Protagonista deu prejuízo milionário para a Globo: “Fiquei chateado”
08/07/2022 às 8h48
Em 2 de julho de 1997, a Globo encerrava a exibição da série A Justiceira. Estrelada por Malu Mader, que deixou a emissora em 2018, a produção terminou de forma precoce em virtude da gravidez da atriz.
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Após 15 anos, as séries voltavam à tela da emissora. A produção foi iniciada em 1996, com filmagens em película de cinema e uma tentativa de seguir o padrão das similares norte-americanas, incluindo o uso de dublês que atuavam em Hollywood. A estreia, no entanto, ocorreu somente em abril de 1997.
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No elenco, além de Malu, estavam nomes como Nívea Maria, Leonardo Brício, Anselmo Vasconcellos, Lui Mendes, Daniele Witins, Reginaldo Faria e Edson Celulari, entre outros.
“A Justiceira era um seriado oportuno, mas nada mais do que uma imitação de similares americanos. Na verdade, eu queria ver se nós já sabíamos fazer um bom policial. Usando o processo de decupagem de ferro, storyboard, profissionais estrangeiros de efeitos especiais e dublês de ação, acredito que tenhamos conseguido executar cenas bastante parecidas com os policiais que as pessoas estavam acostumadas a ver na televisão, usando quase os mesmos truques. Foi um papel carbono, muito divertido”, descreveu o diretor Daniel Filho em seu livro O Circo Eletrônico, que, além de dirigir, também atuou.
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Seriam feitos 32 episódios, mas apenas 12 acabaram sendo produzidos. Tudo isso por conta da gravidez de Malu Mader, que deixou a Globo em polvorosa.
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“Boni já ligou da Europa pedindo a Daniel Filho para correr com as filmagens de A Justiceira. O diretor recebeu a notícia da própria atriz como uma pedra num sonho de 10 anos: implantar o cinema na Globo. Dos 32 capítulos previstos, ele espera chegar a 16. Vai tentar filmar o máximo de cenas com Malu até abril e depois fechar com o resto do elenco. Com isso, o programa perde qualidade”, enfatizou a Folha de S.Paulo de 8 de janeiro de 1997.
Fato não era inédito
O fato não era inédito: Dina Sfat engravidou três vezes enquanto fazia novelas; Andréa Beltrão, Cássia Kiss, Maria Luiza Mendonça e Daniela Pessoa também passaram pelo mesmo. Mas esses casos foram mais fáceis de resolver, principalmente porque não se tratavam de séries de ação.
“A Globo terá um prejuízo grande. O projeto tem um custo calculado em R$ 18 milhões (só a atriz recebe R$ 35 mil mensais) e a possibilidade de retorno não será a mesma”, completou.
O jeito foi colocar uma cinta na atriz para disfarçar o volume da barriga. Além disso, ela não apareceu em alguns episódios, dando cartaz para os demais integrantes da equipe.
No final das contas, ainda em seu livro, Daniel Filho fez uma revelação surpreendente sobre o fato.
“Fiquei chateado com Malu Mader, no princípio, por conta de sua gravidez acidental, com a qual ninguém contava. Mas agora vejo que, na verdade, foi uma bendita gravidez, porque estávamos numa enrascada e seria muito difícil contar as 26 histórias programadas para A Justiceira”.
Antonio Mäder Bellotto nasceu em 1º de setembro de 1997. Foi o segundo filho da atriz com o músico Tony Bellotto, dos Titãs. O primeiro, João, nasceu dois anos antes, em 1995.