Como as noitadas de basquete da NBA na ESPN ajudaram a popularizar o esporte

04/04/2017 às 9h00

Por: Gabriel Vaquer
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Exibindo NBA desde 1989, a ESPN é muito mais que um canal para a principal liga de basquete do mundo. É como uma casa e quem está acostumado se identifica não só com o modo de transmissão, mas também com o modo como elas são feitas.

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As noitadas de NBA costumam acabar tarde da noite: além da 1 da manhã – e muitas vezes, normalmente nas noites de quarta, chega até às 4 da matina, com jogos eletrizantes e malucos, como tem sido a toada desta temporada 2016/17.

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Para entender como uma noitada de NBA na ESPN funciona, decidimos encarar passar uma noite lá e ouvir quem mais sabe: os próprios profissionais que fazem as transmissões. Narradores, comentaristas e até mesmo pessoas envolvidas na parte técnica. Encaramos uma rodada dupla com dois bons jogos: Chicago Bulls x Toronto Raptors, e San Antonio Spurs x Minessota Timberwolves.

É bom dizer que a NBA na ESPN vive um grande auge em transmissões e audiência nesta temporada. Só neste ano, mais de 3,3 milhões de pessoas já foram impactadas pelas transmissões da NBA na ESPN.

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Comparando-se a atual temporada (16/17) com a passada (15\16), a NBA na ESPN atingiu um crescimento de 13% de audiência no comparativo, o que só reforça o que diz Everaldo Marques, narrador que se transformou na voz dos esportes americanos no País.

Depois de narrar um jogo emocionante entre Chicago Bulls e Toronto Raptors, Everaldo diz que a transmissão de mais jogos, por conta de um novo contrato de transmissão, que mais que dobrou as transmissões da ESPN, e fez o canal exibir sozinho as finais da liga, ajuda bastante – além da entrada do SporTV, um outro canal, que também faz a NBA ter jogo quase todo o dia.

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“Acho que isso faz parte. As pessoas estão mais expostas à NBA. E esse ano a ESPN foi responsável pelo maior salto de transmissões por semana. A gente fazia 2 jogos até ano passado, e nesse ano já chegamos a fazer 7 jogos em 1 semana. O brasileiro gosta de basquete, sempre gostou. As finais foram muito bem, tivemos recorde de audiência. Só nós transmitimos as finais, o que é ótimo para o canal”.

Já Zé Boquinha, um dos principais nomes do Basquete no país, concorda com Everaldo e afirma que o basquete é, de fato, o segundo esporte nacional, mesmo tendo perdido espaço nos últimos tempos para o vôlei.

“O basquete é um jogo diferente. Nós vimos recentemente no Ibirapuera a festa que foi durante o Jogo das Estrelas no NBB. Isso ainda está adormecido nas pessoas, porque o basquete brasileiro deu uma boa caída, foi muito mal na Olimpíada, sendo que tinha time para ter se saído muito melhor. Tem também o descaso da CBB, que era mal dirigida, mas agora tem gente boa, que não precisa disso para se favorecer. Agora acho que o basquete brasileiro tem muito para oferecer”, diz Zé.

Amante do Basquete e também comentarista da ESPN, Ricardo Bulgarelli afirma que outro ponto que ajuda a popularizar o basquete e a NBA no Brasil, novamente, é a NBB, liga nacional que tem crescido e tem exibição em TV aberta, na Band.

“Um campeonato nacional, organizado do jeito que está sendo, crescendo ano a ano, é muito importante. Nos anos anteriores, tivemos uma hegemonia do Flamengo, mas esse ano está tudo muito equilibrado. O campeonato pegou. E a NBA é um grande show, a grande expoente disso tudo. Ter jogos todos os dias é bastante importante”, disse.

O diferencial e os playoffs

Para a gerente de esportes americanos, Gabriela Franco, o grande diferencial da ESPN para transmissões de esportes americanos, e da NBA, é a tradição e o suporte que a ESPN americana dá: “A gente fez um balanço agora e, só em março, foram 29 em 31 dias. Pouquinho, né? (risos) Nós nos beneficiamos muito com esse reacordo de contrato, que é válido até 2025 e mais que dobrou nossas transmissões. Percebemos um crescimento de audiência que é bom para todo mundo, é um win-win. É aumento de participação e popularidade em todos os sentidos. O final da temporada, no ano passado, foi estrondoso em números, e esse ano já tem tido dados excelentes.”.

Sobre a cobertura de conteúdo em programas como o ESPN League, de esportes americanos, a gerente afirma que houve uma mudança no perfil de cobertura neste tipo de programa: “De 2 anos para cá, a gente mudou a cobertura para acompanhar aquele fã que acompanha meio de longe. Não vamos jogar apenas estatísticas. Estamos, de uma certa forma, sendo didáticos e divertidos. Quando um jogador é líder de assistências com 32 e em rebotes, nós falamos que ele é apenas o líder. E só.”.

A grande maioria das transmissões são de madrugada, e a gerente diz que o físico acostuma: “Acho que o corpo se acostuma. Em transmissões da NFL, por exemplo, a gente dorme e acorda no fuso da Califórnia. Normalmente, o público que acompanha essas transmissões não é aquele que acorda cedo no outro dia. É um público muito específico. Para a gente que trabalha aqui dentro é diferente, mas tem o lado bom: não pegamos trânsito nem pra vir ao trabalho nem para voltar (risos)”.

Voltando à NBA, os decisivos playoffs de conferência estão chegando. Questionados, Everaldo Marques e Zé Boquinha não ficaram em cima do muro e palpitaram sobre quem pode chegar na final de ambas as conferências.

“Friamente, por tudo que eu estou vendo até agora, o Cleveland ainda é o favorito do lado leste. Tem um banco muito forte e tem o LeBron James, que continua jogando. No oeste, tem o San Antônio, que é um eterno finalista, mas não sei como vai aguentar o ritmo de playoffs. O Golden State é quem a gente precisa ver como vai acontecer. Se o Kevin Durant voltar bem… É um time que você não sabe. O Houston Rockets é um time bom no ataque, mas fraco na defesa. O Clippers é maluco, você não sabe como vai jogar. Falta alguma coisa. No oeste está confuso, no leste, ainda é o Cleveland”, fala Zé.

“No leste, estou curioso para ver o que o Boston Celtics vai fazer neste playoff, mas o Cleveland ainda é o favorito. Pela camisa, vou torcer para uma final entre Boston e Cleveland Cavaliers. No oeste, Golden State. Estou entre San Antonio e Houston e não consigo escolher. Para mim, vai rolar um Golden State e alguém, e o Golden leva. E aí poderemos ter uma terceira final seguida. Eu gosto de ver coisas novas, mas seria genial para ser um tira-teima entre os dois”, completa Eve.


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