De terremoto a explosão: 10 novelas que tiveram mudanças drásticas

23/01/2022 às 13h00

Por: Thell de Castro
Imagem PreCarregada

Recheada de sucessos, a história da televisão brasileira também registra muitos fracassos. Algumas novelas tinham boas ideias, mas a rejeição do público e outros problemas obrigaram as emissoras a fazer mudanças. Em muitos casos, as alterações deram certo; em outros, não havia mais o que ser feito.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Listamos abaixo 10 novelas que acabaram passando por mudanças não previstas, muitas delas drásticas.

Confira:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Anastácia, a Mulher sem Destino

Um caso clássico de novela que não deu certo e teve que ser totalmente reestruturada. Escrita por Emiliano Queiroz, era lenta e tinha excesso de personagens.

LEIA TAMBÉM:

A Globo convocou a autora Janete Clair para dar um jeito na trama. Ela não pensou duas vezes: criou um terremoto que matou a maioria dos personagens, deu um salto de 20 anos na ação e mudou complemente a narrativa.

Cavalo de Aço (1973)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Única novela de Walther Negrão no principal horário da Globo, começou discutindo a reforma agrária. O tema incomodou a Censura e foi proibido.

Depois de fazer uma campanha antidrogas com apoio do governo, que depois retirou o aval, a trama terminou com o mistério sobre o assassinado do vilão Max (Ziembinski), o que acabou contribuindo para que finalmente engrenasse no Ibope.

O Salvador da Pátria (1989)

Novela de Lauro César Muniz, teve a difícil missão de suceder Vale Tudo, mas conseguiu bater recordes em seus primeiros capítulos.

Com uma trama ágil e bem costurada, tinha como pano de fundo a política, através de personagens como Sassá Mutema (Lima Duarte), Severo Toledo Blanco (Francisco Cuoco), Juca Pirama (Luis Gustavo) e Marina Sintra (Betty Faria).

No entanto, por pressões diversas, o autor teve que mudar completamente o foco da história, transferindo a ação para o núcleo da organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas.

Brasileiras e Brasileiros (1990)

O SBT investiu alto e contratou muitos globais para fazer uma grande novela em 1990. Brasileiras e Brasileiros era centrada na camada pobre da sociedade, mas foi um verdadeiro desastre, quase levando o canal de Silvio Santos à falência.

Para tentar diminuir o fiasco, a trama mudou completamente, passando a ser centralizada no drama familiar dos milionários vividos por Rubens de Falco e Lucélia Santos. No entanto, a tentativa de mexicanizar a produção também não rolou.

Amazônia (1991)

Após o estrondoso sucesso de Pantanal e o bom desempenho de A História de Ana Raio e Zé Trovão, a Manchete gastou o que tinha (e o que não tinha) para fazer Amazônia.

No início, a trama era contada em dois tempos simultaneamente (1899 e 2010), mas o público não comprou a ideia.

A partir do capítulo 43, a história original foi finalizada, com a supressão da parte futurista. Entrou no Amazônia, Parte 2, que não conseguiu reverter o fiasco.

Vira-Lata (1995)

Considerada (inclusive por ele mesmo) a pior novela de Carlos Lombardi, Vira-Lata teve erros na escalação do elenco e na direção. O público estranhou o troca-troca de casais na faixa das sete, voltado para histórias familiares.

A protagonista, Andréa Beltrão, que odiou sua personagem, acabou se afastando por um tempo, por problemas de saúde; Glória Menezes também deixou a trama.

Dessa forma, Lombardi pegou uma atriz coadjuvante, Carolina Dieckmann, e transformou sua personagem, Renata, na verdadeira mocinha.

Torre de Babel (1998)

Marcello Antony

Com história forte, abordando temas polêmicos, como drogas e violência, a novela de Silvio de Abreu foi rejeitada inicialmente pelo público, que estranhou, por exemplo, o eterno mocinho Tony Ramos caracterizado como um presidiário rancoroso e sombrio, José Clementino.

Sofrendo a forte concorrência de Ratinho, a Globo teve que tomar providências e mudou muita coisa na produção. Abreu aproveitou a explosão do shopping para eliminar personagens que não caíram no gosto do público.

Clementino foi humanizado e o núcleo de humor ganhou mais destaque. Até o tema de abertura foi alterado.

[anuncio_6]

Suave Veneno (1999)

Antes da estreia, Aguinaldo Silva prometeu que faria uma trama de suspense, com uma virada a cada 30 capítulos. No entanto, a história foi rejeitada e o autor foi obrigado a mudar muita coisa.

Os protagonistas Valdomiro (José Wilker) e Inês/Lavínia (Glória Pires) tiveram mudanças na personalidade e a advogada Clarisse (Patrícia França) foi assassinada.

O ritmo da narrativa foi alterado pelos diretores Daniel Filho e Ricardo Waddington, provocando protestos do autor, que quase deixou a produção.

A Padroeira (2001)

Um dos poucos fracassos de Walcyr Carrasco, a novela das seis teve que ser completamente reformulada em pleno andamento, já que tinha baixos índices de audiência.

Quando Roberto Talma assumiu a direção, substituindo Walter Avancini, afastado por problemas de saúde, limou 13 personagens do elenco, criou novos tipos e mudou completamente o estilo e a personalidade dos protagonistas.

[anuncio_7]

Babilônia (2015)

Um dos maiores fracassos da história da Globo, recebeu grandes investimentos por ser apresentada justamente no aniversário de 50 anos do canal. Rejeitada pelo público e sofrendo uma campanha de boicote de lideranças evangélicas, a novela mudou completamente o perfil de diversos personagens, que se perderam mais ainda, como as vilãs Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves).

O cafetão Murilo (Bruno Gagliasso) perdeu completamente sua função na história e foi assassinado, criando um “quem matou?”. A emissora ainda diminuiu o foco em alguns núcleos e aumentou em outros, como a da família do político Aderbal (Marcos Palmeira).

Como ressaltou nosso colunista Nilson Xavier, em seu site Teledramaturgia, Babilônia virou um verdadeiro Frankenstein.

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.