel Carlos, completou 15 anos de estreia. De relevante sucesso, curiosamente, nunca foi reprisada, apesar de ser uma das mais pedidas para o Vale a Pena Ver de Novo. Mas esse tabu já tem data para ser quebrado: a trama estreia na segunda (22), no canal Viva, substituindo Da Cor do Pecado.
Abaixo 10 curiosidades sobre a produção:
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1 – Terceira Helena de Regina
A médica obstetra Helena Camargo Varela foi a terceira Helena de Manoel Carlos vivida pela atriz Regina Duarte. A primeira foi Helena Soares, na novela História de Amor, em 1995-1996, e, em seguida, Helena Viana, em Por Amor, em 1997-1998.
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2 – Grandes interpretações
A atriz Fernanda Vasconcellos se destacou ao dar à personagem Nanda o tom correto de emoção e veracidade. Também um grande momento para Lília Cabral, ao interpretar a vilã Marta, uma mulher extremamente amarga, intransigente e dura. Lília e Marcos Caruso – como Alex, seu marido na novela – tiveram cenas intensas, de grande carga dramática.
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Por sua atuação, Lília Cabral foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor atriz da televisão em 2006. Também foi premiada com o Troféu Imprensa de melhor atriz do ano. Páginas da Vida rendeu ainda o Troféu Imprensa de melhor novela (empatada com Belíssima), melhor ator (Marcos Caruso) e revelação de 2006 na televisão (Grazi Massafera).
3 – Depoimento infeliz sobre orgasmo
Cada capítulo terminava com o depoimento de um personagem real sobre algum tema abordado no dia. Gerou a maior polêmica o depoimento ao final do quinto capítulo (exibido no sábado do dia 15/07/2006), da empregada doméstica Nelly da Conceição, então com 68 anos, sobre o orgasmo. Dê o play abaixo.
As palavras escolhidas pela senhora de Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, soaram grotescas, chocaram o público e levaram o autor a pedir desculpas nos jornais, na TV e até em um programa de rádio.
4 – Síndrome de Down
Para o papel de Clara, a menina com Síndrome de Down da trama, foi escolhida Joana Mocarzel, na época com 7 anos, filha do cineasta Evaldo Mocarzel. Manoel Carlos comentou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), sobre a importância da trama de Clara na novela:
“Ver a menina em capas de revista foi gratificante para mim. Ela foi exposta não de maneira piedosa e constrangedora, mas de maneira forte, como exemplo. Isso me deu grande alegria”.
Maneco explicou que não havia falas para as cenas de Clara. Os atores é que falavam com ela e ela respondia o que queria: “Com isso, ela criou situações muito engraçadas no estúdio. Às vezes, ela dizia algo inesperado e os atores que estavam em cena eram obrigados a improvisar. Ela seguia o texto na medida do possível. As falas dela eram mais livres”.
5 – Atores descontentes
Antônio Calloni pediu para sair da novela. Com isso o seu personagem morreu na passagem da primeira para a segunda fase. O motivo alegado pelo ator é que ele estaria esgotado, emendando um trabalho no outro, e que não se sentia capaz de contribuir 100% com a novela.
Já na reta final, alguns atores deixaram transparecer o descontentamento com o rumo que o autor deu a seus personagens. Foi o caso de Leandra Leal, que reclamou de sua personagem Sabrina, em seu blog na Internet.
6 – Parto real de atriz
Pela primeira vez na história das telenovelas, um parto de uma atriz grávida de verdade foi mostrado, no capítulo exibido em 28/12/2006. Aproveitou-se o fato de Júlia Carrera estar prestes a dar a luz para usar a situação na trama de Páginas da Vida. A atriz vivia Tatiana, fonoaudióloga da menina Clara (Joana Mocarzel). O marido de Júlia, Bruce Gomlevski, que também é ator, entrou na novela para interpretar o marido de Tatiana e, assim, assistir ao parto de sua mulher.
Júlia Carrera deu a luz a uma menina, Valentina. Cinco câmeras instaladas pelo diretor Jayme Monjardim registraram o nascimento da bebê, como se o parto estivesse sendo feito pela médica obstetra Helena (Regina Duarte).
7 – Confusão de nomes
Com um elenco inchado e em meio a tantos personagens, confusão e trocas de nomes podem ocorrer. Porém, o caso de Fernando Eiras em Páginas da Vida passou dos limites. Na primeira fase da novela, o personagem do ator se chamava Otávio. Na segunda fase, o nome foi trocado para Rubens, ganhando inclusive o apelido Rubinho. Já no site oficial da novela, ele foi chamado de Camilo, depois Laerte, e finalmente Rubens!
8 – Tarcísio com virose
Tarcísio Meira foi acometido de uma virose grave, que o fez ficar sem voz e provocou seu afastamento das gravações por dois meses, entre setembro e novembro de 2006. Na trama, a ausência de seu personagem, Tide, foi explicada com uma viagem repentina à sua fazenda. Tarcísio voltou a aparecer no capítulo de 23 de novembro de 2006.
9 – Estreantes em novelas
Primeira novela das atrizes Fernanda Vasconcellos e Marjorie Estiano (reveladas na Malhação), Sophie Charlotte, Grazi Massafera (revelada no BBB 5), Carolina Oliveira (revelada na minissérie Hoje É Dia de Maria), Pérola Faria e Thalita Carauta. E dos atores Armando Babaioff, André Frateschi, Joelson Medeiros, Luciano Chirolli, Rafael Almeida e Gabriel Kaufmann (na época com 5 anos).
Presença no elenco da bailarina Ana Botafogo, com uma personagem fixa, Elisa, também bailarina.
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10 – Concordância com a realidade
Pessoas reais, moradoras do Leblon, bairro do Rio de Janeiro onde a trama era ambientada, apareceram em cenas da novela como elas mesmas, com seus verdadeiros nomes. Em Páginas da Vida, o chaveiro, a garçonete do cafezinho e o dono da banca de jornal eram pessoas que exerciam as mesmas funções na vida real. O objetivo dessa experiência era reduzir a diferença que existe entre a realidade e a ficção.
Na trama da novela, a primeira fase terminou no dia 21/09/2001, com imagens dos ataques terroristas de 11 de setembro aos Estados Unidos. Em janeiro de 2006, a novela homenageou os 80 anos de Tom Jobim. O compositor teve duas músicas na trilha sonora – “Wave”, na abertura, e “Promessas” (“Só em Teus Braços”), gravada por Nana Caymmi.
Outras alusões à realidade foram citadas no decorrer da trama, com destaque para fatos reais de violência nas grandes cidades, como o ataque de bandidos a um ônibus, incendiado com passageiros dentro (em dezembro de 2006), e a morte do menino João Hélio, vítima de um assalto, arrastado pelas ruas do Rio até a morte (em fevereiro de 2007). Os pais da criança chegaram a dar um depoimento para a novela.
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