Reestreia do Legendários não assusta Marcos Mion: “acho que a sexta é melhor que o sábado”
10/03/2017 às 12h45
Reestreia é uma palavra que assusta quando dita com muita força. É sinônimo de começar de novo, do zero, de cavar novamente o que já vinha sendo feito antes. Mas a reestreia não assusta Marcos Mion, há sete anos no comando do Legendários, que ganha novo dia e horário nesta sexta-feira (10).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Depois de muito tempo sendo bem-sucedido no sábado, onde era vice-líder absoluto de audiência na Grande São Paulo e em todo o Brasil, fazendo SBT e Globo investirem no horário, Mion e sua trupe maluca vão desbravar novos horizontes, desta vez nas noites de sexta, a partir das 22h45, logo após o Jornal da Record.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para falar deste novo momento, o apresentador recebeu um seleto grupo de seis jornalistas em sua sala na produção do Legendários, na sede da RecordTV, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, horas antes de gravar o programa que vai ao ar nesta noite. Um dos veículos recebidos foi o TV História.
Numa conversa franca, aberta e divertida com os presentes, Marcos Mion falou o que espera deste novo horário, como estudou o público, explica por que a sexta é melhor que o sábado e também comenta sobre o seu canal no YouTube, lançado há três semanas e que já conta com quase 260 mil inscritos, com vídeos acima de 1 milhão de visualizações.
LEIA TAMBÉM:
● Fim do Caldeirão? Globo toma decisão sobre as tardes de sábado
● Quitar dívidas: Jornal Nacional dá notícia importante para brasileiros com nome sujo
● Agora vai? Continuação de Cheias de Charme é confirmada por atriz
“Só vou relaxar quando eu sentir que realmente a gente fez a sexta virar um dia com uma programação de qualidade, feita para quem está em casa, com programa de auditório, que envolve as pessoas, aquela parceria que criamos com o público no sábado”, afirmou.
Leia as perguntas que o TV História fez para Mion:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TV História – Vim aqui uma vez te entrevistar e percebi que você era extremamente envolvido na produção. Ainda é?
Marcos Mion – Eu ainda sou! (risos) É minha responsabilidade, já que a direção artística do programa é minha. Tudo passou pela minha cabeça ou teve a minha aprovação. E, hoje, te digo que consigo ter uma equipe e delegar funções, porque no início eu estava loucamente querendo fazer tudo sozinho. Sofri bastante. Quer dizer, sofri o suficiente para não querer passar por isso de novo. Por isso que quando fazem essas surpresas para mim, fico revoltado, porque como é que não sei de nada disso? (risos).
Quando se estava cogitando mudar para a sexta, você falou que “era melhor deixar no sábado, porque estava tudo dando certo”. Como é que vocês e a Record se acertaram para mudar do sábado para a sexta-feira?
Penso assim: eu trabalho na Record. Vim para cá para fazer o sábado existir, de fato. Fiquei no sábado sete anos e tenho certeza de que cumprimos nossa missão, atingimos nosso objetivo. Quando a emissora me convoca, confia em mim e, graças a Deus, e muito trabalho, temos credibilidade com eles, me pedem para fazer isso na sexta. Arregaço a manga, vou mergulhar como se tivesse começando no sábado tudo de novo. Só vou relaxar quando sentir que realmente a gente fez a sexta virar um dia com uma programação de qualidade, feita para quem está em casa, com programa de auditório, que envolve as pessoas, aquela parceria que criamos com o público no sábado. Hoje o Legendários é uma certeza na vida das pessoas. Elas sabem que, para relaxar no sábado à noite, é o Legendários que está lá. Eles contam com isso, eu conto com eles, e a gente criou uma relação ao longo desses sete anos bem positiva e boa para os dois lados. Tenho muito orgulho do que a gente fez. Nesse último sábado, nosso último programa lá, por exemplo, demos 8,5 pontos de média, 10 de pico e deu recorde de share. Depois de sete anos, ainda tem espaço para crescer. Realmente, fiquei muito feliz no sábado. Mas eu tenho certeza de que a gente vai conseguir fazer isso na sexta.
Por que você acha isso, Mion?
Hoje já temos uma certa experiência, que não tínhamos quando cheguei na Record. Quando cheguei aqui, achava que entendia tudo de televisão, mas rapidamente eu vi que não entendia nada (risos). Continuo sem saber muita coisa, mas acho que agora já temos alguma experiência. E tenho certeza de que o que nós éramos para as pessoas no sábado, vamos ser na sexta-feira. Acho que sexta é até melhor que o sábado, se formos parar para pensar.
Explica melhor isso… Por que sexta é melhor que sábado?
Se a gente for parar para pensar conceitualmente, é aquele dia que todo mundo espera para chegar. É o dia da maldade, né? É o dia dos vídeos do YouTube, dos GIFs, dos memes… Sexta-feira é o dia que a gente trabalhou a semana inteira para chegar, na metade da tarde já está todo mundo naquele espírito de diversão, de entretenimento. Acho que vai ser um casamento muito bom. E tem aquela história: é a mesma coisa que eu encontrei no sábado. Tem uma grade, tem uma programação em todos os canais, obviamente, mas a gente está chegando ali para conquistar um público novo. As pessoas podem estar, mesmo sem saber, sentindo falta de uma programação viva, para cima, animada, divertida. É nisso que vamos apostar.
No seu horário agora, você tem uma série e um programa de reportagens na Globo, filme no SBT, a reprise do Pânico na Band e um talk-show na RedeTV!. Você acha que pode desbravar e criar um novo nicho de auditório nas sextas?
A Record e eu estamos apostando nisso (risos). A gente acredita sim. Conseguimos, ao longo desses anos. Não tem uma fórmula, mas um jeito que fazemos o programa, que é totalmente diferente. Vocês que entendem de TV conseguem ver isso. Nossa preocupação é muito grande em ser interessante, com a qualidade, com a criatividade que levamos ao ar. Toda edição do Legendários tem uma história, que começa no início e vai se desenvolvendo ao longo do programa. Temos coisas curtas com começo, meio e fim no miolo, temos as atrações, temos um quadro grande que é o Canjica, que permeia isso tudo. Passamos horas aqui quebrando a cabeça na produção para ver como vamos fazer um programa que segure as pessoas, como trazer algo que elas não estão acostumadas a ver e que seja interessante. Hoje, o Legendários é isso. Ao longo de sete anos, a gente desenvolveu essa forma de trabalhar. Acredito que sim, pode dar muito certo.
Você acha que pode beliscar liderança como já aconteceu nos sábados?
Ah, eu estou torcendo para isso (risos). Quero demais. A gente sempre quer, né? Sempre quer ir além. Falo que melhor do que estar em primeiro lugar é pegar o primeiro lugar. Sempre falo isso, a vida inteira (risos). A gente não trabalha com esse foco, obviamente, porque coloca em xeque toda a criatividade e qualidade que a gente preza. Mas, quando vem, ficamos felizes para caramba.
Vai comemorar no Twitter se vier?
Vou comemorar no Twitter. Muito! (risos)
Queria que você falasse o que vai ter nesse programa de mais tarde.
Nesse programa de hoje estamos vindo com muita coisa legal. Estamos pensando nele como uma estreia. Vai começar com uma ação, meio que identificando para as pessoas que estão chegando na sexta-feira. Nós e todos os convidados vamos estar presos em um elevador e aí vocês vão ver o desfecho dessa história. Entraremos no palco com Canjica, e será um Canjica histórico. Só tem o creme (risos). Temos a Joelma, que é minha amiga, pedi para ela vir. Ela antecipou o lançamento do DVD e vai fazer aqui hoje com a gente. A Naiara Azevedo também vem e fez das tripas coração para estar aqui. Ela é um sucesso, né? É a bola da vez. Então temos dois musicais muito fortes. Entre os jurados nós temos Filó, Geraldo Luís, T3ddy, que é um youtuber que faz muito sucesso. Então estamos bem fortalecidos. Além disso, vamos fazer uma ação, que é um recorde, conseguir colocar 200…ou 100? Agora eu não lembro (risos). Vamos vestir 100 ou 200 cuecas no Hulk Magrelo, o que é muito para uma pessoa como ele. No ensaio, ele passou mal, deitou no chão, foi uma patacoada (risos). Mas é o tipo da bobagem divertida que a gente gosta de fazer, e, modéstia à parte, fazemos muito bem. No programa de hoje, a base é essa. Lógico que tem todos os improvisos, as loucuras que devem acontecer. Tem o Rally das Canções, que é um quadro inventado aqui, muito divertido. Dividimos em dois times e o elenco canta uma música de uma forma não convencional. A galera precisa adivinhar qual é a música. Vai ser muito bom hoje à noite!
Youtuber agora, Mion?
Você viu rapaz? Youtuber bom que eu sou ainda, né? Fiz um barulho danado. Isso também foi um pedido da Record. Vou te falar a verdade: foi tanta coisa que aconteceu na minha vida, que eu não conseguia imaginar como ia conseguir dar conta disso ainda, de ter um canal no YouTube, que você tem que alimentar com vídeo toda a semana. Complicado, né? Mas falaram uma coisa aqui na produção que eu até concordo… Eu já era Youtuber antes do YouTube existir. Sem saber, o que eu fazia no Piores Clipes do Mundo é o que essa molecada faz hoje: ligar uma câmera, falar o que você quiser, ser quem você quiser, doa a quem doer, ser interessante, ser engraçado, e é isso. Comecei na MTV com 19 anos de idade fazendo isso. É uma idade de Youtuber, né? E deu no que deu. Foi aquela loucura absurda. Hoje, até falei pro Antônio Guerreiro, que manda lá no R7, que eu não ia conseguir abrir uma câmera na minha casa, no banheiro, sei lá onde, e ficar falando de temas aleatórios. Não tenho mais idade para isso, já fiz essa parada. E o pessoal que vem aqui, os Youtubers, eles me dão esse crédito.
A comunidade abraçou você de uma forma impressionante mesmo…
Até antes de ter o meu canal, eles já me davam esse crédito. Mesmo sem ter nada lá. Não tinha nem Google direito quando eu fazia o Piores Clipes.
Mal tinha internet, na verdade…
Exatamente! No Piores Clipes eles eram muito moleques, mas o Descarga MTV, que foi um reboot do Piores em 2007, a maioria assistiu. Então, quando eles aparecem aqui, me dão um baita crédito. Isso mostra que o trabalho foi feito de uma forma interessante e legal. Falei para o Guerreiro que não ia conseguir fazer os vídeos, então ele pediu para pensar em uma coisa que eu quisesse fazer. Quebramos a cabeça e, de repente.. Era tão óbvio, mas, às vezes, quando as coisas são óbvias, a gente não consegue pensar. Estava o Trouva, que trabalha muitos anos comigo, e eu, aqui nessa sala, pensando.. Como as pessoas amam o Vale a Pena Ver Direito. Elas adoram, pedem muito na internet, nas redes sociais etc. No Legendários, fazíamos com os artistas do lado, mas teve uma hora que já tinha feito com todos. Fazer de novo, de novo e de novo perdia a essência de estar ali do lado, com ele, dando risada junto. Então, comecei a fazer só de realities da Record, como o Power Couple, A Fazenda. Mas parei de fazer clipes, né? Desde que eu saí da MTV. Foi aí que pensamos em voltar a fazer análise de clipes, numa plataforma em que esse tipo de conteúdo sempre será bem-vindo. Dito e feito. Foi um estouro. Até eu me surpreendi. O que eu fiz da Simone e Simaria com a Anitta passou de um milhão de visualizações. E só faz três semanas que eu tenho o canal, então foi muito legal. Agora comecei a gostar! Estou bem animado para fazer. E uma coisa que eu sei fazer é analisar os clipes. Com toda a modéstia do mundo, é raro achar alguém que faz do jeito que eu faço. Deus dá um dom para cada um, e descobri cedo que o meu era ver merda (risos). Achar o que ninguém estava vendo naquelas coisas. Está sendo uma retomada muito bacana e eu estou adorando mesmo.