Rejeição inicial, protagonista reprovada, gays assexuais: 10 curiosidades de Paraíso Tropical

05/07/2021 às 11h18

Por: Nilson Xavier
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O canal Viva estreia – nesta segunda-feira (5), às 15 horas, com reprise às 23h45 – a novela Paraíso Tropical, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com direção geral de Denis Carvalho e José Luiz Villamarim, exibida originalmente entre março e setembro de 2007 e nunca antes reprisada. A novela entra no lugar de A Viagem.

Uma trama bem escrita, dirigida e produzida, sem atropelos ou barriga. Abaixo, destaco 10 curiosidades sobre a produção.

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1 – Rejeição inicial

O início da novela sofreu com audiência aquém da esperada, mas Paraíso Tropical aos poucos foi conquistando o público. A rejeição inicial se deu por causa do tom da novela, considerado “muito masculino” por Ricardo Linhares.

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Não havia grandes personagens femininas além da gêmea má Taís (Alessandra Negrini) e de Bebel (Camila Pitanga), e o grande centro era a disputa de poder entre o mocinho Daniel (Fábio Assunção) e o vilão Olavo (Wagner Moura) na empresa de Antenor Cavalcanti (Tony Ramos).

Os autores fizeram algumas alterações no sentido de atenuar essa “masculinidade” da novela e valorizaram as mulheres sem, no entanto, deixarem de lado o planejado na sinopse. Com isso, os problemas foram sanados.

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2 – Olavo e Bebel

Enquanto o casal romântico central, Paula e Daniel (Alessandra Negrini e Fábio Assunção), não vingou, a dupla de anti-heróis Olavo e Bebel (Wagner Moura e Camila Pitanga) fez o maior sucesso. Um casal que caiu nas graças do público, apesar de todas as trapaças e atitudes nada corretas.

Olavo era uma vilão cafajeste, megalomaníaco e sedutor, e Bebel, uma prostituta ingênua e adorável, com bordões e expressões que o povo repetiu nas ruas, como “catiguria”“cueca manera” e a frase “Que boa ideia esse casamento primaveril em pleno outono!”.

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3 – Novela premiada

Por suas atuações, Wagner Moura e Camila Pitanga foram eleitos pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) o melhor ator e a melhor atriz na televisão em 2007. Ela empatou com Jussara Freire (pela novela Vidas Opostas, da Record TV), e ele empatou com Marcelo Serrado (por Vidas Opostas e pela série Mandrake, da HBO).

A APCA também elegeu Paraíso Tropical a melhor novela de 2007. Paraíso Tropical foi ainda premiada com o Troféu Imprensa: melhor novela (empatada com Vidas Opostas), melhor ator (Wagner Moura), melhor atriz (Camila Pitanga) e revelação de 2007 na TV (o ator Gustavo Leão).

4 – Outro Olavo

Para o papel do vilão Olavo, Gilberto Braga convidou Selton Mello, que não aceitou. O autor declarou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”: “Nunca cantei tanto um ator para fazer um trabalho meu quanto cantei o Selton. Mas ele não queria fazer novela, queria fazer cinema. (…) Achei bonito e carinhoso da parte do Selton ele dizer que não deveria ter recusado o Olavo, apesar de ter precisado fazer isso: ‘Tenho pena de ter recusado, porque vilão de Gilberto Braga, um ator não deve recusar’”.

Sobre a escalação de Wagner Moura“Quando o Dennis [Carvalho] sugeriu o Wagner para o papel do Olavo, eu não gostei: ‘Ele não tem peitoral, não pode aparecer sem camisa (…) ele tem um físico dos anos 1970, não tem tórax.’ (…) Para mim, o Wagner era franzino. Dennis insistiu: ‘Gilberto, ele é um ator excepcional. Além disso, é o tipo de pessoa da qual você gosta. Você vai gostar dele, de cara.’ (…) Não deu outra”.

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5 – Outra Bebel

Mariana Ximenes foi o primeiro nome pensado para o papel da prostituta Bebel: “Sempre achei que ela faria bem uma cachorra tipo Laura [de Celebridade]. Mas a Mariana estava fazendo uma novela seguida da outra, estava cansada. Eu achava que a Camila Pitanga não era capaz de fazer a Bebel porque não é safada – e não é mesmo, é boa moça. (…) Até interpretar a Bebel, ela tinha vergonha de mostrar o peito e ninguém sabia que ela tinha a bunda grande, porque ela se veste de um jeito elegante, que disfarça o bundão”.

6 – Outras gêmeas

Gilberto criou a trama central de Paraíso Tropical pensando em Cláudia Abreu para viver as gêmeas protagonistas. Porém, a atriz engravidou quando as gravações estavam prestes a começar.

Ao livro “Autores”, declarou: “Como eu tinha combinado de não fazer essa novela com a Malu [Mader], achei melhor a Cacau fazer as duas [a mocinha e a vilã]. Eu nunca tinha escrito gêmeas e achei que ela faria muito bem. (…) Eu queria basicamente a Vitória – heroína de Belíssima, do Silvio de Abreu, que sabe escrever heroínas muito bem – e a Laura de Celebridade. A ideia era simplesmente botar a Vitória contra a Laura. Foi um choque não poder contar com a Cláudia Abreu”.

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7 – Gêmea reprovada pelo autor

Sobre a escalação de Alessandra Negrini, Gilberto Braga disse ao livro “Autores”: “Foi uma confusão danada até escalarmos a Alessandra Negrini. Ricardo Linhares havia trabalhado com a Alessandra numa novela [Meu Bem-Querer] e sugeriu o nome dela. […] É uma atriz extremamente competente, mas não é a minha praia, porque não é uma atriz naturalista. Mas fez muito bem as gêmeas”.

Já para o livro “A Seguir Cenas do Próximo Capítulo”, Gilberto confidenciou: “A Alessandra Negrini é competente, mas não tem o carisma da Cacau [Cláudia Abreu]”.

De fato, Alessandra Negrini funcionou mais como a vilã Taís do que como a mocinha romântica Paula, demonstrando pouca química com o mocinho Daniel (Fábio Assunção).

8 – Gays apáticos e assexuais

Os autores foram criticados por apresentar um casal gay que não demonstrava em cena nenhuma relação afetuosa ou de intimidade. Rodrigo e Tiago – vividos por Carlos Casagrande e Sérgio Abreu – foram taxados de assexuais pelo público e mídia.

Gilberto Braga se defendeu: “O casal gay não tinha importância alguma na trama. Era para acariciar a classe [os gays]. Mas a classe é muito crítica, quer carinho, beijo na boca” (livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”).

De qualquer forma, o autor se redimiu em sua novela seguinte, Insensato Coração (2011), na qual abordou amplamente a questão homossexual.

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9 – Crossover diferente

Pela primeira vez na história das novelas no Brasil, uma personagem saiu de uma história e entrou em outra de autor diferente. Privilégio dado à atriz Carmem Verônica. Mary Montilla, personagem de Belíssima (2005-2006), escrita por Silvio de Abreu, apareceu em dois capítulos de Paraíso Tropical, em uma participação especial, como amiga do casal Virgínia e Belisário (Yoná Magalhães e Hugo Carvana).

10 – Comparações com Mulheres de Areia

Tramas em que irmãos gêmeos ocupam o posto de protagonistas já foram realizadas algumas vezes na Globo. A novela Mulheres de Areia (1993), de Ivani Ribeiro, é a que mais se assemelha à trama central de Paraíso Tropical, por retratar a história de duas irmãs, sendo uma boa e a outra má.

Contudo, entre os detalhes que diferem as novelas está o fato das gêmeas de Mulheres de Areia saberem da existência uma da outra, diferente do que acontecia no início da trama de Paraíso Tropical, quando as gêmeas Paula e Taís (Alessandra Negrini) não se conheciam.

AQUI tem tudo sobre Paraíso Tropical: trama, elenco completo, personagens, trilha sonora e mais curiosidades de bastidores.

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