Muito antes de fazer mutirões nas redes sociais e de dar milhões (até um bilhão, como em 2020) de votos, o público que quisesse eliminar algum participante nas primeiras edições do Big Brother Brasil tinha que usar o telefone – o expediente, a cada ano mais esquecido, foi limado de vez em 2019.

Tadeu Schmidt

Esse era o meio preferencial da Globo para a votação do programa, por meio de ligações gratuitas. Os números eram divulgados logo após a definição dos participantes do paredão, na noite de domingo.

Quem quisesse, também poderia enviar um SMS para um número pré-determinado para votar em alguém, ao custo de R$ 0,60 por mensagem.

BBB

Ainda na época da internet discada e sem celulares que acessavam a rede, o site do BBB já estava disponível para votação, mas era pouco utilizado.

No segundo dia de exibição do reality, em 30 de janeiro de 2002, o domínio recebeu 610 mil visitas, contra 350 mil do dia anterior.

Pedro Bial

Para se ter uma ideia, de acordo com dados da ferramenta SimilarWeb, o Gshow, onde fica o site do BBB, teve quase 100 milhões de visitas em fevereiro do ano passado.

“O Big Brother Brasil é o primeiro programa nacional em que os rumos da trama podem ser influenciados por votações com mensagens curtas de celulares. A primeira votação para eliminar um participante do programa, encerrada ontem, ampliou em 35%, ou 50 mil mensagens por dia, o número de mensagens enviadas por clientes da Telefônica Celular. Também mudou o patamar de capacidade de rede de que a Globo.com dispõe para as pessoas “assistirem” o programa na internet”, explicou matéria do Valor Econômico de 7 de fevereiro daquele ano.

“Na internet, o programa também estabeleceu novos parâmetros. No portal Globo.com, a expectativa é que eleve o uso de capacidade de rede a picos de 700 megabits por segundo (Mbps). A média de consumo havia crescido de 100 Mbps para 200 Mbps depois do atentado de 11 de setembro e foi para 300 Mpbs com o lançamento Big Brother. Na Embratel, 100 mil usuários usam o recurso WebMedia, para acesso rápido de páginas com vídeo, para ver o programa na internet diariamente”, concluiu a reportagem.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor